quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

FanFic: "Eu prometo" (+18)



Eu prometo um dia voltar a estar com você
Prometo te proteger , te querer .
Eu prometo que sempre ao olhar as estrelas eu lembrarei do brilho de teus olhos e do quão maravilhoso é o sorriso teu.
Eu prometo ser tua amiga por toda a vida e que jamais irei magoar você.
Por que pra mim o mundo é mais maravilhoso por que você existe!
Mesmo que eu não cumpra todas essas promessas deixo aqui uma que prometo cumprir: Eu Prometo te amar...


Obs: Para as meninas que estavam acompanhando a fic "Amor & ódio", que estava sendo postada por mim anteriormente,  quero explicar a vocês que a página de postagem corrompeu e eu tive de excluí-la, decidi então voltar com essa fic, pois percebi que "Amor & ódio" já havia sido acompanhada por boa parte das leitoras. Para aquelas que ainda não leram deixo o link para que possam ler a fic completa em outro blog http://paulajackson1958.blogspot.com.br/2013/03/fanfic-amor-odio-18.html
Desculpem o transtorno.

Capítulo 1


Gary, Indiana - 1958 

- É um lindo garoto Kathe - Melissa sorriu largamente acariciando o rosto do pequenino menino que Kathe segurava nos braços.

- É mesmo muito bonito - Pedro, marido de Melissa, elogiou e Kath mexeu-se na cadeira um tanto quando desconfortável. Não gostara da presença de Pedro ali, ele sabia que não era de bom tom estar ali.

- E essa menina quando nasce Melissa - Rebbie, filha de Kath, perguntou.

- Daqui a dois meses teremos mais um bebê na vizinhança, Rebbie - Todos sorriram.
****

Gary, Indiana - 1963 (Flashback)

- Anda Michael, vamos pegar a Petûnia.

- Você está correndo muito depressa Mia.

- Você que é muito lento.

- Hey não fale assim de mim - O garoto de olhos muito negros irritou-se.

- Desculpa - Ela voltou e segurou na mão dele - Vamos correr juntos - Se olharam e sorriram, assim iniciando a corrida até a árvore onde Petûnia, a gatinha de Mia, estava.

Após regatarem Petûnia ambos sentaram-se embaixo da árvore que ficava no quintal da casa de Mia . Duas almas gêmeas inseparáveis, era assim que todos viam a doce relação de Michael e Mia , menos Kath e Pedro.

- Mia eu vou cantar na escola - Disse sorrindo.

- Mesmo? que legal! - Juntou as mãozinhas batendo palmas - Já sabe o que vai cantar?

- Climb every mountin'. Quer ouvir ? - Ela assentiu e o jovenzinho talentoso levantou-se e parou em sua frente , pigarreou e começou a cantar. Mia ouvia a canção muito concentrada, seu coraçãozinho se inundando de uma paz desconhecida enquanto a voz melodiosa entoava a bonita canção. 

- Muito lindo Michael - Ela levantou-se e enlaçou o pescoço dele em um abraço fraterno.

- Você vai me assistir não é?

- Claro - Sorriu - Agora vamos comer os biscoitos que mamãe fez - Ele segui para dentro de sua casa puxando Michael pela mão. (Fimdoflashback)

(...)

- Mia minha filha vai se atrasar - Ouvi mamãe gritar e assim saí de meus devaneios.

- Vou descer - Gritei em resposta.

Acabei de pentear meus cabelos, e como quase nunca eles estavam bonitos, os prendi. Apanhei minha bolsa e desci, porém antes de cruzar a porta me detive ao noticiário, paralisei em frente a TV e lá estava ele, lindo e talentoso como sempre fora. 

Fisicamente não parecia mais aquele garotinho de Gary, mas o sorriso, o olhar, eram os mesmos. Outra coisa que não havia mudado era o meu amor por ele... como posso amá-lo mesmo depois de tantos anos? Eu nem o vi mais, nem falei mais com ele. Tenho certeza que ele nem se lembra mais de mim.

(...)

Tantos anos depois e a figura daquela garota não me sai da mente. Eu nem a vi mais, como posso ainda pensar nela?

- Michael entramos em 5 minutos - Assenti e o rapaz se afastou.

Coloquei o anel e volta no bolso e saí, era hora do show.



Capítulo 2


- Professora, poderia repetir a última frase? Eu não entendi .

- Claro Clarck. "Duvida da luz dos astros,De que o sol tenha calor,Duvida até da verdade,Mas confia em meu amor" . Tentem entender a profundidade das palavras de Shakspeare e transcrevam para mim em uma dissertação de 15 linhas.

- Mas não vai dar tempo, daqui a 20 minutos começará a palestra.

- Se parar de resmungar e escrever dará tempo - Sorri. Ele me olhou com cara feia e voltou-se para seu trabalho.

Eu até tinha me esquecido que hoje seria a palestra de Randy Jackson aqui. Deus do céu , era como se o passado viesse me fazer uma visita depois de tantos anos longe daquela família.

(Flashback) Gary, Indiana - 1965

Michael e eu erámos inseparáveis. Vivíamos juntos em todos os lugares, foi uma pena que depois que Michael cantou para a escola e entrou para a banda dos irmãos dele agente teve menos tempo de brincar. Seu Joseph ficou ainda mais chato e nosso tempo juntos se limitava a quando seu Joseph não estava em casa ou quando estávamos na escola.

Ahh mas quando estávamos juntos era tão maravilhoso, nós desbravávamos as áreas verdes ao redor de nossas casas, subíamos em árvores , colhíamos frutas nos terraços dos vizinhos, corríamos, ríamos... Era tudo tão perfeito.

- Michael vai querer um pedaço do meu sanduíche? - Perguntei pela décima vez. O Michael hoje estava estranho - Michael - Gritei o sacudindo.

- O que? 

- Perguntei se quer um pedaço do meu sanduíche?

- Não, não quero. Vamos ali, vem - Ele puxou minha mão e me arrastou para trás de uma das escadas do colégio.

- O que foi? Eu deixei meu lanche lá e o Carlos vai... - Ele me interrompeu.

- Quer ser minha namorada? - Ele enfiou a mão no bolso da calça e estendeu a mão aberta e lá estava um anel. Michael estava de olhos fechados, os apertando. Eu peguei o anel e antes de responder dei um selinho nele, Michael arregalou os olhos.

- Eu aceito - Sorrimos (Fimdoflashback)


- Mia! Mia! - Alguém gritou sacudindo-me pelos ombros .

- O... oi - Disse aturdida - O que faz aqui Lurdes? e onde estão meus alunos?

- Provavelmente todos no pátio, estão ansiosos para verem um dos Jackson 5 e você pelo visto estava viajando mais uma vez né? - Riu.

- Acho que sim - Concordei rindo. Ajeitei meus livros e cadernetas e segui com ela para o pátio. Quando adentrei o lugar, que já estava lotado de alunos, o vi de costas para mim... Nossa, ele tinha crescido e estava um belo rapaz. Era hora de voltar um pouco ao passado.

(...)

Michael 

A turnê Dangerous havia chegado ao fim. Apesar de eu achar que algumas coisas poderiam ter saído um pouco melhor, foi uma ótima turnê. Meus fãs não me decepcionaram, eles nunca o fazem. Os ingressos venderam muito rápido e em todos os shows uma mar de pessoas me assistia.


Agora eu estava voltando para o conforto de minha casa. Mal podia esperar para chegar a Neverland, respirar o ar puro daquele lugar, beijar minha esposa... 


Capítulo 3


O burburinho logo desapareceu e a voz de Randy começou a ressoar pelo lugar. Ele começou se apresentando a todos e resumidamente falando de como vivia hoje. Então passou a contar como saiu de Gary para "vencer na vida" , esse era o tema da palestra. Ele dissertou muito coerentemente durante 30 minutos e sob palmas empolgadas ele findou seus discurso.

Nossa o tempo passa mesmo depressa. Eu lembro desse rapaz ainda moleque no colo de dona Kath.

- Ele é gato não é? - Cibelle perguntou me cutucando.

- É - Disse desanimada.

Mas Cibelle tinha razão, Randy havia se tornado um belo jovem. Ahh mas o irmão dele, esse sim era bonito, sempre fora belo. As vezes eu me sentia tão depressiva com o fato de viver relembrando o passado, eu tinha que me dar uma oportunidade de esquecer e seguir em frente, pois Michael fez o mesmo e hoje estava casado e parecia feliz_ Sorri triste.

Depois dos alunos terem deixado o pátio eu me despedi de Cibelle e segui pelos corredores da escola. O meu celular tocou, continuei caminhando mas de cabeça baixa a procurar o celular na bolsa , até que esbarrei em alguém.

- Mil desculpas - Abaixei para pegar os papéis da pessoa que eu havia derrubado.

- Não tem problema - Quando entreguei os papéis vi que se tratava de Randy.

- Eu sou mesmo uma desastrada, me desculpe Randy - Sorri.

- Não tem problema - Também sorriu - Seu nome?

- Me chamo Mia, prazer - Estendi-lhe a mão e ele a apertou. 

- Toma um café comigo?

- Pode ser - Caminhamos lado a lado para a cantina da escola.

A conversa transcorreu tão bem que nem sequer vimos a hora passar. Falamos de tudo um pouco, família, amigos, trabalhos, sonhos, amor... fazia tempo que não conversava assim com alguém e mais tempo ainda que não me sentia tão a vontade ao lado de um homem. Quando olhei o relógio que adornava a parede já eram 6 horas .

- Puxa! - Exclamei .

- Algum problema?

- Já está tarde. Tenho que ir - Randy fez uma careta de desagrado, eu ri.

- Vamos, eu te levo.

- Não quero incomodar Randy.

- Você acha que uma moça linda assim como você me incomoda? - Sorri

Depois de pagar a conta eu acompanhei Randy até o estacionamento, entramos no carro e ele me levou até minha casa.

- Adorei passar a tarde com você.

- Eu também Randy.

- Janta comigo amanhã?

- Não sei, é que... - Eu não queria me envolver, ou melhor eu não conseguia me envolver com ninguém , até namorei outras 3 vezes mas nunca era namoros duradouros. Mas não sei, com Randy eu me senti a vontade e uma vozinha em meu meu coração gritava para que eu me permitisse essa chance.

- Por favor.

- Está bem - Ri.

- As 07:00 então? - Assenti. Ele sorriu e antes que eu descesse do carro ele beijou minha bochecha.

- Tchau.

- Até amanhã.

A casa estava escura quando eu cheguei, então subi direto para o quarto, tomei um banho e cai na cama.


Capítulo 4


O relógio já marcava 07:15 quando eu escutei a buzina soar,apanhei minha bolsa e desci.

- Mamãe vou sair, não demoro - Disse do umbral da cozinha

- Se cuide querida - Mamãe responde com a voz doce. Acho que ela ficará chocada quando eu contar com quem estou saindo.

- Boa noite Mia.

- Boa noite Randy - Beijei sua bochecha e logo estávamos no carro rumo ao restaurante.

- Gosta de comida brasileira?

- Hum nunca provei - Dei de ombros.

- Você vai adorar - Sorriu.

Fomos conversando amenidades por todo caminho até chegarmos ao restaurante. Randy era adorável, engraçado, inteligente, cavalheiro, coerente... ahhh essas coisas que mulher adora que os homens tenham. Eu estava mesmo gostando de sua companhia.

- Acho melhor irmos, já bebi demais por hoje - Rimos.

- Vamos então - Ele pagou a conta e nós seguimos para o estacionamento ende o carro estava.

Eu cambaleei um pouco e ele me segurou firme, ficamos muito próximos um do outro.

- Está vendo só por que eu não deveria ter bebido - Comentei tentando dissipar o clima que havia ficado no ar.

- Da próxima vez não te deixo mais beber - Piscou.

O caminho de volta para minha casa foi mais silencioso, eu estava entregue aos meus pensamentos, com muitas perguntas em minha cabeça e com um estranho sentimento de satisfação após aquele jantar, pois eu percebi que Randy foi o único homem com o qual eu saí que me fez esquecer, mesmo que por breves horas, o Michael. E acho que isso é um bom sinal.

- Chegamos - Saí de meus devaneios para olhá-lo e o vi sorrindo.- Você é muito linda Mia - Ele se inclinou aproximando nossos rostos.

- Randy er... - Não pude completar a frase, pois seus lábios cobriram os meus. Nos beijamos um tempo demasiado longo, paramos o beijo com selinhos - Tenho que entrar - Sussurrei ainda próxima a seus lábios.

- Tudo bem - Se afastou sorrindo - Posso te ligar amanhã?

- Claro que pode - Antes que eu saísse do carro ele me puxou para mais um beijo.

(...)

1 mês depois ...

- Hey namorada que tal tomar um sorvete comigo hoje? - Perguntou fazendo charme.

- Está bem namorado, te espero na frente da escola as 2:00.

Eu e Randy havíamos começado a namorar a alguns dias atrás. Bom, eu me sentia bem com ele, eu gostava de sua compania e eu precisava esquecer um passado muito longínquo, então eu me entregaria de corpo e alma a esse relacionamento.

(...)

4 meses depois...

- Sabia que me fez o homem mais feliz do mundo passando a noite aqui? - Beijou meus cabelos.

- Também estou feliz por estar aqui com você - Levantei minha cabeça para olhá-lo nos olhos - Você me faz muito bem - Sorri.

- Amo você Mia - Ele disse sorrindo. Porém eu não sorri. God, eu precisava dizer algo a ele, mas... mas eu não o amava.

- Eu também Randy - Disse por fim, eu não o deixaria sem reposta sabia que se eu fizesse isso eu o magoaria e eu não queria magoá-lo.

(...)

5 meses depois...

- Bem vinda a nossa casa querida - Dona Kath saudou-me sorridente - Eu desacreditei quando Randy disse-me quem era a sua namorada. Quem diria que a pequena Mia, que vivia pendurada em Michael, seria namorada de Randy - Todos na sala riram menos eu, lembrar do passado não era bem o que queria.

Nesse jantar eu conheci, ou melhor reencontrei, apenas dona Kath e Joseph, os demais estavam ocupados, então foi marcado um novo jantar para dali a um mês e nesse todos estariam, inclusive Michael. 

Meu Deus eu nem sei como vou conseguir comemorar meu noivado com Michael simplesmente no mesmo local que eu.

(...)

Em Neverland...

- Eva, vamos nos atrasar - Disse da porta do quarto.


- Já estou acabando meu amor - Gritou. 2 minutos depois Eva saiu do banheiro.



- Uau - Disse Michael boquiaberto.

- Bom, espero estar adequada meu amor, ou pelo menos comparável a sua beleza.

- Você é a mulher mais linda que já vi - Eva sorriu satisfeita - Vamos minha rainha.

- Vamos querido - Deram-se as mãos e desceram.

Eva segurava uma taça de champanhe enquanto observava a garota de olhos azuis conversando animadamente com Michael. Teve vontade de ir até imediatamente e puxá-la pelos cabelos, mas sabia o quanto sua imagem de "santa" aos olhos de Michael, ficaria abalada se ela fizesse isso. Aguardou mais alguns minutos até que Michael se afastou da garota, Eva então se aproximou.

- Boa noite queridinha.

- Boa noite. A conheço? - A jovem perguntou sorridente.

- Acho que já deve ter me visto. Sou a esposa de Michael e me aproximei apenas para falar algo, não demorarei.

- Fico feliz em conhecê-la, eu admiro muito seu marido.

- Percebi - Disse enfezada - Vou ser curta e grossa, não quero você conversando com meu marido, se eu voltar a ver você o cercando, você vai arrumar um problema e posso te garantir que eu sou terrível quando quero ser um problema para alguém - Saiu dali antes mesmo de ouvir a resposta da garota, que ficou chocada com a abordagem.

- Imobilizando mais uma Eva? - Edilys, irmã de Eva e anfitriã da festa, a perguntou.

- Se não tomo cuidado fico sem ele e não é em todo lugar, ou melhor, em lugar algum se acha um homem como Michael: rico, bonito, bom de cama e bobo - As duas riram - Vou para o lado dele, até logo maninha - Acenou.

- Até - Edilys riu observando sua irmã ao de Michael, se impressionava com a cara de anjo que ela fazia ao seu lado e de como ele babava por ela.


Capítulo 5





- Que ótima notícia Randy - Michael disse animado - Finalmente irá desencalhar.



- Não enche Michael - Riram.



- E quando será o jantar?



- Na sexta. Faço questão que você e Eva venham.



- Oh, claro que irei, estou curioso para conhecer a moça que fisgou seu coração.


- Ela é linda Michael, e prepare-se pois terá uma surpresa quando a ver.

- Está bem Randy, tenho que desligar agora, Eva está me chamando. Até a sexta.

- Até Michael - Desligaram.

(...)

- Quem era amor? - Perguntou Eva sentando-se no colo de Michael.

- Era Randy, ele nos chamou para jantar em Encino na sexta, quer apresentar a futura esposa a toda família.

- Nós vamos?

- Sim, nós vamos - Beijaram-se - Agora preciso ir ao estúdio rainha.

- Vá em paz meu anjo - Sorriu, mas assim que Michael deu as costas sua face se fez carrancuda. Eva odiava visitar os Jacksons pois sabia que eles não simpatizavam muito com ela.
****

Mia estava inquieta com o assunto "jantar em família", estava apreensiva pois tinha plena consciência de que veria Michael nesse jantar, e pior, acompanhado pela esposa, a qual já a disseram que ele trata como uma rainha. Ela até tentou argumentar para que Randy esquecesse o tal jantar, mas desistiu quando ele lhe disse fazer questão e ademais mais cedo ou mais tarde ela teria de vê-lo novamente, então que fosse mais cedo. Quem sabe assim ele não sairia de uma vez por todas de sua cabeça.

(FlashBack) Gary, Indiana - 1966

- Eu senti sua falta - Mia o abraçou fortemente - Dessa vez demorou para voltar.

- Foi tão legal Mia, cantamos para muitas pessoas.

- Você ainda vai ser muito famoso Michael, o cantor mais famoso do mundo - Sorriu.

- E quando isso acontecer nós iremos casar - Michael segurou a mão dela e sorriu.

- Promete?

- Eu prometo. (FimDoFlashBack)

A sexta havia chegado e agora lá estava Mia dentro de um belo vestido, muito bem maquiada e penteada. Desceu as escadas para encontrar seus pais que a esperavam na sala. Pedro, seu pai, estava sorridente, porém sua mãe Melissa não parecia feliz. Sempre fora assim quando se tratava de Melissa e Joseph no mesmo ambiente.

- Nossa, seu Pedro e dona Melissa estão muito lindos - Abraçou seus pais.

- Olhe para você minha filha, ainda ontem era uma menina.


- Não exagera papai, eu já tenho quase 30 anos - Todos riram - Vamos ou nos atrasaremos.

7:30 da noite o carro estacionou na frente da mansão. Era hora de confrontar o passado.

Capítulo 6


- Minhas damas me dão o prazer? - Papai perguntou brincalhão, mostrando-nos o arco de seus braços. Eu e mamãe seguramos e adentramos a casa.

- Boa noite Sr e Sra. Streent - Randy os cumprimentou.

- Boa noite Randy - Mamãe e papai responderam em uníssono - Nos chame apenas de Pedro e Melissa, Randy - Mamãe completou, Randy assentiu.

- Olá meu amor - Sorriu.

- Olá querido - Eu tentei sorrir, mas estava apreensiva demais para isso. Depois de beijar-me os lábios calidamente ele segurou minha mão e adentramos a casa.

Cumprimentos foram feitos, todos foram simpáticos e receptivos uns com os outros, apenas dona Kath e papai não se cumprimentaram de forma pouco efusiva, eu realmente nunca entendi o "por quê" deles nunca terem se dado muito bem.

- Veja Joe, não ficou linda? - Kath mostrou-me sorridente - Nem parece aquela menina que vivia para cima e para baixo com Michael.

- Realmente é uma bela moça, escolheu bem Randy.

- Pois é papai, e nós que achávamos que ela se casaria com o Mike - Todos riram, menos Kath, eu e papai.

- Pare de falar bobagens Randy - Kath disse séria - Vamos para a sala - Seguimos todos para a sala, onde sentamos todos em volta da lareira, no enorme sofá. Ali uma animada conversa se deu e apesar de sorrir de quando em quando minha mente não estava ali. Eu tremia apenas em imaginar como seria quando Michael adentrasse aquela sala. Será que ele me reconheceria? E se reconhecesse, falaria algo? Me ignoraria? Será que ele ama mesmo a esposa?

- Mia... Mia - Saí dos meus devaneios - Onde estava hein? - Randy perguntou carinhosamente.

- Pensando em uma prova que aplicarei amanhã querido - Forcei um sorriso.

- Então se casarão em 1 mês? - Janet perguntou.

- Sim, quanto antes melhor, não é meu amor?

- Sim.

- Sr. Randy, o Sr. Michael no telefone - Uma senhora baixinha e vestida em um uniforme, informou-nos.

- Com licença - Randy levantou-se e foi atender a chamada em um canto da sala. Voltou cerca de 2 minutos depois - O Michael não poderá vir, Eva torceu o tornozelo.

Eu senti como se 2 toneladas tivesse saído das minhas costas, era imensurável o alívio que senti naquele momento.

- Mas ela está bem querido? - Perguntou Kath.

- Sim mamãe - Randy voltou a sentar ao meu lado.

- Com certeza aquela mulherzinha o convenceu de não vir, ele faz tudo que ela quer - Joseph sibilou irritado.

- Joseph não fale assim - Kath ralhou.

- Bom, já que o Michael não vem vamos jantar e depois te mostrarei umas revistas de noiva. Tem que correr com os preparativos, você casa em 1 mês - Rebbie falou puxando-me pela mão.

O momento tenso se dissipou ao longo do jantar, eu agradeci aos céus o fato de Michael não ter vindo a esse jantar. Bom, esqueçam aquele negócio de encontrá-lo mais cedo, prefiro mais tarde.

Depois do jantar todas as mulheres seguiram para a biblioteca adiantar algumas coisas do casamento, enquanto os homens ficaram na sala da lareira.

(...)

1 mês depois...

O mês havia transcorrido de forma muito rápida, eu estava ocupadíssima tentando me dividir entre os preparativos do casamento e meu trabalho, e estava tendo exito, pois dei preferência por um casamento simples nos jardins de Encino e com pouquíssimos convidados.

E agora cá estou eu, dentro de um vestido de noiva e pronta para me casar. De fato Randy não é o homem com qual eu sempre sonhei, mas tenho certeza que me fará muito feliz. Ainda tenho que enfrentar Michael, sei que hoje será inevitável nosso reencontro.



Capítulo 7


(FlashBack) Gary, Indiana - 1967

- Vamos fazer isso logo Michael, se mamãe nos pega nesse terreno abandonado ela vai contar pro seu pai e eu não quero que ele bata em você - A garotinha disse muito assustada olhando para os lados.

- Não se preocupe, Joseph saiu - Os olhos muito negros do garoto brilharam - Venham, sente-se aqui - Ambos sentaram no chão um tanto empoeirado - Então o que você escreveu ou trouxe para colocarmos na caixa dos desejos?

Mia sorriu tirando de dentro de uma sacola uma barbie vestida de noiva e em seguida puxou do bolso um papel um tanto amassado.

- Trouxe a barbie noiva, por que meu maior sonho é me casar com você - Sorriu encarando-o e recebeu como resposta um sorriso tímido dele.

- E o papel o que diz? - Ela desdobrou o papel e pôs-se a ler.

- 'Desejo jamais me separar do Michael, mesmo que se passe 100 anos, eu ainda quero estar perto dele. Desejo me tornar professora e desejo que todos os desejos do Michael se tornem realidade' - Ela acabou de ler e colocou os pertences dentro da caixa - Agora é sua vez.

Michael tirou da sacola um vinil em tamanho compacto e do bolso um pedaço de papel, que logo pôs-se a ler.

- 'Desejo me tornar um grande cantor, vender muitos discos e ser muito famoso. Desejo me casar com Mia e ter mais filhos que meu pai. Desejo ajudar muitas pessoas e desejo ser um bom homem' - Ao acabar de ler ele colocou o papel na caixa e logo depois de fazer o mesmo com o vinil, explicou-se - O vinil é por que quero vender muitos discos - As mãozinhas trabalharam rapidamente em fechar 'a caixa dos desejos', envolvê-la em um plástico e enterrá-la ali.

- Voltaremos para desenterrá-la quando tudo que tivermos desejado se torne realidade - Mia assentiu sorrindo e antes de saírem dali de mãos dadas compartilharam um selinho, como namoradinhos que eram. ( FimDoFlashBack)

- Mia, chegou a hora - Seu pai disse do umbral da porta. Mia enxugou as lágrimas que lhe caíam e segurou o braço de seu pai - Está tudo bem meu anjo?

- Sim papai, apenas lembranças de um sonho que não irá se concretizar - Ela disse triste. Seu pai não entendeu o comentário tristonho da filha que estava prestes a se casar, deu de ombros, achava ser crise pré-casamento.

Ela desceu as suntuosas escadas da mansão de Encino de cabeça erguida, porém sua mente estava vazia e seu coração comprimido pelo medo do reencontro. Rezava a Deus que por algum infortúnio ele não estivesse na platéia daquele casamento, caso contrário ela desconhecia de como teria coragem para olhar nos olhos de Randy e balbuciar um 'sim'. A horas atrás estava tão segura de si, tão certa do que estava prestes a fazer, mas agora parecia mais que ela estava indo a forca.

Suspirou pesadamente e fechou os olhos assim que as postas se abriram mostrando na sua frente o tapete vermelho que se findava na frente do altar. Nem se deu conta de que estava caminhando, de fato ela não se deu conta de nada, nem dos convidados, nem da bela decoração, nem do seu noivo que estava sorridente no altar.

- Está linda meu amor - Foi só quando a voz de Randy ressoou em seus ouvidas que ela pode sair do transe. Não virou em momento algum, o medo a paralisou.

E pareceu infindável o tempo que pastor passou relatando a importância do casamento, de fato seus ouvidos estavam tão ocos quanto sua cabeça, a tensão era tanta que ela podia sentir nitidamente flocos de suor formando-se em sua testa.

- Sim, eu aceito - Foi a voz de Randy que tirou-a do devaneio mais uma vez.

- Aceito - Ela disse quase mecanicamente. Mais algumas palavras proferidas pelo pastor, então os lábios de Randy pousaram sobre os seus e uma salva de palmas ecoou pelo jardim.

Enquanto eles passavam pelo tapete diante de uma chuva de arroz, ela teve coragem suficiente para perguntar no ouvido de Randy.

- Todos os seus irmãos estão aí, inclusive Michael?

- Ele não pode vir para a cerimônia - Um amplo sorriso formou-se em seu rosto, o primeiro sorriso que ela dera aquela noite.

(...)

A festa já acontecia de forma animada nos jardins de Encino, Mia já havia se livrado do vestido de noiva e agora desfilava ao lado do marido, dentro de um modelito branco muito bonito. Todos os costumeiros "clichês" do casamento já haviam acontecido _ Dançar a valsa, cortar o bolo, jogar o buquê_ E agora, muito mais tranquila, ela dançava com o marido, uma melodiosa e romântica balada. Os músicos que tocavam ao vivo, em um pequeno palco, deram uma pausa, restando no local apenas os murmúrios dos convidados que falavam de forma um tanto frenética.

- Randy - A voz soou nas costas de Mia e ela sequer precisava virar para saber quem era - Desculpe irmão, mas só pude chegar agora, então a noiva não vai virar para que eu possa vê-la? - Mia sentiu todo seu sangue ser drenado para sua cabeça, o poder daquela voz foi tão forte que ela sentiu seus joelhos enfraquecerem e o ar desaprender o caminho até seu pulmões. Ela não podia se mexer, mas as mãos do seu marido a viraram e ela pode se deparar com aquele par de olhos negros, que se arregalaram no exato momento em que ele vislumbrou a figura de Mia a sua frente.

- Mia? - Sussurrou inaudivelmente.

Capítulo 8


Eu não sabia o que fazer ou falar. E se por um acaso eu soubesse eu não conseguiria falar nada.

- É.. ela é .. é

- Sim Michael, a Mia é minha esposa - Randy disse numa voz retumbantemente orgulhosa - Quem diria que eu me casaria com sua namoradinha de infância hein Michael?

- É, quem diria - A sonoridade da voz de Michael saiu um tanto debochada.

- E você não fala nada meu amor?

- Eu... eu não estou bem, vou ao toalete - Me desvincilhei de Randy e saí quase correndo pelo vasto jardim, ainda o ouvi me chamar mas eu não tinha coragem de olhar para trás e ver Michael ali novamente.

Já sentia os olhos arderem pelas lágrimas que eu me esforçava para que não caíssem. Meu coração batia tão freneticamente que meu peito doía. Assim que atravessei a porta do banheiro eu desabei em lágrimas , eu sabia que seria assim, eu sabia que não estava pronta para revê-lo, eu sabia que aquele amor estava lá, em um lugar do meu coração e bastaria eu vê-lo para que ele voltasse com força total. Que Deus me ajude, pois como posso voltar aquela festa e sorrir ao lado do meu marido, sentindo todo esse amor contido tomando conta de cada célula do meu corpo... e esse amor não é de Randy, meu marido, e sim do irmão dele.

Um baque na porta fez eu me sobressaltar e limpar rapidamente meu rosto. Eu virei-me e só quando estava recomposta foi que olhei pra quem me fazia compania e eu tive certeza que aquele não era meu dia.

- Ohh você deve ser a noiva de Randy - A belíssima mulher perguntou-me animada e sorridente. Mostrando-me seus dentes brancos em meio a lábios pintados de vermelho.

- Sim.

- Prazer, sou Eva Jackson, esposa de Michael - Ela estendeu-me sua mão e eu a apertei.

Ela era tão bonita, absurdamente bonita. Não era de se estranhar que Michael fosse completamente louco por ela.

Olhei-a mais uma vez e depois meu próprio reflexo no espelho. Nem maquiada e penteada eu conseguiria me equiparar a ela...

Bom, pelo menos ele lembrou-se de mim, talvez agora ele dê risada das promessas que fizemos um ao outro, talvez ele deva estar dando risada agora mesmo da droga de mulher que me transformei.

- Você não vem - Pausou - Como é mesmo seu nome?

- Mia.

- Ohh sim, você não vem Mia - Assenti e segui logo atrás dela.

Assim que nossos pés atravessaram o umbral da porta pude ouvir passos a nossa frente e assim que levantei a vista o vi parado sorrindo... para ela, porém seu sorriso morreu assim que ele me viu logo atrás.

- Meu amor, veja quem encontrei no toalete, a noiva. Vocês já se conhecem?

- Sim - Respondi hesitante. Eva permaneceu sorrindo falsamente enquanto Michael me olhava fixamente.

- Vamos querido?

- Vamos rainha - Ele beijou os lábios dela.

- Até logo Mia.

- Até - Observei os dois se afastarem sentindo-me uma completa idiota, mas eu não ia mais me lamuriar, meu marido estava me esperando para continuarmos a festa e era somente nele que eu me concentraria. Era Randy quem merecia minha atenção, carinho e... amor.
Marchei em direção a mesa onde todos da família estavam sentados e sentei-me ao lado de Randy.

Capítulo 9


A noite transcorreu de forma irritantemente tediosa. Eu tentei a todo custo manter-me afastada do casal-grude, e com esforço consegui concentrar-me em meu marido.

- Hora de irmos amor - Sussurrou em meu ouvido, assenti.

Porém antes de irmos infelizmente tivemos que cumprimentar os demais familiares. Eles formaram uma fila para nos cumprimentarmos antes de entrarmos no carro e então um a um foram nos abraçando. Eu estava absorta no momento e não percebi quem era o último da fila, que estava pronto para receber um abraço e desejar felicitações.

- Seja muito feliz querida - A voz anasalada e chata de Eva disse um tanto alta.

- Obrigado - Sorri sem vontade alguma.

- Sabe Eva, Michael e Mia já foram muito, muito próximos quando jovens - Rebbie soltou, ao meu ver como uma forma de alfinetar Eva. Essa por sua fez desfez o sorriso quase que instantaneamente e direcionou o olhar a mim.

- Mesmo? - Franziu o cenho - Deve ter sido mesmo a muito tempo - Olhou-me com desdém.

- Pode até ter sido a muito tempo, mas ainda sinto que ambos tem uma ligação.

- Pare de falar bobagens Rebbie - Randy disse um tanto irritado.

- Esqueça isso Rebbie, foi a muito tempo - Disse apaziguadora. Ela deu de ombros - Então vamos logo Randy? - Perguntei para quebrar o clima, mas a verdade era que minha vontade maior era ficar ali e se possível olhar para Michael o resto da noite e me deleitar com a sensação de amor que ele me fazia sentir.

- Faltou meu abraço, Mia - Ouvi Michael balbuciar assim que larguei meus pais do abraço.

- Cla...claro Michael - Eu não sei exatamente como encontrei forças para caminhar até ele... ahhh e quando aqueles braços me singiram, e aquele cheiro invadiu minhas narinas, eu senti-me desvanecer em seus braços. O coração batendo erraticamente, as mãos suando, as pernas trêmulas... Deus, eu amava esse homem. Consegui levantar meu braços para apertá-lo em torno de mim e o ouvi suspirar quando o fiz.

- Quero muito falar com você, a sós - Ele sussurrou baixo demais até para mim que estava grudada nele.

- Hey, solte minha esposa Michael - Randy disse divertido dando um tapinhas nas costas de Michael. Quando nos soltamos do abraço demasiado longo, estávamos um tanto ofegantes e bastante corados. Se Michael estivesse sentindo o mesmo que eu, eu poderia afirmar que nossas bochechas tingidas de vermelho se davam pelo fato de estarmos quentes.

- Boa viagem - Kath sorriu um tanto nervosa - Andem logo ou irão se atrasar.

Eu e Randy adentramos no carro e partimos rumo a um hotel-fazenda, decidimos que não iríamos viajar. Bom, eu não quis , pois não poderia deixar as aulas agora e ele também estava um pouco ocupado, então passaríamos apenas o final de semana fora.

Antes do carro fazer a curva para deixar a mansão ainda pude ver Michael olhando em direção ao carro e meu coração comprimiu-se com a cena... tão perto e ao mesmo tempo tão longe...

Capítulo 10


(FlashBack) Gary, Indiana - 1969

- Quando você volta Michael? - Perguntou agarrada as mãos dele.

- Eu não sei Mia - Deu de ombros. Lá no íntimo, lá no fundo do coraçãozinho a garotinha sabia que de algum modo ela demoraria a ver Michael. Não sabia ao certo se seria dias, meses ou anos, mas ela sentia que um longo tempo os afastaria.

- Fiz isso pra você - Ela entregou a Michael um bonito cartão. Ele sorriu ao segurá-lo entre as mãos e o abriu.

- Um anel? - Sorriu. Mia assentiu.

- Está escrito "para sempre juntos" - Ela mostrou-lhe a pequena escritura no aro interno do anel.

- Eu voltarei Mia, prometo que voltarei e ainda seremos muito felizes - Ela assentiu sem muita certeza.

- Leia o cartão - Ele cheirou o pedaço de cartolina bem cortado e pode sentir o cheirinho de menina dela. Começou a ler o cartão em voz alta.

" - Eu prometo um dia voltar a estar com você
Prometo te proteger, te querer.
Eu prometo que sempre ao olhar as estrelas eu lembrarei do brilho de teus olhos e do quão maravilhoso é o sorriso teu.
Eu prometo ser tua amiga por toda a vida e que jamais irei magoar você.
Por que pra mim o mundo é mais maravilhoso por que você existe!
Mesmo que eu não cumpra todas essas promessas deixo aqui uma que prometo cumprir: Eu Prometo te amar... " - Ele voltou a guardar o cartão dentro do envelope e colocou o anel em seu dedo.

- Vai ser difícil ficar sem vê-la - Comentou triste.

- Vai ser difícil para mim também.

- Michael, ande logo ou nos atrasaremos - Joseph gritou impaciente.

- Vá - Ela soltou as mãos dele.

- Eu volto, eu prometo - Michael voltou a capturar as mãos dela e apertou-as e antes de sair rumo ao carro ele grudou seus lábios nos dela. Foi ali que ambos compartilharam o primeiro beijo, claro que já haviam se beijado outras vezes, mas não passou de breves selinhos. Agora já mais crescidos puderam compartilhar a magia do primeiro beijo. Não foi nada profundo e técnico, afinal eles só tinham 11 anos, mas foi de um amor tão profundo que era realmente difícil de se explicar.

Ela observou-o entrar no carro e acenar... Foi a última vez que ela o viu desde então. (FimDoFlashBack)

- Algum problema querida? - Randy perguntou ao notar o quanto meus olhos estavam marejados.

- Lembranças - Sorri.

Ele chegou-se um pouco mais a mim e tentou beijar-me, no primeiro momento me permiti ser beijada, mas quando notei suas reais intenções o afastei.

- Se importa se deixarmos para amanhã? É que tenho que acordar cedo - Perguntei um pouco constrangida.

- Não há problema algum meu amor. Durma em paz - Beijou meus cabelos e virou para dormir.

Tinha sido assim esses últimos dias, ele tentava me persuadir todos os dias, mas eu não me sentia mas bem me entregando a Randy, não depois de ter visto e abraçado o irmão dele. Pode parecer louco, mas é como se de alguma forma eu pertencesse a Michael. E droga, Randy não merece ser tratado assim, sempre foi tão carinhoso, paciente , bondoso, não sei como ele tem aturado essa dispersão no decorrer desse mês, e o pior é que quanto mais eu tento melhorar, pior fica.

(...)

- Como foi no trabalho? - perguntou gentilmente, acariciando minha mão.

- Como sempre.

- Tenho algo a lhe dizer. A família irá passar o final de semana em Neverland. O "dia de Joseph" será no sábado, então iremos todos pra lá, não é legal?

- Er...é - Gaguejei antes de responder. Era só o que me faltava, um final de semana inteiro na casa de Michael.

Capítulo 11


Quando o carro de Randy parou em frente a casa principal do rancho, todas aquelas sensações que senti quando o vi no casamento vieram a tona.

Eu e Randy descemos do carro de mãos dadas e um pouco mais a frente estavam parados os carros que vieram com os demais Jacksons.

- Esse lugar não é mesmo lindo? - Randy perguntou-me. De fato Neverland era belíssima, mágica, mas eu estava perdida demais no sorriso de Michael para sequer olhar ao redor, e quando Michael estava por perto parecia que as coisas ao seu redor se curvavam diante da beleza dele, e sorrindo então conseguia ficar ainda mais belo.

- É sim - Respondi Randy tentando desviar os olhos de Michael, que agora abraçava a mãe e parecia alheio a nossa presença.

Nos aproximamos e a primeira a nos cumprimentar foi Eva.

- Bem vindos - Ela sorriu, mas eu podia sentir o quão falso era seu sorriso.

- Obrigada Eva - Agradeci. Foi a vez de Michael aproximar-se para nos cumprimentar. Graças aos céus dessa vez não teve abraço, era embaraçoso quando eu estava muito próximo a ele, eu agia feito aquela menina de Gary.

Depois dos devidos cumprimentos fomos guiados até a casa de hóspedes. Cada um ocupou um quarto, já que as comemorações ao 'dia de Joseph' só seriam amanhã , não havia nada em grupo a se fazer durante aquela noite.

Randy levou-me a alguns lugares pelo rancho_ parque, zoo, lago _ e depois todos se agruparam na sala de estar para baterem papo.

Para mim a conversa estava chata e enfadonha, eu não suportava mais olhar para a tal Eva que de quando em quando levantava-se e esgueirava pela sala, num rebolado exagerado, tipíco de mulheres que querem seduzir a todo custo. Sem falar nos beijos que ela trocava com Michael.

Em dado momento todos estavam envolvido demais em uma conversa sobre o showbussiness para me notarem, então eu saí da sala sem fazer alarde. Como não conhecia o rancho decidi não ir muito longe, parei a alguns bons metros da casa em frente a um bonito jardim, sentei-me em um banco de ferro branco que estava deposto bem embaixo de uma frondosa árvore e me permiti apreciar a beleza que me rodeava.

- Fugindo Mia? - Me sobressaltei .

- Michael , o que faz aqui? - Ele sorriu e segundos após já estava sentado ao meu lado.

- Vi que tinha saído, vim vê-la. Eu disse que precisávamos conversar a sós - Ele direcionou o corpo para ficar de frente para mim.

- O que quer falar comigo? - Perguntei nervosa.

- O que te levou a casar com Randy?

- O mesmo que te levou a casar com Eva - Respondi irritadiça.

- Por que Randy? Por que logo meu irmão? - Perguntou no mesmo tom irritado que eu usei.

- Pare de me fazer perguntas idiotas. O que isso importa agora? Você está casado, eu estou casada, somos felizes em nossos casamentos.

- Você poderia ter me procurado antes - Acusou.

- Do mesmo modo que você poderia ter me procurado, no entanto você casou-se e seguiu sua vida. Queria o que? Que eu passasse o resto dos meus dias confiando em uma promessa feita por um garoto de 11 anos?

- Não foi uma promessa vaga, você sabe que não foi - Disse sério.

- Tanto não foi que você esqueceu-se dela assim que lhe deu na telha - Disse debochada, já me levantando da cadeira .

- Espera - Gritou.

- Esperar pra que? Pra você me dizer que "Desculpe se a iludi Mia, mas só tinha 11 anos" ou melhor, pra você dizer "Você não deveria ter se casado com o meu irmão"? Não quero suas desculpas, não quero suas acusações, não quero nada que venha de você - Voltei a andar, mas senti meu braço ser segurado com força me fazendo parar de imediato.

- Não - Me encarou - Para dizer que eu te amei por todos esses anos e que inexplicavelmente eu te amo até hoje .

Silêncio, foi assim que permanecemos por segundos que pareceram horas. Eu estava incrédula o bastante para falar algo, ou para fazer algo. Ahhh mas quando meus olhos encontraram aquele par de olhos negros eu senti-me relaxar, a deleitante sensação de amor tomando conta do meu coração e então estávamos peto... perto ... perto demais para roçar os lábios, perto demais para sentir a respiração um do outro, perto demais para conseguirmos nos separar... e não teve jeito , o roçar de lábios transformou-se em um beijo, de começo era apenas lábios se mordiscando, mas como se fosse impressindível, as línguas tiveram que se tocar, as bocas tiveram que se descobrir. Era a primeira vez que nos beijávamos assim tão intensamente. A mão quente de Michael apoiada firmemente em minha cintura e a minha mão embrenhada em seus cachos cheirosos. Não sei dizer se o beijo foi longo ou rápido , mas posso afirmar que quando nos soltamos ambos estávamos ofegantes e sorridentes.

- Amanhã, na hora da reunião, espero você no chalé perto do lago - Ele sorriu de forma sapeca e como se nada tivesse acontecido colocou as mãos nos bolsos de sua calça, deu-me as costas e saiu dali deixando-me perdida entre uma confusão de sentimentos, mas o sentimento que predominava era sem dúvida o amor.


Capítulo 12


O dia em Neverland foi cheio de atividades, shows de mágica, seção de cinema, voltas e voltas nos brinquedos, tour pelo zoo e uma guerra de bexidas d'água. Eu procurei participar do que eu podia, eu adorava aquele tipo de coisa, mas desde ontem minha cabeça estava em outro lugar, pra ser mais exata, naquele jardim onde nos beijamos. O gosto da boca dele ainda estava ávido na minha boca, as palavras dele ainda ecoavam em minha mente. Era tão difícil vê-lo agora correndo pelos jardins de Neverland, tal qual um de seus primos de 8 anos, e não poder abraçá-lo, beijá-lo, sequer podia olhar muito para ele, pois eu tinha medo de não resisti-lo. E ainda era obrigada a ver a tal de Eva pendurada nele. Deus, e não saia da minha cabeça o pedido que ele me fez "Encontre-me no chalé próximo ao lago"... Eu iria, não pensaria duas vezes antes de ir, estava pronta pra arriscar, afinal tratava-se de meu amado e por Michael eu enfrentaria tudo.

A noite caíra mais rápido do que eu esperava e agora aqui estou eu, pronta para dar uma desculpa ao meu marido e ir de encontro ao irmão dele.

Desci as escadas e encontrei na casa apenas uma das empregadas.

- Boa noite querida, viu Randy?

- Sim senhora, todos estão na casa principal.

- Obrigado - Me apressei em sair da casa.

Neverland estava iluminada, o que a fazia parecer ainda mais lúdica e mágica. Caminhei apresadamente pelo gramado verdinho, me esgueirando pelos cantos menos iluminados do caminho, 5 minutos depois eu estava em frente ao chalé onde Michael dissera que me esperaria.

Á passos decididos me aproximei-me e sem me dar ao luxo de pensar ou sentir remorso, eu entrei no chalé. Tudo estava a meia luz no lugar, que por sinal era bastante simples e aconchegante. Um barulho vindo, do que parecia um quarto, chamou minha atenção, ainda sem fazer barulho caminhei até lá, empurrei a porta que estava entreaberta e avistei-o... Ele parecia ainda mais bonito assim banhado pela luz da lua. Estava de costas para mim, olhando pela janela.

- Michael - Chamei, ele virou-se.

- Você veio - Sorriu enquanto caminhava em minha direção. Puxou-me em um abraço apertado, a mão segurando firme os cabelos da minha nuca - Tive medo que não viesse, que não acreditasse em mim, que achasse que eu estava brincando - Explicou-se.

- Como eu poderia achar isso amando-o assim? - Ele sorriu lindamente.

- Depois de 20 anos de separação ainda conseguimos nos amar, ainda consigo sentir isso perto de você - Capturou minha mão e colocou-a sobre seu coração, o mesmo batia aceleradamente.

- Me sinto da mesma forma. Eu pensei tantas vezes que tivesse me esquecido, que amasse sua esposa e que agora ria das promessas que fizemos um ao outro.

- Nunca Mia, nunca - O tom de sua voz baixou apenas para um sussurro, enquanto seu rosto aproximava-se do meu.

Nossas bocas uniram-se em um beijo intenso e carinhoso, a mão de Michael passeou desde meu pescoço até meu ombro, arrastou a alça do meu vestido para baixo e plantou ali um beijo, repetiu o ato no outro ombro. Eu o olhava completamente hipnotizada, a respiração já não saia mais de forma normal. Michael afundou seu olhar no meu e segurou-me pela mão, logo estávamos sentados na cama.

Ele ajoelhou-se na minha frente e passou a livrar-me das sandálias, sempre depositando beijos na minhas pele descoberta. Suas mãos subiram por minhas pernas e coxas, arrastando com elas o tecido do meu vestido, até puxá-lo por cima de minha cabeça.Michael inclinou-se fazendo minhas costas encostarem no colchão, voltamos a nos beijar, as mãos dele passeavam por todo meu corpo espalhando ondas de calor por todo ele. Minhas mãos saíram de suas costas largas para desabotoar sua camisa, e foi apenas questão de segundos para ele estar livre de suas roupas e eu também já não usava mais nada. Eu admirei-o por segundos, passeando minhas mãos sobre seu peito arfante. Michael franziu o cenho quando minhas unhas rasparam em sua barriga.

- Não aguento mais Mia - Ele sussurrou pausadamente, sua testa encostada a minha.

- Então me faça sua meu amor, como eu sempre sonhei - Ele inclinou-se um pouco para baixo para beijar meu pescoço, envolveu meus seios com as mãos , porém logo senti seus lábios deslizarem pela pele sensível dos mesmos, beijando-os, uma carícia enlouquecedora. A mão que antes repousava em meu seio foi para o meio de minhas pernas, arqueei as costas e gemi em resposta a sua carícia íntima.

- Michael - Chamei-o sofregamente.

- Sim meu amor, eu sei - Ele disse-me como se antevesse o pedido que eu o faria a seguir.

Minha perna envolveu sua cintura, observei-o apoiar-se nos cotovelos enquanto afundava-se em mim... Ahhh se eu achava que seria maravilhoso tê-lo dentro de mim, eu não tinha achado errado. Fechei os olhos deleitando-me com os movimentos cadenciados de seus quadris, a união de nossos sexos, o impacto de nossos corpos... Tudo era demais para mim.

- Mia, abra os olhos - Pediu e eu o fiz, encontrando um par de olhos negros tomados de desejo. Sentia-me cada vez mais perto da libertação.

- Oh Michael - Enterrei minhas unhas em suas costas sentindo os espasmos perpassarem meu corpo, espasmos esses que só aumentaram quando senti Michael derramar-se em mim.

Ele caiu ao meu lado na cama e puxou-me para seu peito, que ainda arfava de forma constante pela respiração irregular.

- Eu a amo tanto - Ele quebrou o silêncio. Levantei a cabeça para olhá-lo e encontrei-o sorrindo.

- Também o amo - Mas infelizmente meus olhos vagaram para o lado e eu vi o relógio "9:30". Aquilo trouxe de volta a realidade - Eu tenho que ir - Disse triste, já me levantando. Catei minhas roupas e rapidamente as vesti.

- Mia - Michael, que até a pouco estava deitado me olhando, levantou-se - Vou dar um jeito nisso e não esqueça que eu amo você.

- Também te amo, muito - Antes de sair porta a fora nos beijamos mais uma vez e prendemo-nos em uma braço demorado, tentando gravar em nossas mentes o contato e o cheiro um do outro.

Eu ia com a certeza de que agora não nos perderíamos mais um do outro.

Capítulo 13


No dia seguinte eu e Randy fomos embora cedo demais , então nem o vi.

Na noite anterior quando cheguei na casa de hóspedes em Neverland, encontrei-a vazia, logo depois de um banho rápido eu me enfiei embaixo das cobertas, Procurei limpar minha mente do que tinha acabado de acontecer, precisava dormir pra não ter que olhar para Randy quando ele chegasse. Mas era para ele que eu estava olhando agora, enquanto dirigia tranquilamente pela estrada... Eu não queria magoá-lo, ele era tão bom comigo, a culpa de tudo isso era minha, eu aceitei me casar pra tentar me livrar de um amor do passado e olha só no que deu, aqui estou meu me sentindo culpada, mas não arrependida.

- Algum problema meu amor? - Randy perguntou afagando minha mão.

- Nenhum - Sorri forçadamente.

(...)

2 dias haviam se passado desde aquela noite em Neverland e desde então eu não consigo fazer nada direito, nem comer, nem dormir, nem dar aula, muito menos prestar atenção em Ransy. Ele notara o quão distante eu estava e eu dei-lhe como desculpa 'problemas no trabalho'. A verdade era que eu estava morrendo de saudades de Michael.

O meu casamento com Randy não estava indo como um casamento tem de ir nos primeiros meses de casados. Nos dávamos bem, éramos próximos e amigos, mas era só isso. Quando algo a mais deveria acontecer eu dava um jeito de me esquivar, então só quando era inevitável eu transava com Randy, mas me sentia traindo o Michael... mas que droga, eu deveria estar louca, eu estava traindo o Randy e não o contrário.

(...)

- Quando volta?

- Amanhã a noite querida. Cuide-se - Randy beijou meus lábios e saiu porta afora.

Eu tinha acabado de tomar banho e vestir uma camisola para me deitar, quando a campainha tocou. Desci para atender a porta e quando o fiz...

- Michael?

- Posso entrar? - Perguntou sorrindo.

Capítulo 14


- C-c- claro - Ele adentrou a casa.

- Michael, o Randy...

- Eu sei que ele viajou - Suspirou - É que eu não aguentava mais ficar longe de você - Meus olhos encontraram o dele e ambos sorrimos. Corremos para os braços um do outro e nos envolvemos em um abraço.

- Senti tanto a sua falta meu amor - Balbuciei em seu ouvido, ele apertou-me mais em seus braços. Nossos corpos se afastaram para nos olharmos nos olhos, as mãos dele prenderam minha face.

- Amo você - Ele umideceu os lábios e roçou-os nos meus.

O beijo aprofundou-se a medida que nosso desejo aumentou. As mãos ficaram ávidas em se tocar, as respirações ofegantes e os corações muito acelerados.

- Preciso fazer amor com você. É o que mais quero - Sussurrou contra meu lábios.

- Sou sua Michael - Ele passeou os olhos do meu rosto e fixou-os em meus lábios, prendendo meu lábio inferior entre seus dentes, puxou-o lentamente, fazendo-me gemer.
Agarrei sua mão e o trouxe até o sofá, o empurrei, fazendo-o cair sentado, ambos rimos. Fiz ele separar as pernas um pouco e pairei no meio delas, desfiz o laço do robe e o deixei cair aos meus pés. Logo depois desci as alças da camisola e ela seguiu o mesmo rumo do robe, caindo a chão. E tão rápido eu também estava sem lingerie.

Agora sen ter de prestar a atenção em me desfazer das roupas, eu pude observá-lo melhor. Olhava-me fixamente, a respiração dele estava ainda mais irregular, os lábios separados, convidando para um beijo. Michael ergueu a mão e tocou meu ventre, uma carícia leve, um roçar apenas com as pontas dos dedos. Essa mesma mão subiu por meu corpo até parar em um dos meus seios e o apertar. Gemi, jogando a cabeça para trás. O passeio de sua mão voltou e agora ele deteu-a em minha cintura e puxou-me, fazendo-me cair em seu colo, montada nele.

- Você é linda - Comentou com a voz entrecortada.

- E você é perfeito.

Voltamos a nos beijar. Minha pele arrepiava-se a cada aperto que ele depositava em minha cintura, isso deixava-me ainda mais afoita. Então passei a livrá-lo da camisa o mais rápido que pude. Não demorou para que ele estivesse sem ela e meus lábios estivessem provando da sua pele desnuda. Nossos sexos roçaram e ambos gememos com o contato. Desci do seu colo e deitei-me sobre o tapete felpudo, que estava bem a nossa frente.

- Vem - O chamei com o indicador. Ele levantou-se e antes de se ajoelhar em minha frente livrou-se das roupas que ainda cobriam-no.

Ele agarrou-me pelas coxas, inclinou-se até minha intimidade e pousou seus lábios ali, provando-me, sugando-me, até me levar a um orgasmo maravilhoso.

- Quero você dentro de mim - Disse agarrada a suas costas largas.

Michael atendeu meu pedido, enterrando-se em mim. E a sensação de plenitude me atingiu mais uma vez, mas aquela noite eu estava sedenta demais e não me contive, virei-o e me pus em cima dele. Os movimentos aumentaram. Minha intimidade o apertava cada vez mais seu membro dentro de mim. Arranhei seu peito quando senti os espasmos do orgasmo mais uma vez. E quando Michael urrou de um jeito altamente sexy, eu voltei a me derramar para ele e finalmente senti-o apertando minha cintura e atingir seu ápice.

Agora estávamos deitados no tapete da sala, as respirações normalizadas, os corações ainda batiam aceleradamente, mas não era mais o desejo crescente que os deixavam assim, era apenas por estarmos perto um do outro.

Eu estava com a cabeça deitada sobre seu peito, uma perna entrelaçada a dele e meu braço em volta de sua cintura.

- Michael?

- Sim.

- Por que casou com Eva? - A pergunta veio do nada em minha mente e simplesmente saiu. - É que você é tão diferente dela.

- Sempre me senti sozinho Mia, eu buscava uma mulher que estivesse disposta a me acompanhar em tudo e Eva mostrou-se essa mulher. Também tinha o fato de eu achar que jamais voltaria a te ver.

- Mas você a trata tão bem, parece apaixonado - Disse magoada com minha próprias palavras.

- Meu amor todas as mulheres merecem ser tratadas bem. E não, não sou apaixonado por ela, mas eu fui. Gosto muito da Eva, mas é um carinho diferente - Ele suspirou - E você por que casou-se com Randy?

- Também me apaixonei por ele no começo. Nada que se compare ao que sempre senti por você. Também vi nele uma forma de me aproximar, saber se ainda acreditava nas promessas ou se você nem lembrava mais delas.

- Eu nunca te esqueci, e muito menos esqueci de nossas promessas. Nunca tive coragem de procurá-la por que pensava igual a você. Achei que já estivesse casada, com filhos e eu não queria bagunçar sua vida.

- Daí eu apareci e baguncei a sua não é?

- A melhor coisa que já aconteceu - Inclinou-se para beijar meus cabelos.

- Me sinto culpada por estar fazendo isso com Randy - Balbuciei.

- Eu darei um jeito nisso, muito em breve pedirei o divórcio a Eva e falarei com Randy. Peço que espere que eu resolva alguns problemas.

- Vai ser difícil não é?

- Mas estaremos juntos - Levantei meu rosto para olhá-lo e encontrei-o sorrindo lindamente.

- Sempre - Sorri.

- Eu prometo - Mais um beijo apaixonado foi compartilhado.

Michael ficou comigo até uma parte da madrugada, depois ele se foi. Eu fiquei com aquela saudade antecipada, com certeza passaríamos dias sem nos ver.

Capítulo 15


1 mês havia se passado desde então e nada havia mudadi. Meu casamento com Randy continuava se arrastando,eu continuava pensando em Michael 24 por dia e continuava morrendo de saudades.

A noite iríamos para uma festa em Encino. Randy disse-me que era uma festa de gala.
Joseph estava dando essa tal festa para inaugurar seu mais novo projeto, uma gravadora. Eu tinha passado toda a semana me preparando pra essa festa, mas não porque eu realmente me importava com ela e sim por que eu quero estar linda para ver o Michael. Bem, vai ser muito difícil vê-lo ao lado de Eva e não poder beijá-lo, abraçá-lo, mas para mim já vale estar suficientemente perto dele.

Era 1 mês de separação, durante esses dias só nos falamos uma vez pelo telefone e por muito pouco tempo. É claro que eu estava me corroendo de saudades.

(...)

- Vamos querida ou iremos chegar muito tarde - Ouvi Randy gritar. Acabei de passar o batom e desci as escadas o mais depressa que consegui.

- Prontinho.



- Uau, vocês está simplesmente maravilhosa.

- Obrigada - Sorri. Randy se aproximou e depois de enlaçar a mão na minha partimos para a festa.

(...)

- Como estou querido? - Eva perguntou mostrando-se para Michael.


- Está linda Eva - Respondeu sem prestar atenção nela.

- Está estranho Michael...

- Impressão sua - Virou-se - Vamos embora.

Ambos seguiram para a festa em total silêncio.

(...)

As mesas estavam dispostas no jardim de Encino, todas cobertas por uma toalha branca, um vaso de peônias rosas e dois pequenos castiçais adornavam-as.

- Que bom que veio querida - Kath falou animadamente, assim que Mia se aproximou.

- A festa está linda Kath, parabéns - Sorriu.

- Obrigado querida.

- E os outros mamãe? - Randy perguntou.

- Seus irmãos estão todos por aí.

- Michael chegou? Preciso falar com ele.

- Chegou meu filho. Ele está com Eva na pista de dança.

- Se importa se eu for lá querida?

- Pode ir Randy - Ele depositou um beijo nos lábios de Mia e se afastou.

Mia pegou uma taça de champanhe e pôs-se a passear pela festa. Ela não estava passeando aleatoriamente, sabia exatamente onde queria ir. Mia desejava desesperadamente vê-lo, mesmo que fosse de longe. Então seguiu para a pista de dança. Mas ela não viu uma cena muito animadora quando chegou em um bom ângulo da pista e avistou Michael. Ele estava beijando Eva, não um beijo qualquer, mas um beijo que soava bastante apaixonado. Ela sentiu vontade de vomitar com cena. Colocou a taça na bandeja do garçom que passava e passou o dorso da mão no rosto, enxugando uma lágrima teimosa que lhe escapou. Michael abriu os olhos e a viu, no mesmo instante Mia virou-se e saiu quase correndo dali. Michael inventou uma desculpa qualquer para Eva e correu atrás de Mia.

- Michael, quero falar com você - Randy disse segurando-o.

- Daqui a pouco Randy - Desvincilhou-se dele e continuou em passos apressados.

Ele encontrou-a no jardim dos juntos, em um canto escuro do mesmo...

- Mia - Chamou-a.

- Vá embora Michael - Disse fungando.

- Meu amor - Ele se aproximou e enlaçou-a em um abraço. Mia tentou se desvincilhar, mas Michael apertou-a ainda mais contra si - Eu amo você, VOCÊ - Disse firme - Entenda de uma vez por todas que a mulher que sempre amei e sempre vou amar se chama Mia.

Mia poderia até estar com raiva dele naquele momento, mas a saudade e o desejo eram mais fortes. E quando ela baixou os olhos e encarou os lábios dele, foi impossível de resistir.

Ela beijou-a intensamente, como se daquilo dependesse sua vida.

- Michael - Gemeu contra os lábios dele.

Ele jogou-a contra a parede de uma pequena viela que havia ali e Mia não hesitou em puxá-lo para si. Michael levantou o vestido dela e embrulhou-o na cintura, ela ajudou-o a livrar-se de sua calcinha e não tardou em abrir o zíper da calça dele, baixando-a minimamente. Voltaram a se beijar. Michael segurou um dos seios de Mia entre as mãos e ela gemeu alto quando os dentes dele roçaram na pele sensível de seu pescoço. Mia ergueu a perna e enlaçou-a na cintura dele, para agilizar a penetração.

Michael penetrou-a de uma só vez, em um contato tão gostosamente inesperado que fez ambos quase gritarem. As estocadas em momento algum foram cadenciadas. Eram fortes, fundas e rápidas. O tesão gritava no corpo deles, as unhas de Mia estavam cravadas nas roupas de Michael, os lábios dele presos aos dela, o suor brotava em seus rostos, os gemidos aumentavam gradativamente... Até que ambos libertaram-se em um orgasmo não menos que maravilhoso.

Ainda ofegantes e trêmulos começaram a se ajeitar.

- Você é louco. A minutos atrás estava beijando Eva apai...

- Shh - Calou-a - Eu beijei ela, mas são só seus lábios que eu quero beijar. Apenas você me deixa louco a ponto de fazer loucuras como esta que acabei de fazer.

- Vamos voltar para a festa ou sentirão nossa falta - Mia ignorou todo o discurso dele e depois de mais uma ajeitada no cabelo virou-se para sair dali, mas Michael segurou-a.

- Ainda está brava?

- Me deixe Michael - Ela soltou-se e saiu dali, voltando para a festa. Cerca de 5 minutos depois Michael voltou para o lado de Eva. O que o casal não sabia era que Eva havia visto Mia sair dos jardins dos fundos e Michael sair logo depois... E se tem uma coisa que Eva não era, com certeza, era burra.

Capítulo 16


2 dias depois da festa...

Eu estava sentada à mesa, uma pilha de provas ao meu lado, prontas para serem corrigidas, quando Randy entra batendo a porta.

- Aí o que foi Randy? - Perguntei assustada. Eu jamais vira Randy daquele jeito. Estava acostumada com o temperamento calmo dele.

- Aquele idiota... ingrato - Balbuciava, caminhando de um lado a outro da sala. Parecia completamente transtornado.

- Me conte, o que houve? - Pedi tocando seu ombro.

- O Michael - Gritou. Meu coração gelou, imaginei que Randy pudesse ter descoberto algo e de uma péssima forma.

- O --- o que ele fez? - Gaguejei. Minhas entranhas tremendo com medo da resposta.

- Eu fiz uma proposta a ele e quase fui enxotado da casa dele - Um peso gigante saiu de minhas costas depois de sua resposta - Ingrato, aquele desgraçado fez fama e esqueceu de onde saiu.

- Mentira - Gritei.

- O que? - Randy perguntou incrédulo.

- Isso mesmo que ouviu. Você sabe muito bem que o Michael não é assim. Seus irmãos e seu pai são um bando de interesseiros que querem sugar o dinheiro dele.

- O que sabe dele, não o vê desde que eram crianças?

- Sei o suficiente para saber que ele não mudou e nem vocês - O olhei com desdém.

- Estou entendendo errado ou você está contra seu marido e está defendendo aquele idiota?

- Estou o defendendo sim. Pois tenho convicção do caráter digno dele, já não posso dizer o mesmo de você - Senti a lateral do meu rosto arder. Randy havia me dado um tapa.

- Eu não me casei com você pra te ver defendendo outro homem. Está me achando com cara de babaca? - Eu estava em choque e não conseguia respondê-lo - Por um acaso não está caindo de amores por ele, está?

- Você é ridículo - Passei a mão em meu rosto, enxugando as lágrimas - Eu vou embora daqui - Peguei minha bolsa, a chave do carro e rumei para fora.

- Mia - Ainda ouvi-o gritar, mas já estava atravessando o jardim.

(...)

- Michael - Chamou sensualmente. Ele tirou os olhos do livro e viu Eva parada a centímetros da cama, completamente nua.

- Eva, vista-se, por favor - Disse desconfortável.

- O que? - Gritou - Você está cego? Estou nua, quero fazer amor com você e está mandando eu me vestir?

- Isso mesmo - Fechou o livro e levantou-se.

- O que está acontecendo com você esses dias?

- Fale baixo - Pediu tranquilo - Só não estou com cabeça para isso.

- Não está me servindo de nada neste quarto - Disse irritada.

- Então eu saio - Michael vestiu o robe e saiu do quarto, deixando uma Eva inconformada.

Capítulo 17


Fazia algumas poucas horas que Mia havia deixado sua casa quando alguém tocou a campaia. Randy deixou o copo de uísque sobre a mesa de centro e caminhou trôpego para atender a porta.

- O que faz aqui? - Perguntou assim que viu o rosto impassível de Michael.

- Vim falar com você - Michael franziu o cenho - Está bêbado Randy? - Entrou na casa e fechou a porta atrás de si.

- O que acha? - Disse com a voz arrastada - E você ainda não disse o que veio fazer aqui - Caiu sobre o sofá.

- Vim te dizer que pensei melhor e... decidi ajudá-lo.

- Agora não quero mais - Randy ergueu-se para ficar na altura de Mihael. Desequilibrou-se, mas se manteve de pé - Por sua causa eu briguei com a Mia, por sua causa eu bati na mulher que eu amo... tudo culpa sua.

- Você fez o quê? - Michael perguntou incrédulo.

- Eu não queria ter dado um tapa nela, mas Mia estava defendendo você e... - Ele perdeu a linha do raciocínio e parou de falar.

Michael agarrou a camisa de Randy e o sacudiu.

- O que mais fez com ela? Diga-me - Sacudu-o mais violentamente.

- Só isso. Agora me largam eu quero dormir - A voz de Randy estava tão embolada que era difícil entendê-lo.

- Idiota - Michael jogou-o no sofá e saiu a toda da casa. Mas não antes de pegar um bloco de endereço e telefones que repousavam ao lado do telefone.

- Para onde Sr. Jackson? - O motorista perguntou assim que Michael adentrou o veículo.

- Para esse endereço Ray - Michael estendeu para Ray a folha onde estava escrito o endereço da casa dos pais de Mia.

(...)

O telefone toca em Encino.- D. Kath, telefone para a senhora - A jovem empregada disse do umbral da porta da biblioteca.- Quem é, Sara? - Perguntou com a costumeira voz doce.- É o Sr. Pedro, pai de Mia - Kath sentiu-se desconfortável, mas pegou o telefone.- Kath?- Sim, Pedro, o que quer?- Tenho más notícias.- O que aconteceu?- Acabei de ouvir uma conversa entre Mia e a mãe. A Mia saiu de casa e... o Michael foi o motivo da separação - O sangue de Kath gelou.- Você acha que... - Não conseguiu terminar a frase.- Acho que sim - Disse angustiado.- Isso não pode acontecer Pedro, de jeito nenhum...

(...)

Mia já havia tomado banho e deitado-se. Não estava necessariamente com raiva do tapa que havia recebido, mas sim de ter errado ao ponto de se casar com Randy. Estava absorta em seus pensamentos quando um barulho chamou sua atenção. Ela olhou para a janela e em seguida o barulho se repetiu.

- Ora, mas quem é o engraçadinho que está jogando pedras na janela? - Perguntou a si mesma, enquanto levantava-se exasperada, pronta para colocar o moleque para correr.
Mas quando viu a silhueta alta e esguia, o sorriso branco e os cachos, seu coração acelerou.

- Michael?!

- Shh - Ele colocou o indicador nos lábios - Posso subir? - Sussurrou.

- Vem - Ela disse tão baixo quanto ele, Michael equilibrou-se na estreita escada lateral e subiu até a varanda do quarto dela. Mia puxou-o para dentro e fechou a janela, não esquecendo também de trancar a porta. - O que faz aqui?

- Precisava saber se estava bem, eu fui até sua casa e Randy me disse... aquele idiota - Bufou irritado - Está bem baby? Ele te machucou? - Disse afável. Mia sorriu encantada.

- Esqueça isso - Aproximou-se dele, segundos depois estavam aos beijos - Vem - Ela segurou-o pela mão e ambos sentaram na cama, um de frente para o outro.

- Não é mesmo romântico eu subindo pela sua janela? - Sorriu deslizando os dedos suavemente pelo rosto dela - Me senti o próprio Romeu.

- Não. Você nem se compara a ele, você é muito mais perfeito - Sorriram e mais um beijo se deu.

As mãos de Michael passaram pela lateral do corpo dela, parando nas coxas descobertas.

- Teremos de ser silenciosos - Ela sussurrou nos lábios dele.

- Manterei sua boca ocupada, para que não gema - Ele sussurrou de volta.

Segundos após o corpo nu dela estava sendo pressionado contra o colchão de sua cama, enquanto ela observava encantada e extasiada Michael dar-lhe prazer, beijando seus seios. Os sexos de ambos friccionando em uma excitante provocação, as peles quentes e suadas esfregando-se em busca de mais contato. Michael parou e inclinou-se um pouco para olhá-la.

- Você é tão linda. A amo tanto Mia - Ela sorriu em resposta, queria mesmo responder algo diante daquela declaração e daqueles olhos negros tão brilhantes, dizer-lhe que ela amava-o na mesma proporção e que era a mulher mais feliz do mundo por estar em seus braços, mas se falasse algo naquele instante choraria, então preferiu responder-lhe com um beijo.

E nos instante em que as bocas voltaram a se provar, Michael afundou-se nela... Mia sentiu vontade de gemer alto quando senti-o preenchê-la, mas seu gemido foi abafado pela boca faminta dele. Michael ia fundo e forte, sem sessar seus movimentos. O suor já fazia seus cachos grudarem no rosto. As bocas não se desconectaram um minutos sequer.

Mia empurrou-o e montou-se nos quadris dele. Foi impossível não arfar sentindo-o assim tão fundo. Ele espalmou as mãos nas nádegas dela e impulsionou os quadris para movimentar-se enquanto ela cavalgava.

- Ohhh - Ela gemeu.

- Shh - Michael pediu silêncio colocando o indicador nos lábios dela. Mia segurou sua mão e passou a chupar seu dedo obscenamente.

Ambos de cenho franzido e uma vontade louca de gritarem de prazer. Michael sentiu-a apertando-se ao redor 'dele', então puxou-a e beijou-a intensamente enquanto ambos desmanchavam-se em um orgasmo enlouquecedor.

(...)

- Vá com calma - Ela sussurrou rindo. Era cômico, porém bonitinho, vê-lo descendo a escada da varanda de seu quarto, de forma bem desajeitada. Michael desequilibrou-se umas duas vezes mais alcançou o chão sem cair.

- Nos vemos logo minha Julieta - Disse exagerando dramaticidade na voz.

- Te esperarei meu Romeu - Ela imitou-o, rindo - Amo você.

- Também a amo - Ambos sopraram um beijo no ar um para o outro. Então Michael entrou no carro e partiu.

Capítulo 18


2 dias passaram sem que Mia falasse com Randy e ela estava agradecida por ele ter dado esse espaço a ela.

O sol fraco iluminou seu rosto assim que ela deixou a escola, na qual estava lecionando hoje.

- Até logo professora - Um de seus alunos disse ao passar por ela.

- Até logo - Respondeu sorrindo.

Ela estava assim sorridente desde a noite de amor que teve com Michael.

Caminhou a passos rápidos para o estacionamento e assim que colocou a chave na porta para abrir seu carro, alguém chamou-a.

- Mia - Ela virou-se e viu Randy parado a centímetros dela.

- Oque quer aqui Randy? - Disse.

- Vim lhe pedir perdão - Disse choroso - Eu estou tão arrependido, me achando o maior dos idiotas... Mia - Suspirou - Naquele dia eu estava fora de mim, precisava de dinheiro e o Mike não quis me ajudar, então você veio defendê-lo... Poxa Mia, estamos casados a menos de 3 meses, eu tenho sido carinhoso, compreensivo, mas parece que tudo que eu faço te repele.

- Randy... eu

- Eu amo você Mia, sou completamente louco por você. Nesses últimos dias vivo bêbado pelos cantos, me arrastando - Mia observou-o fungar - Não sei viver sem você, eu a amo, me perdoe por favor.

O silêncio pairou no lugar por alguns segundos.

- A princípio não volte como minha esposa, volte como minha amiga, preciso tê-la por perto... por favos, Mia, pelo que vivemos juntos.

Ela não queria, mas compadeceu-se de Randy, das lágrimas dele e do péssimo aspecto que ele demonstrava.

- Tudo bem Randy, voltarei para casa - Suspirou pesadamente, achando-se uma completa idiota.

(...)

- Mia - A voz de Michael soou séria do outro lado da linha.

- Michael - Disse feliz - Que saudades amor ...

- Você voltou com Randy? - Ele foi direto.

- Precisamos conversar pessoalmente, te explicarei tudo.

- Me encontre no parque Wishespore, as 5 da tarde - Ele não esperou a resposta nem se despediu, apenas desligou.

(...)

- Acha que posso entender o que está me dizendo? - Michael perguntou nervoso. Ambos estavam parados embaixo de uma árvore bem afastada do movimento do parque. Mia tinha acabado de lhe contar o que havia acontecido.

- Michael, é provisório, quero preparar o Randy para nossa futura separação.

- Que desculpa ridícula - Riu sem vontade.

- Mas é a verdade - Irritou-se - Enquanto a você, por que não se separa de Eva? Faz 2 meses que promete isso e até agora nada.

- É diferente...

- Claro, é com você - Apontou o dedo para ele - Acabe com Eva e garanto-lhe que instantaneamente acabo com Randy.

- Você é teimosa, birrenta e impassível desde sempre.

- E você é egoísta, egocêntrico e intransigente desde que me lembro.

Se olharam com ira evidente, mas nenhum deles conseguiu sustentar a raiva por muito tempo. E aquela discussão terminou em um beijo intenso. Separaram-se apenas quando o ar lhe faltou.

- Precisamos resolver isso - Sussurrou contra os lábios dela.

- E nos vamos meu amor - Sorriu.

Michael não sabia, mas alguém tinha o seguido até ali e agora essa pessoa estava em canto do parque vendo toda a cena e prometendo a si mesma vingança.

Capítulo 19


Fazia quase um mês que Mia havia voltado para casa. Sua relação com Randy era de total irmandade, não dormiam juntos, porém tratavam-se muito bem. Mia não mentiu ao dizer que voltara pra casa para preparar Randy para a futura separação. Era isso que ela estava fazendo, não escondeu dele momento algum que iria pedir o divórcio muito em breve. Randy estava fazendo de tudo para reverter a situação.

Já em Neverland a história não era muito diferente. Michael estava deixando evidente que depois de lançar seu álbum ele pediria o divórcio e apesar das investidas noturnas de Eva, Michael manteve-se forte. Já Eva fingia que nada estava acontecendo.

(...)

Noite de festa para grande parte dos Jacksons. Finalmente o álbum HIStory seria lançado. Os Jacksons estariam lá para prestigiar mais essa estréia esperadíssima do mais famoso deles.

- Tem certeza de que quer ir comigo Eva? - Michael perguntou entediado. Já estava cansado de esquivar-se dela.

- Claro que sim. Ainda sou sua esposa - Disse com um sorriso falso nos lábios.

(...)

- Tem certeza de que eu preciso ir a essa festa Randy? - Mia perguntou entediada.

- Claro meu amor, você é minha esposa - Sorriu.

(...)

Quando Randy e Mia chegaram a festa, a mesma já estava lotada. Ele fez questão de agarrar a mão dela e sorriu assim que avistou os fotógrafos, ela, porém, não estava nada confortável. E ficaria menos ainda quando visse Michael ao lado de Eva.

- Ali está o Michael - Randy apontou com animação exagerada.

- Não era você que estava possesso com ele? - Arqueou a sobrancelha.

- Águas passadas, meu amor - Beijou a bochecha dela - Vamos lá.

Muito a contra gosto ela segui-o. Fechou a cara assim que notou a mão de Michael atada a de Eva.

- Boa noite Michal. Eva - Randy cumprimentou-os. Mia apenas deu um aceno de cabeça.

- Boa noite - Michael disse sério.

- Boa noite cunhadinho - Eva fuzilou Mia - Boa noite querida.

Mia sequer deu-se ao trabalho de responder.

- Se me derem licença, vou ao toalete - Ela não esperou a resposta. Desvencilhou-se de Randy e rumou para o banheiro.

- Vou retocar o batom, querido - Eva também desgrudou de Michael e seguiu Mia.

Assim que entrou no banheiro tancou a porta em um baque, chamando a atenção de Mia, que estava de costas até então.

- Aí que susto Eva - Disse encarando-a.

- Você se assustará muito mais com o que tenho pra dizer - Aproximou-se - Eu sei de tudo.

- Hã?

- Pare de bancar a idiota, sua vadia. Acha que não sei que está dando por meu marido? - Mia estava muda, atônita.

- Você está louca - Conseguiu dizer.

- Louco deve estar o Michael, ou cego, onde já se viu trocar uma mulher belíssima como eu, com a pele branquinha, os olhos azuis, os cabelos macios e loiros, por uma neguinha de cabelos crespos igual você? Você é ridícula, se toca coisinha, o Michael só está querendo provar uma coisa exótica pra diversificar. Ele não vai largar uma mulher como eu por uma coisa como você. - Mia concentrou toda sua ira na palma de sua mão e desferiu um tapa no rosto de Eva.

- Isso é pra aprender a não menosprezar ninguém, nem pela cor da pele nem pela textura do cabelo. Você é nojenta não entendo como um homem da estirpe de Michael foi se casar com um nojo de mulher feito você.

- Você vai se arrepender Mia. Pode escrever - Bradou - Eu não vou deixar você ficar com o Michael. Ele é meu, MEU - Gritou.

Ainda esfregando o rosto vermelho pelo tapa, Eva girou em seus altos e saiu do banheiro.
Mia enxugou as lágrimas, apanhou a bolsa e também deixou o local. Passou pelos fundos do salão, tomou um táxi e foi embora.

Capítulo 20


- Ainda não entendo por que sumiu da festa daquele jeito - Michael disse intrigado.

- Quando nos vermos eu te explico.

- Estou morrendo de saudades sua meu amor - Disse doce.

- Eu também querido.

- E se nos encontrássemos hoje, naquele hotel de sempre?

- Assim que sair do colégio vou pra lá.

- Até mais tarde então. Mia?

- Sim.

- Amo você. - Ambos sorriram.

- Também te amo, muito - Desligaram.

(...)

Desde o dia daquela festa Eva procurava feito louca um motivo para refrear a decisão de Michael de divorciar-se dela e ficar com Mia. E para isso ela seria capaz de tudo e mais um pouco.

Se tem uma coisa que Eva sempre fora foi extremamente esperta e não lhe descia na garganta o visível desconforto de Kath em relação a Pedro, o pai de Mia, aquilo tinha que ter um bom motivo. Se fosse o caso ela descobriria esse 'por quê' e iria chantagear Kath. Quem sabe Michael ouvisse a mãe e não largasse ela.

Eva não pensou duas vezes em pagar um dos empregados de Encino para vigiar Kath e dar um jeito de ouvir seus telefonemas, principalmente se do outro lado da linha estivesse o pai de Mia.

(...)

- Sra. Jackson, telefone para a senhora. É o Sr. Pedro - Kath apressou-se em pegar o telefone.

- Pode se retirar Sara - A empregada assentiu. Assim que atravessou a sala correu para a extenssão mais próxima para assim poder ouvir a conversa.

Os olhos de Sara se arregalavam a cada nova descoberta. Jamais imaginara tal coisa vinda de Kath, estava chocada.

A conversa entre Kath e Pedro terminou depois de alguns minutos de uma discussão acalorada.

- Meu Deus, dona Eva precisa saber disso - Sara pediu a um dos seguranças que chamasse um táxi, no caminho ligou para Eva e ambas combinaram de se encontrar em um café, perto do centro.

(...)

- Acho bom que seja uma notícia bombástica, para ter me tirado da cama as 8 da manhã - Eva resmungou assim que Sara sentou-se na cadeira a sua frente.

- O que tenho a lhe dizer vai salvar seu casamento...

A conversa entre as duas durou cerca de 20 minutos. Sara saiu do café com um envelope repleto de dólares e Eva saiu exultante de satisfação. Seu casamento estava a salvo.

(...)

Eva pegou o carro e voltou para casa. Esperaria a hora certa para dar o bote final. Assim que viu Michael entrar no carro e sair, ela apanhou seu veículo e saiu rumo a Encino.

- A que devo a honra de sua visita Eva? - Kath perguntou sorridente.

- Com certeza não trago boas notícias Kath - Eva também sorria, mas não era um sorriso simpático, sim um sorriso maléfico.

- O que houve? - Preocupou-se.

- Eu sei de tudo Kath. Sei de você e de Pedro. Sei o que esconde de Michael e sei algo que irá lhe desestabilizar - Pausou - Michael e Mia estão juntos.

- Não, não pode ser - Disse atônita.

- Ligue para Pedro. Levarei vocês até o hotel onde eles estão nesse exato momento.

Capítulo 21

No hotel...

- A Eva lhe disse isso tudo? - Michael perguntou atônito. Ambos, ele e Mia, estavam deitados na cama do hotel, um de frente para o outro.

- Só foi um jeito de me ferir, mas não conseguiu.

- Claro que não conseguiria, por que nada do que ela disse é verdade. Você é linda, a mulher mais linda que já conheci, não só externamente, mas internamente também - Sorriu acariciando os cabelos dela.

- Seu grande sedutor.

- Não se preocupe, meu advogado já entrou com o pedido de separação, agora falta muito pouco.

- Eu não vejo a hora de poder ser sua sem precisar esconder de ninguém.

- Que tal ser minha nesse exato momento? - Ele inclinou-se, deitando sobre ela.

- Só se for agora - Ela ergueu-se e puxou o lábio inferior dele entre seus dentes, então um beijo intenso se deu. Um beijo cheio de línguas, sugadas e mordidas.
Os lábios dele desceram pelo pescoço de Mia, onde ele sugou a seu bel prazer. Ela sentou-se para ajudar a livrá-lo do vestido dela e para livrá-lo de suas roupas também. Não demorou para ambos estarem nus e entre beijos e carícias.

Michael passeou a língua ao redor do mamilo intumescido de Mia, para logo após fechar seus dentes levemente ao redor dele e puxá-lo. la gritou em resposta. Ele repetiu o ato no outro seio e logo após seguiu com beijos pela barriga dela, enquanto brincava e sugava ali. Michael levou a mão para o meio das pernas dela, pressionando o polegar no clitóris dela e movimentando-o circuladamente.

-Ohh Mike - Ela arqueou as costas segurando os cabelos dele.

Michael entendeu que era a hora certa para enlouquecê-la ainda mais. Desceu seus lábios para a intimidade dela, passou a língua pelo lugar, provando o gosto de sua lubrificação. Separou os grandes lábios para assim ter acesso mais livre ao clitóris dela. Michael o sugou, mordiscou com maestria, vendo-a cada vez mais louca de prazer até ela derramar-se para ele.

Sem mais esperar ele encaixou-se entre as pernas dela e a penetrou, ambos gemeram longamente.

- Tão apertada, quente, úmida - Disse sôfrego, enquanto começava a movimentar-se cadencialmente.

- Você é tão grande - Arfou apertando os olhos e cravando as unhas nas costas dele - Mais rápido, meu amor - Michael obedeceu-a e passou a movimentar-se cada vez mais rápido.

Ele saiu de dentro dela, fazendo-a suspirar e arranhar os lençóis. A fez deitar de lado e deitou-se atrás dela, voltando a penetrá-la. Enquanto estocava-a de forma constante, movia seus dedos pelo clitóris dela. E naquele ritmo não demorou para Mia apertar-se em torno 'dele' e os espasmos do orgasmo tomaram conta dela, fazendo-a urrar de prazer.
Ainda trêmula ela se desvencilhou dele e se ajoelhou na cama, na altura do quadril de Michael. Ela segurou o membro rijo e pulsante entre seus dedos e passou a masturbá-lo lentamente, foram apenas segundos até que a boca dela desse lugar a mão. Mia sugou a glande lubrificada do membro dele e pôs até onde conseguiu de seu 'corpo' em sua boca, sentindo seu próprio gosto ali.
As mãos dele agarraram os cabelos dela e a ajudaram no ato.

- Ohh - Foi a vez dele urrar de prazer, enquanto libertava-se em um orgasmo intenso.

Mia beijou-o, compartilhando os gostos mais uma vez e exausta deitou-se no peito ainda arfante dele.

- Amo você, Michael - Disse acarinhando o braço dele.

- Também a amo, minha princesa.

Assim ficaram, em silêncio, apenas acariciando-se ternamente, aproveitando o momento único de paz e amor que compartilhavam.

(...)

No saguão do hotel...

Kath, Pedro e Eva adentram o hotel e depois de uma pequena discussão com o recepcionista para que ele os deixasse subir, Eva deu-lhe um 'incentivo' e assim conseguiram a permissão.

- Vão vocês, vejam com seus próprios olhos já que não acreditam em mim.

- E por que você não vem?

- Não quero que Michael saiba que eu tenho algo a ver com isso. Estou indo - Eva girou em seus sapatos de salto e saiu do hotel.

Kath e Pedro subiram para o quarto 150. Ambos tinham esperanças de que tudo aquilo fosse um mal entendido.

- Pronta? - Pedro perguntou hesitante, com a mão na maçaneta da porta. Kath assentiu. Ele girou a maçaneta e abriu a porta.

- Michael - Kath gritou desesperada quando viu Mia deitada sobre o peito dele, deixando evidente o que acabara de acontecer ali.

- Mãe? - Disse Michael atônito.

- Pai? - Perguntou tal qual Michael.

- Isso não pode acontecer, não pode - Kath disse chorando. Pedro estava pálido e em choque. Michael e Mia estavam confusos.

Capítulo 22


- O que estão fazendo aqui? - Michael perguntou irritado, já apanhando as roupas no chão e as vestindo embaixo dos lençóis, Mia fazia o mesmo.

- Quem falou que eu estava aqui, pai? Fale alguma coisa! - Exigiu.

Pedro permanecia calado e Kath chorando.

- Mãe - Michael se aproximou e sacudiu Kath levemente - O que há? Olha, eu e Mia nos amamos, nós vamos nos separar e ficarmos juntos, não se preocupe.

- Não - Gritou, como Michael jamais ouvira ela gritar antes.

- Nós nos amamos, Kath. Sei que começamos errado, mas vamos concertar as coisas.

Ambos, Michael e Mia, achavam que a reação de Kath dava-se Por que ambos eram casados e Mia estava traindo Randy com o irmão, mas claro que não era isso.

- Vocês não podem ficar juntos - Soluçou- Nunca.

- Mas por que? - Michael perguntou de cenho franzido.

- Vocês são irmãos! - Pedro respondeu.

E foi como se Michael e Mia tivessem sido socados. Ela caiu sobre a cama e o desespero no rosto de Michael foi evidente.

- O---O---O que?

- Vocês são irmãos. Entendem agora por que nada disse poderia ter acontecido?

- Não, não é possível - Michael passou a caminhar de um lado a outro no quarto.

Pedro preparou-se para falar, mas Kath o interrompeu.

- Eu falo, Pedro - Enxugou as lágrimas - Eu devo isso a eles. - Pedro assentiu. - Filho eu e Pedro dormimos juntos uma noite, pouco antes de eu engravidar de você. Foi uma única vez, eu tinha acabado de descobrir uma traição de Joseph e...

- Por que não disse nada? - Indagou Michael, com a voz embargada.

- Eu não podia - Kath voltou a chorar ao ver que Michael também chorava.

- Você escondeu isso e viu no que deu? Eu estava transando com a minha irmã - Michael gritou transtornado.

E Mia, que até então nada tinha falado, chamou a atenção de todos quando levantou-se da cama e correu para o banheiro.

- Vá embora.

- Mas, meu filho...

- Vá embora - Gritou.

- É melhor irmos, Kath - Pedro puxou-a e a contragosto Kath saiu do quarto com Pedro.

Michael correu para o banheiro e encontrou Mia debruçada sobre a privada, vomitando.
Ele foi até ela e segurou-lhe os cabelos, fazendo um carinho gostoso na cabeça dela, até ela parar de vomitar. Ajudou-a a ergue-se e lavar o rosto. Fizeram tudo em silêncio e quando não havia mais nada a fazer se encararam... Era hora de aceitar a verdade.

Capítulo 23


- Michael - Ela olhou-o e sentiu uma dor tão forte ao imaginar que ele poderia ser seu irmão, que quase desmaiou.

- Fique calma, por favor - Ele acariciou o rosto dela.

- Como ficar calma? - Soluçou - Você ouviu o que eles disseram? Somos irmãos Michael, irmãos! - Gritou a última palavra.

- Não - Disse - Há uma possibilidade de sermos e há a possibilidade de não sermos.

- Será?

- Temos de ter fé, Mia - Ele envolveu-a em seus braços - Você não pode ser minha irmã.
Nós nunca nos amamos como irmãos, desde crianças sabíamos que era mais que isso.

- Você não pode ser meu irmão, não pode - Ela apertou-o nos braços e assim ficaram em silêncio por alguns segundos.

- Vamos tentar dormir um pouco. Amanhã cedo eu ligo para meu médico e peço para ele indicar uma clínica de confiança. Faremos um exame de DNA.

- Eu tenho medo - Confessou.

- Eu também, mas é a única forma de sabermos a verdade.

Michael levou-a até a cama e depois que Mia estava acomodada deitou-se de frente para ela, cobri-os e assim ficaram sem nada dizer, apenas se olhando nos olhos e vendo um no outro o quão a possibilidade de serem irmãos os desesperavam.

(...)

- Dr. Silton - Eva apertou a mão dele com firmeza.

- Senhora Jackson - Sorriu.

- Tudo pronto? Posso confiar que meu plano sairá em perfeita ordem?

- Pode confiar senhora. Já instrui á todos o que eles devem fazer.

- Ótimo - Sorriu escancaradamente - Aqui está seu dinheiro - Entregou-lhe um envelope recheado de dólares.

(...)

Michael não dormiu um minuto sequer durante a noite. Passou-a velando o sono de Mia e imaginando que ele poderia ter passado sua vida toda amando loucamente sua irmã.

Levantou-se, tomou um banho e como já passava das oito, ligoupara seu médico, Dr. Silton.

- Entendo Michael - Silton balbuciou do outro lado da linha, assim que Michael explicou-lhe a situação - Mandarei dois enfermeiros para recolher seu sangue agora mesmo e no final do dia teremos o resultado.

- Obrigado, Silton.

- Disponha, amigo.

30 minutos depois os enfermeiros já haviam recolhido o sangue de Michael e também o de Mia e logo depois se foram.

- Eu preciso ir para casa Michael, justificar minha falta na escola e conversar com meu pai.

- E eu com minha mãe.

- Nos encontraremos aqui para abrir o exame?

- Sim.

- Até mais tarde.

- Até.

Mia saiu sem olhar para trás, não queria pensar que tudo poderia mudar quando estivesse de volta.

Capítulo 24


Mia adentrou a sua casa e encontrou-a as escuras. Provavelmente a essa hora sua mãe estava na lojinha de flores e seu pai deveria estar no trabalho, mas se ele tivesse o mínimo de respeito estaria esperando por ela para explicar a história de ontem.

- Pai - Ela chamou e ouviu os passos dele vindo da cozinha.

- Mia.

- Eu mereço uma explicação - Disse ríspida - Pode começar...

- Minha filha eu imagino o quanto está sofrendo...

- Não, você não imagina - Gritou - Não foi você que foi enganado, não foi você que passou a vida inteira apaixonada por seu próprio irmão. Você me enganou e enganou a mamãe... É isso que você é, um mentiroso, por isso não diga que entende meu sofrimento. Ninguém além de mim e do Michael podem imaginar.

- Há uma chance de não serem irmãos - Desesperou-se - Aconteceu apenas uma vez com a Kath...

- Eu não vou perdoá-lo - Mia deu as coatas e subiu para seu antigo quarto, aos prantos.

(...)

- Eu ainda não acredito em tudo que ouvi - Balançou a cabeça negativamente - Eu sempre a tive como um modelo... a senhora sempre foi tão dona da moral e bons costumes e agora descubro que além de trair Joseph ainda mentiu para mim a vida inteira.

- Eu errei, Michael - Soluçou - Eu sei, mas não me crucifique por isso tudo meu filho.

- Eu... eu vou embora, isso tudo está me enlouquecendo.

- Michael - Kath chamou com a voz embargada- Me perdoe.

- Não sei Kath... não sei - Ele deu as costas e saiu da casa.

(...)

Mia e Michael passaram o resto do dia trancados em seus mundos.

Ela em seu quarto, ele em seu estúdio e foi inevitável, que em meio as lágrimas, as lembranças não os visitasse.

(FlashBack) Garry, Indiana 1968.

- Hey, Mia - Ele chamou alegremente - Tenho algo para te mostrar - Ele segurou a mãozinha dela e ambos correram pela neve branquinha.

- Michael, onde estamos indo? - Perguntou.

- Eu quero te dar algo, mas só dá pra ver se subirmos aquela elevação ali - Ele apontou para o morrinho no final da rua.

Michael subiu primeiro e depois estendeu-lhe a mão para ajudá-la. Ambos sentaram-se ali.

- Olhe para o céu - Ela fez o que o garotinho pediu - Está vendo aquela estrela? - Michael apontou uma estrela, que estava separada das demais. Ela era especialmente dourada e parecia maior que as outras. - Ela é sua, se chama estrela Mia.

Mia sorriu encantada. Ele sabia o quanto Mia amava estrelas.

- Você é tão encantador - Segurou a mão dele - Obrigada.Mas sabe de uma coisa?! Essa não é a primeira estrela que eu ganho.

- Não?

- Não. Você foi a primeira estrela que eu ganhei - Sorriram e deram um selinho.
(FimdoFlashBack)

Lágrimas molharam o rosto de ambos enquanto simultaneamente lembravam desse dia.
O relógio badalou as 5 horas na casa de Mia e no mesmo instante o celular de Michael tocava no estúdio. Era hora de irem ao hotel e descobrirem a temida verdade.

(...)

Ao se verem correram para os braços um do outro e permaneceram assim por longos minutos. Michael sentiu uma vontade sobre-humana de beijá-la, mas sabia que aquela não era a hora para isso, afinal nenhum deles sabiam o que estava escrito naquele papel, que Michael segurava.

- Esse é o resultado? - Ela perguntou apontando o envelope.

- Sim. Posso abrir?

- Pode - Assentiu com firmeza.

Enquanto Michael abria o envelope, lágrimas molharam os olhos de ambos. Ele passou a ler o papel em silêncio.

- Positivo - Ele encarou-a de olhos arregalados. Mia caiu sobre a cama, incapaz de manter-se de pé.

Capítulo 25


- Meu Deus - Ela balbuciou em prantos, a mão sobre a boca, evitando o grito.

- Isso... não pode ser verdade - Disse incrédulo, enquanto lágrimas desciam abundantemente pelo seu rosto.

- Eu... eu tenho que ir embora - Levantou-se atordoada.

- Espere - Michael segurou o braço dela - É um adeus, não é?

- É - Os soluços a sacudiram - Prefiro não vê-lo Michael, eu não consigo...

- Posso te dar um último abraço? - Pediu. Ela assentiu e um segundo depois eles estavam abraçados, sentindo a quentura dos corpos, o cheiro que eles amavam um no outro... tudo isso pela última vez.

- Eu... que quero que seja muito feliz - Ela disse fungando. Michael assentiu. - Adeus.

- Adeus, Mia - Ela virou as costas e se foi.

Naquele dia ela vagou pelas ruas até tarde, deixando a dor corroê-la, consumida pelo choro e embriagada no desespero.O homem que ela amou por toda uma vida, com o qual ela protagonizou noites de amor inesquecíveis... O homem que ela queria para ser pai de seus filhos, esse homem era seu irmão.

Michael passou a noite trancado no quarto do hotel. Tentou descontar sua raiva em alguns objetos, mas tudo que conseguiu foi um corte na mão e se sentir mais impotente diante da situação. A mulher que ele amou uma vida inteira, com a qual ele fez amor nos últimos dias, com a qual ele queria formar uma família, essa mulher era sua irmã.

(...)

1 mês depois...

- Bom dia meu amor - Randy disse sorridente.

- Bom dia querido - Sorriu.

Mia e Randy haviam se acertado a quase 1 mês. Bem, depois do baque de descobrir que Michael era seu irmão Mia abdicou de tudo. Ela sabia que nunca mais seria feliz de qualquer forma, mas podeira pelo menos viver bem e Randy a ajudaria a esquecer.

Na família Jackson ninguém soube de nada. A história foi abafada.

- Sente-se melhor?

- Não muito.

- Vou levá-la ao Dr. Luiz ainda hoje - Randy beijou-a.

(...)

Em Neverland...

- Acorde meu amor - Eva disse manhosa.

- Que horas são? - Michael perguntou espreguiçando-se.

- Quase 12 horas, não descerá até o estúdio hoje?

- Sim - Levantou-se.

- Antes quero meu beijo - Eva se aproximou e enlaçou o pescoço de Michael e logo já estavam aos beijos.

Michael estava tentando tocar sua vida depois de tudo que aconteceu e Eva estava o 'ajudando' muito.

(...)

- E então Dr. Luiz, o que a Mia tem? - Randy perguntou preocupado.

- Parabéns! Vocês serão papais - O médico disse animado.

Randy escancarou um sorriu, mas a notícia para Mia veio como uma bomba, afinal, aquela criança poderia ser filha de Michael.


Capítulo 26


Depois de mais alguns exames o médico constatou que eu estava grávida de 6 semanas. Meu desespero só aumentou, pois a dúvida pairou em minha mente e eu não tinha com quem dividir essa história... Meu Deus, essa criança pode ser de qualquer um dos dois. E se for de Michael, ele será filho do meu irmão e poderá nascer cheia de problemas... Deus, o que será dessa criança?

(...)

8 meses depois...

Minha gravides não foi nenhum pouco tranquila. Eu estava nervosa, comia muito pouco, dormia menos ainda e isso havia me causado um quadro de hipertensão gestacional.

Eu não tinha falado com ninguém a respeito da possibilidade desse filho ser de Michael. Bem, Kath até me perguntara sobre, mas eu neguei veementemente. Michael também me ligou desesperado uma vez, assim que soube que eu estava grávida, mas eu gritei para ele um audível "ESSE FILHO NÃO É SEU". Eu estava escondendo essa possibilidade até de mim mesma.

- Está se sentindo melhor? - Randy perguntou sentando-se ao meu lado na cama, suas mãos passeando tranquilamente por minha barriga bem saliente - E nossa princesa, está quietinha?

- Ela mexeu-se bastante hoje, me deixou até dolorida - Comentei.

- Estou sentindo falta do seu sorriso - Tocou meus lábios - Faz tempo que não ao a vejo sorrir.

- Estou nervosa pela chegada do parto, querido.

- Mas precisa se acalmar, sabe que daqui a três dias já estaremos com nossa princesa nos braços.

- Verdade - Para muitas mães o final de uma gravides era cheio de ansiedade, o meu era cheio de angústia.

(...)

3 dias depois...

Cá estava eu deitada na maca da sala de cirurgia, rodeada por enfermeiros e médicos, ligada a alguns aparelhos, apenas parcialmente acordada. Randy estava segurando minha mão e ao olhá-lo ali tão emocionado foi impossível que uma lágrima não descesse por meu rosto. E mesmo sem querer pensar nele, me veio na cabeça o rosto de Michael, como seria perfeito se fosse ele ali ao meu lado, se fosse o nosso filho nascendo... Se bem que poderia ser nosso filho... Não, isso não.

As máquinas aptaram delatando que minha pressão havia se elevado.

-Tente se manter calma Mia ou poderá sofrer uma eclâmpsia - O médico disse-me.

- Acalme-se meu amor, já vai acabar - Randy disse apaziguador.

Alguns poucos minutos mais e um chorinho irrompeu a sala, Randy esticou-se para olhar o bebê que acabara de nascer e um sorriso bobo brotou em seus lábios. Uma das enfermeiras trouxe-me a garotinha e o amor, que eu não pude dar a essa criança quando ela estava dentro de mim por que estava angustiada demais para isso, floresceu no exato momento em que eu a segurei em meus braços e eu soube naquele momento que eu não me importava de quem era a paternidade, eu era a mãe e eu ia amar muito ela.

(...)

6 meses depois...

Algumas coisas haviam acontecido nesses últimos meses.Eu havia voltado a me dar bem com Randy e posso dizer que éramos uma família muito feliz. Minha pequena Lilith crescia forte, saudável e linda. Eu não havia visto mais o Michael ao longo desses meses, o que ajudou bastante para que eu me confortasse um pouco sobre o que o destino havia reservado para nós. Mas nosso reencontro teria de acontecer hoje, pois a festa em Encino estava lotada e tenho certeza que não tardará para Michael aparecer aqui.

(...)


Por Michael

Tantas coisas aconteceram nesse um ano e meio. Primeiro o baque de descobrir que Mia era minha irmã, depois soube que ela estava grávida  e automaticamente me pus em desespero ao cogitar a possibilidade dessa criança ser minha, mas Mia negou. Ela deve ter sido a grávida mais linda de todos os tempos, caminhando pela casa com aquele barrigão... Imagino como Randy estava orgulhoso.

Eu não a vi uma vez sequer durante todo esse tempo, mas hoje seria inevitável, pois eu e Eva estávamos a caminho de Encino.

O carro estacionou em frente a casa principal, Eva logo agarrou minha mão e caminhamos para o jardim. Alguns cumprimentos depois Evadisse-me que iria falar com algumas amigas e se afastou... Foi aí que eu a vi.

Mia estava tão linda quanto em qualquer outra época, só que agora ela parecia mais madura, dona de si, mais feliz.

Ela e Randy estavam sentados em uma mesa abaixo da tenda branca, no meio deles uma cadeirinha de bebê e nela uma linda garotinha, com certeza era a filha deles.



Uma mistura de dor, saudade, inveja e amor misturou-se em meu peito, me deixando atordoado.

Finalmente ela me viu, foram segundos olhando um para o outro, o coração acelerando, a vontade de abraçá-la e beijá-la queimando em minha pele, eu precisava ir embora dali, eu não podia sentir nada daquilo. Dei as costas, voltei ao estacionamento e pedi para que o motorista levasse-me de volta para casa.

Eu simplesmente não suportava vê-la, não suportava.

Capítulo 27


- Onde está a princesinha do papai? - Era a voz de Randy invadindo a casa.

- Estamos aqui amor - Respondi e segundos depois ele invadiu a cozinha sorridente.

- Boa tarde, amor.

- Boa tarde. - Ele se aproximou, deu-me um selinho e um beijo na cabecinha de Lilith, que dormia tranquilamente no carrinho.

- Vai sair? - perguntou observando que eu estava arrumada.

- Vou deixar Lilith na casa de mamãe depois vou ao shopping comprar algumas coisas.

- Vá sim amor e divirta-se - Sorri em resposta.

Bem, depois de tanto tempo minha vida tinha entrado nos eixos. Estava ótima com Randy, minha filha estava bem. Certo que eu ainda estava um pouco agoniada pois fazia dois dias que eu tinha voltado a ver o Michael. Não foi fácil para mim observá-lo ali parado a poucos metros de mim e não poder fazer nada, nem beijá-lo, nem abraçá-lo e eu não poderia nem mesmo se eu quisesse. Michael pareceu tão atordoado quanto eu. Não o vi mais na festa depois disso.

(...)

Estava no estúdio trabalhando em uma nova música, esse estava sendo meu refúgio desde o dia da festa. Voltar a vê-la não me fez bem. Então eu passava o dia inteiro no estúdio, as vezes até dormia no sofá que havia aqui. Estava buscando distância de todo mundo e principalmente de Eva. Ela não tinha culpa de nada, eu sei, mas eu não estava conseguindo compartilhar minha vida com ninguém.

(...)

-Senhora, o Dr. Silton está aí e disse que quer lhe falar - A governanta avisou-a.

Eva bufou irritada. Tinha dito a Silton que não o queria ali, era perigoso. Apesar que seu marido havia virado um zumbi que passava todo tempo no estúdio.

- E Michael? - Perguntou.

- No estúdio - Eva revirou os olhos.

- Mande Silton esperar na biblioteca, já irei atendê-lo.

- Sim senhora.

Minutos após Eva já estava tendo sua conversa com Silton na biblioteca.

- Lexa, viu a Eva? - Michael perguntou a empregada.

- Ela está com o Dr. Silton na biblioteca - Michael franziu o cenho.

- Obrigado, querida - A empregada assentiu e se retirou.

Michael seguiu para a biblioteca, estava mesmo querendo falar com Silton. Colocou a mão sobre a maçaneta da porta, mas interrompeu-se quando ouviu um nome.

"- Eu poderia dizer a Mia - Era Silton ameaçando Eva.

- Não seja idiota Silton, se Mia souber, Michael saberá e então você perde sua fonte de dinheiro.

- Eu quero 20 mil dólares, não é problema para voê. É isso ou contarei a Michael que o exame de DNA foi forjado."

"O exame de DNA foi forjado" - Michael repetiu a frase se perguntando se ele havia ouvido direito.

Deus, se aquele exame fora forjado ele poderia não ser irmão de Mia e... e eles poderiam ficar juntos.

Aquilo era bom de mais para ser verdade. Um sorriso estampou seus lábios no instante em que uma lágrima rolou por seu rosto. Se isso fosse verdade ele daria um jeito de pegar Eva e Silton depois, agora ele precisava correr e avisar a Mia e eles tinham de ir para uma clínica e fazerem outro exame. Michael correu para o estacionamento da casa, o motorista e dois seguranças se prostraram ao seu lado.

- Para onde senhor? - O motorista perguntou assim que Michael adentrou o carro.

- Para a casa de Mia.

Capítulo 28


Eu havia acabado de chegar da escola e havia deixado Lilith com mamãe. Precisava corrigir uma pilha de provas e como Randy estava no estúdio e a babá de folga, esse foi o único jeito.

A campaia tocou, larguei uma prova sobre a mesinha e levantei para atender.

- Michael? - Balbuciei incrédula. - O---o que está fazendo aqui? - Ele não respondeu, apenas me abraçou... Deis, aquele cheiro me matava. Empurrei-o assim que me dei conta do que estava fazendo. Ele sabia tão bem quanto eu que não era certo fazer aquilo. - O que há com você? Vá em bora - Gritei.

Ele me empurrou minimamente e adentrou a casa, fechando a porta atrás de si.

- Está sozinha?

- Sim - Respondi confusa - Agora me ...

- Não somos irmãos, Mia - Arregalei meus olhos.

- Michael, fizemos o DNA e deu positivo - Disse ainda atordoada.

- Foi forjado, Mia - Sorridente.

- O que?

- Eva e Silton forjaram aquele exame, escutei-os dizendo agora a pouco na biblioteca de casa.

- Não acredito - Eu estava chocada e totalmente desacreditada.

- Vamos descobrir a verdade agora - Michael segurou minha mão e aquele mínimo contato fez meu coração acelerar.

- Onde vamos?

- Fazer outro exame e só sairmos da clínica com o resultado.

- Mas e se der positivo novamente? - Encarei-o.

- A dor será menor, já passamos por isso uma vez - Assenti ainda hesitante.

O caminho até a clínica foi silencioso. Estávamos de mãos dadas, apreensivos e ansiosos.

Foram poucos minutos até pararmos em frente a uma clínica, a qual eu desconhecia.

- Faça o que eu disse, Ray - O segurança assentiu e saiu do carro. Passou alguns minutos até que ele voltasse.

- Tudo pronto Sr. Jackson, podemos entrar.

- Vamos?

- Vamos! - Sorri nervosamente.

Lá dentro só estava três pessoas, percebi que o que o segurança tinha ido fazer ali era informar aos demais para que essa sala da clínica fosse esvaziada.

Sentamos lado a lado e dois clínicos vieram tirar nosso sangue.

- São 30 minutos até que o resultado saia, Sr. Jackson.

- Ótimo, esperaremos aqui - O rapaz assentiu e se retirou.

Foram os 30 minutos mais longos de toda a minha vida. Nesse meio tempo eu e Michael pouco nos falamos, estávamos nervosos demais para conversar.

- Sr. - Eu e Michael levantamos quando o rapaz adentrou a sala - Aqui está o resultado - Ele nos entregou o envelope.

- Obrigado - Michael disse com a voz trêmula.

- Foi um prazer Sr. Jackson - Michael apertou a mão do rapaz em agradecimento e ele se retirou.

- Abra - Incentivei-o hesitante. Ele assentiu e abriu o envelope. Não foram mais que 5 segundo de silêncio até um sorriso despontar em seus lábios... Ele jogou o envelope no chão e enlaçou-me em seus braços.

- Não somos irmãos, não somos - Michael elevou-me em seu braços, girando-me pela sala. Nós ríamos e chorávamos perdidos na alegria do momento.

- Eu te amo, amo. Agora posso dizer isso sem me culpar - Confessei agarrada a ele. Ele parou de me girar e me pôs no chão, sua mão pairou em meu rosto e nós sorrimos ao nos olharmos.

- Amo você Mia, muito - Então seus lábios roçaram nos meus e o mundo ao meu redor sumir. Era apenas eu ele e as batidas aceleradas do meu coração.

Segundos depois nossas línguas se acariciavam, nossos lábios sugavam-se, mordiscavam-se... era saudade, felicidade, amor... Paramos minutos depois para recuperar o fôlego.

- E agora? - Perguntei acariciando seu rosto.


- Voltarei para casa apenas para colocar Eva na rua...

- Eu vou conversar com Randy.

- E depois disso poderemos viver, finalmente, nosso amor.

- Finalmente - Sorrimos e mais uma vez nossos lábios se aproximaram para nos beijarmos.

Quado o carro estacionou na frente da minha casa eu perdi a coragem de descer e deixar Michael partir. Eu queria ir com ele, jamais largá-lo.

- Vamos resolver as coisas corretamente. Arrume suas coisas e de sua filha, amanhã pela manhã buscarei as duas na casa de sua mãe - Assenti.

- Promete que não vamos mais nos separar?

- Eu prometo, meu amor. Eu prometo.

Nos beijamos mais uma vez antes que eu descesse do carro e entrasse na minha casa. Tão feliz que não cabia em mim mesma.

Capítulo 29


Entrei em Neverland pronto para expulsar Eva dali.

Eu perdi 5 anos da minha vida ao lado dessa mulher, mimando-a, tentando ser o melhor dos maridos e o que ela me fez? Me apunhalou pelas costas. Mas ela e aquele médico desgraçado teriam o que eles merecem.

- Meu amor, que bom que saiu do estúdio - Eva aproximou-se e enlaçou meu pescoço - Onde foi?

Eu segurei os braços dela rudemente e afastei-a, um sorriso amplo em meus lábios.

- Eu fui até uma clínica - Arqueei a sobrancelha - E casualmente descobri que Mia não é minha irmã.

- O que? - Perguntou completamente chocada.

- Eu ouvi tudo, Eva - Olhei-a com ira - Como pode fazer isso? Você é nojenta, foi capaz de forjar um exame, me fez pensar que eu era amante da minha irmã, me viu sofrer e não se compadeceu.

- Foi por amor. - Ela voltou a se aproximar, tentou me abraçar porém eu desviei. Minha vontade era de estapeá-la, mas eu não o faria.

- Saia de perto de mim - Empurrei-a e ela caiu sobre o sofá - Tenho nojo de você e raiva de mim por ter perdido 5 anos da minha vida ao seu lado.

- Por favor me perdoa - Ela estava de joelhos aos meus pés, em um pranto falso.

- Não seja ridícula. Eu vou sair agora e quando eu voltar não quero ver nem rastro seu nessa casa. E tem mais, engana-se se pensa que luxará as minhas custas, se pedir um tostão que seja em nosso divórcio eu a coloco na cadeira, pode ter certeza que o farei. Jhon falará com você muito em breve. Suma da minha vida e da vida de Mia.

- Isso é uma ameaça?

- Sim, é. - Dei as costas e saí dali. Iria até o escritória de Jhon, afinal eu precisava abacar com a carreira médica de Silton e dar entrada no divórcio, já.

(...)

Eva enxugou as lágrimas falsas e levantou a cabeça. Ela sairia daquela casa, mas essa história não iria acabar assim, foi o que ela prometeu a si mesma. Eva Vanvalle Jackson não perdia e ela nunca deixaria Michael e Mia em paz.

E a primeira coisa que ela ia fazer era abalar a amizade dos irmãos e acabar com a imagem de santa de Mia.

Capturou o celular, enquanto arrumava a mala, e ligou para Randy dizendo-lhe que precisava falar com ele urgentemente.

(...)

No fim da tarde Randy adentrou sua casa. Mia desceu as escadas correndo quando ouviu o barulho de algo sendo quebrado. Chocou-se ao ver um Randy transtornado, jogando tudo quebrável nas paredes.

- Randy, o que há? - Ela perguntou tentando pará-lo, mas foi jogada no chão brutalmente..

- Você é uma vadia - Ele gritou - Você e o Michael estavam juntos. Como pode fazer isso Mia?

- Randy... não era para ter descoberto assim... eu e seu irmão nos amamos e...

- Cala a boca - Gritou mais uma vez - Eu quero você fora da minha casa agora e exijo o DNA de Lilith.

- Vamos conversar, eu gosto de você Randy, não quero sair dessa história tendo seu ódio - Tentou se aproximar mais uma vez, mas Randy afastou-se de novo.

- Só saia. Suma daqui - Randy saiu batendo a porta.

(...)

Mia já tinha juntado suas roupas e algumas de Lilith nas malas. Agora estava na casa de sua mãe, em seu antigo quarto. Havia posto Lilith para dormir em seu quartinho na casa e voltado para o seu próprio.

Tomou um banho, vestiu uma camisola, deitou-se e pôs a pensar em tudo que tinha acontecido naquele dia... Estava esgotada física e emocionalmente. Em apenas 24 horas havia descoberto que o antigo exame tinha sido forjado, havia descoberto que realmente não era irmã de Michael... Havia voltado a provar aqueles lábios... A única coisa que não saiu bem naquele dia foi o jeito que Randy descobriu tudo. Só poderia ter sido Eva a ter contado para ele.

Mia sentia-se triste e angustiada por essa situação.Queria dizer a Randy o quanto tinha carinho por ele e o quanto lhe era agradecida, e claro, tinha o fato de Lilith possivelmente ser mesmo sua filha. Estava quase dormindo quando um barulho em sua janela a fes sobressaltar. Levantou-se para ver o que era e ao abrir a janela e sair na sacado viu a silhueta longilínea no escuro, o sorriso de dentes brancos e perfeitos, iluminando o rosto bonito.

- Michael - Sorriu abobalhada.

- Romeu, para você - Curvou-se em um gesto cavalheiresco. Ela riu - Posso subir, Julieta?

- Oh claro - Michael esgueirou-se pela escadinha lateral e menos de 1 minuto depois lá estava ele, agarrado a cintura dela, compartilhando um beijo avassalador - Senti sua falra - Murmurou entre um beijo e outro.

- Achei que só viesse amanhã pela manhã.

- Eu não aguentei - Sorriu e depositou um beijo na bochecha dela - Vamos entrar - Puxou-a quarto adentro - Randy esteve em Neverland - Comentou enquanto livrar-se dos sapatos, meias e blazer.

- E o que houve? Ele estava transtornado hoje a tarde.

- Ele não te machucou, não é? - Mia balançou a cabeça negativamente. - Ele tentou dar alguns gritos, mas sei como lidar com Randy, tudo terminou razoavelmente bem.

- Melhor assim. Precisamos contar a Kath e ao meu pai sobre o novo exame.

- Amanhã, agora vamos esquecer tudo e vamos aproveitar nossa noite - Um sorriso brotou em ambos os lábios.

Michael enlaçou a cintura de Mia e puxou-a de encontro ao seu corpo, ambos estavam quentes e desejosos.

Ele levou a mão até a nuca dela e as bocas se uniram em um beijo, que iniciou-se lento e carinhoso, mas passou a ser selvagem e intenso em pouquíssimo tempo. As mãos dele passearam pela lateral do corpo de Mia e pararam nas costas dela, para levantar sua camisola e tirá-la. Ele afastou-se para olhá-la nua.

- Deus, você é perfeita - Contemplou-a. Mia em resposta pôs-se a livrá-lo das roupas também. Ela beijou-o lentamente, sentindo em seus lábios o gosto abaunilhado que ele exalava. Seu sexo pulsou quando ela ajoelhou-se para beijar a ereção dele, ainda por cima da calça. Mia empurrou-o até a espaçosa poltrona que havia ali e voltou a ficar de joelho, agora entre as pernas dele. Michael ergueu os quadris para ajudá-la a livrá-lo da calça e boxer. Quando ele já estava sem nada foi a vez dela admirá-lo nu. A luz da lua, que adentrava pela janela, iluminava a pele dele, deixando-o impossivelmente lindo. Ela inclinou-se para beijar as coxas dele, enquanto sua mão segurou seu membro e começou a masturbá-lo. Michael gemeu, pendendo a cabeça para trás. Mia não esperou mais para levar sua boca até a glande rosada da ereção dele, sugou-a sentindo o gosto almiscarado da sua lubrificação e enquanto aprofundava a carícia sentiu seu cabelo ser seguro em um rabo de cavalo... Michael estava a ajudando nos movimentos, ditando o ritmo daquela carícia. Ela foi puxada bruscamente para o colo dele.

- Pronta para mim, querida? - Perguntou ofegante.

- Sempre - Ele a fez virar de costas e encaixou-a em seu membro.

A sensação para ambos foi enlouquecedora.

Para ele adentrar no canal apertado e quente dela, era o paraíso, um deleite imensurável. Para ela ter o membro ereto e pulsante dele escorregando para dentro de si, tocando-a no ponto certo, era a glória.

Michael segurou sua cintura para ajudá-la a subir e descer em seu sexo cada vez mais rígido. Os corpos impactando, o suor brotando dos corpos, os gemidos aumentando... A mão dele passou para a parte da frente do corpo de Mia, parou em meio a suas pernas, na carne tenra de seu clitóris e começou a estimulá-la rapidamente. Foi o bastante para Mia se desfazer em um orgasmo enlouquecedor, contorcendo-se sobre ele, agarrada aos próprios seios, tentando atenuar a vontade de gritar. Enquanto seu corpo ainda era tomado de espasmos ela sentiu o líquido dele preenchendo-a.

Michael ergueu-se e levou-a até a cama, deitando-se ao lado dela, puxando-a para aconchegar-se em seu corpo.

- Estou exausta - Comentou sentindo suas pálpebras pesarem.

- Durma meu amor, a partir de amanhã começaremos uma nova vida - Ela assentiu sorrindo e assim deixou o sono tomar conta de si.

Capítulo 30


No dia que se seguiu nós falamos com papai e seguimos para Encino, para contarmos a Kath.

Eles ficaram radiantes com a notícia e chocados com a atitude de Eva.

Por falar nela, ela havia sumido completamente. O advogado de Michael só conseguiu contatá-la pelo celular, ninguém sabia onde ela estava e também não queríamos saber.

(...)

Já havia se passado 2 meses desde que descobrimos a verdade. Eu e Lilith estávamos morando em Neverland. Eva e Randy já haviam assinado os divórcios, o tal de Silton, que ajudou Eva a forjar o exame, já havia perdido sua licença médica e agora para a vida entrar definitivamente nos trilhos só faltava um exame para saber se Lilith era mesmo filha de Michael. Isso só não tinha sido feito ainda por que precisávamos do sangue de Randy também, porém ele havia viajado logo que assinara o divórcio. Tínhamos que esperar ele voltar.

Mas eu sabia, sentia, que Lilith era filha de Michael. Sempre senti isso, nunca quis admitir pelo medo constante que eu sentia dela ser filha do meu irmão.

(...)

- Lexa, viu Michael e Lilith? - Perguntei a governanta.

- Eles estão no estúdio, Mia.

- Muito obrigado, querida - Saí a procura dos dois e a cena que encontrei no estúdio me deixou abobalhada.

Lilith estava no colo de Michael, dentro da cabine de gravação. Ela mexia os pezinhos e as mãozinhas freneticamente enquanto gritava "Papa". Michael olhou-me através do vidro e vi que ele estava com os olhos tão marejados quanto os meus. Ele chamou-me e eu me juntei a eles.

- Você viu só, ela está dizendo papai?! - Michael não conseguia tirar o sorriso dos lábios.

- São as primeiras palavras dela.

- E ela disse papai...

- É meu amor. Ela sente, assim como eu, que você é o papai dela - Peguei-a do seu colo, mas Lilith esticou os bracinhos para Michael, chamando "Papa" incansavelmente. Ele voltou a pegá-las e nós nos desmanchamos em risos.

- Vamos minhas meninas, é hora de dormir.

- Vamos.

Ele desligou todos os aparelhos e luzes do estúdio e nós subimos. Depois de colocarmos Lilith no seu quarto, voltamos para o nosso.

Enquanto Michael tomava seu banho aproveitei para vestir uma bela camisola e dar um jeito nos cabelos.
Ele saiu do banheiro enrolado apenas em uma toalha.

- Hum... agora você é só meu - Joguei meus braços envolta de seu pescoço e grudei nossos corpos.

- Então use-me Sra. Jackson - Nos beijamos avidamente.

Foi questão de pouquíssimos minutos até estarmos deitados sobre a cama, totalmente despidos, com Michael entre minhas pernas, sugando-me, me penetrando com seus longos dedos, enquanto eu me contorcia e gemia seu nome.

Quando nenhum de nós aguentávamos mais, ele penetrou-me, preenchendo-me, alargando-me, fazendo-me ainda mais dele. Os movimentos foram calculados e ritmados, nossos olhares não se desprenderam um segundo sequer, até ambos explodirmos em um orgasmo exaustivo e satisfatório.

- Amo tanto você, Mia.

- Eu sei, por que o amo na mesma proporção - Sorrimos um para o outro.

(...)

Em um hotel, não muito longe dali, uma Eva tomada por ódio, tramava seu plano. Ela tinha perdido seu marido, o luxo de viver em Neverland, mas ela não deixaria barato. Mia precisava ter muito cuidado.

Capítulo 31 (Penúltimo capítulo)


- Onde está a Lilith? - Michael perguntou-me assim que adentrou nosso quarto.

- Foi passear um pouco com a babá.

- Mia, sabe que não gosto da ideia de Lilith sozinha com a babá. - Disse exasperado.

- Michael, ela foi com dois seguranças.

- Mesmo assim, não deveria deixá-la sozinha com Nancy, ela é uma ótima babá, mas...

- Está bem - Bufei - Eu vou atrás delas.

- Leve seguranças também.

- Michael, a imprensa ainda não sabe de nós. Não há por que eu sair escoltada.

- Por favor - Pediu.

- Tudo bem - Revirei os olhos - Volto logo - Dei-lhe um beijo nos lábios e desci para apanhar meu carro.

Eu não iria levar seguranças, não havia por que. Rumei para o shopping, onde Nancy tinha ido passear com Lilith.

Assim que estacionei, apanhei o celular na bolsa e enquanto caminhava shopping adentro disquei para Nancy. O celular tocou até cair na caixa postal.

- Estranho - Tentei mais uma vez e finalmente ela atendeu.

- Até que em fim Nancy, onde está? - Sorri aliviada.

- Estou com sua filha, neguinha - Meu sorriso se desfez, meu sangue gelou e minhas pernas dobraram-se de medo.

- Eva?

- Eu mesma - Ela riu - Achou mesmo que eu deixaria tudo que me fez impune? Alguém tem que pagar Mia e a menos que você venha até aqui, quem apagará será sua filha.

- Não - Gritei chamando a atenção de algumas pessoas - Onde está? Eu vou até aí agora!

- Estou no galpão, na esquina do shopping. No letreiro está escrito fábrica Crews.

- Estou indo para aí agora - Pus-me a caminhar para fora do shopping.

- Não traga ninguém, não avise a ninguém Mia, ou sua filha morre - Escutei a vozinha de Lilith gritando "Papa" e me desesperei.

- Não faça nada, pelo amor de Deus. Seu problema é comigo - Solucei.

- Esteja aqui em 10 minutos - Ela desligou o celular.

Limpei as lágrimas que embaçavam minha visão e mais que depressa pus o carro em movimento. 5 minutos depois eu estava adentrando o galpão. Meu salto fez um barulho angustiante no linóleo. Minha respiração estava descompassada, meu rosto banhado em lágrimas e meu coração acelerado.

Ouvi um gemido que me chamou atenção e corri até o ponto de onde o barulho surgira. Encontrei Nancy jogada no chão, com um coágulo na testa e o rosto lavado de sangue.

- Nancy - Abaixei-me até ela - Onde está Eva? E minha filha?

- Desculpe Sra. Jackson, a culpa não foi minhas - Ela agarrou minhas mãos e inclinou-se com dificuldade para falar no meu ouvido - Eu consegui ligar o alerta do celular, os seguranças já devem estar a caminho - Assenti, em seguida o som de um tiro me deixou paralisada. Eva tinha atirado na perna de Nancy, que se contorceu e desabou no chão.

- Oh meu Deus - Levantei e a vi segurando Lilith em seus braços. Ela apontava uma arma para mim - Minha filha... - Tentei caminhar até elas, mas fui impedida.

- Mais uma passo e eu atiro nela - Apontou a arma para Lilith, que dormia em seu colo. Minha pequena parecia dopada por algum remédio.

- Por favor dê um jeito de entregá-la ao pai e fique comigo - Eva gargalhou sinistramente.

- Você acha que cheguei até aqui para deixar que Michael fique com alguma de vocês duas? Claro que não, querida. Ele é meu e só. Nem você nem essa garota sairão daqui com vida.

Tudo aconteceu em questão de segundos... Eu olhei para o rostinho de Lilith e por sobre os ombros de Eva e pude ver Michael adentrar o galpão totalmente desesperado, seguido por diversos seguranças. Eva apontou a arma para minha filha e antes que ela pudesse atirar eu avancei nela ... Consegui mudar seu foco e ela apontou a arma para mim e 2 tiros ecoaram no lugar.

- Mia - Michael grito.

Enquanto eu caía, vi que Eva também estava caindo... Ela fora atingida.

Pelo menos Lilith e Michael estavam a salvo... Esse foi meu último pensamento antes de eu apagar totalmente.

Capítulo 32 (Último Capítulo)


Pisquei várias vezes para acostumar meus olhos aquela luz extremamente branca. Meu ombro, do lado direito, doía. Era difícil respirar corretamente, cada vez que eu tentava meus pulmões doíam. Minha mente logo saiu do torpor e me lembrei do por que de eu estar ali.

- Lilith - Sussurrei tentando me levantar, mas uma mão me deteve.

- Não pode levantar, meu anjo - Ahhhh aquela voz doce, soava como um cântico de anjos.

- Lilith está bem? Você está bem? - Olhei-o de cima a baixo. Ele parecia triste e cansado.

- Lilith está ótima, não sofreu um arranhão sequer e eu também, mas... você - A voz dele embargou.

- Eu estou bem - Sorri - Acredite em mim - Apertei sua mão - Mas tem algo que pode me deixar melhor.

- O que? Me diga, que eu faço.

- Um beijo seu - Ele sorriu e inclinou-se para me beijar.

- Satisfeita? - Perguntou mais descontraído.

- Não, só estaria se tivéssemos feito amor - Ele gargalhou.

- Está bem melhor mesmo.

- Michael?

- Hum?

- E Eva? - Minha pele se arrepiou só de pronunciar o nome dela.

- Eva está morta.

(...)

2 semanas depois...

- Abra o envelope, meu amor - Incentivei-o. Era impressionante como essa frase tinha se tornado constante entre nós.

Michael abriu o envelope e depois de alguns segundos lendo o papel um sorriso brotou em seus lábios.

- Lilith é minha filha - Seus olhos estavam marejados e a voz trêmula.

- Eu sabia - Joquei-me em seus braços, abraçando-o fortemente.

A babá entrou na sala carregando Lilith, assim que ela viu Michael balançou os bracinhos para ele e começou com seu incansável "Papa". Ele segurou-a nos braços, apertando-a contra si.

- Minha filha - Sorrimos um para o outro.

(...)

3 meses depois...

O sol estava ameno e aconchegante. Uma enorme tenda branca fora montada nos jardins de Neverland; de um lado havia mais de 30 mesas e nelas estavam os adultos conversando animadamente; do outro lado uma mesa gigantesca cheia de doces, salgados e um bolo enorme no centro. Ao redor uma bela decoração de abelhinha e um mar de crianças que corriam por ali.


Observei Michael correndo junto a elas, com Lilith vestida de abelhinha, em seu colo.Eles estavam tão alheios a bobona aqui.

Eu estava tão feliz que mal cabia mim e ver todos ali, inclusive Randy, que havia voltado a interagir com o irmão e comigo, deixava tudo ainda melhor.
Meu coração estava inflado de amor, felicidade, contentamento. Eu sonhei tanto com isso, durante toda a minha vida. Durante minha adolescência eu imaginara que seria feliz ao lado dele, mas eu estava muito mais feliz do eu imaginava naquela época.

- Hey, amor - Michael chamou-me - Venha - Sorri ao olhá-lo e segui até ele. - Pensando em nosso casamento? - Perguntou enlaçando minha cintura, com o braço que não segurava Lilith.

- Pensando em tudo - Nos beijamos levemente - Amo você.

- Também a amo, muito - Sorrimos.

- Papa, Mama - Lilith gritou tirando-nos do nosso transe. Rimos um para o outro e voltamos nossa atenção para nossa 'abelhinha'.

Enfim as promessas que fizemos, quando ainda éramos crianças, estavam se cumprindo. Não sabíamos como seria de hoje em diante, depois do casamento, depois de termos mais filhos, depois de anos juntos, mas desde o começo, lá em Gary, sabíamos que a promessa de nos amarmos seria eterna.


Epílogo


Olhamos mais uma vez para a rua deserta a nossa frente... Era inverno em Gary e a neve cobria parcialmente o chão.

Michael desceu do carro e arrumou o capuz em sua cabeça, cobrindo-se.

- Venha, querida - Ele estendeu-me sua mão e eu agarrei-a.

Enquanto caminhávamos para o gramado na parte de trás da antiga casinha onde eu morava um turbilhão de boas lembranças invadiu-me e foi impossível conter o choro. Quando eu funguei Michael percebeu meu choro e parou de caminhar.

- Ohh meu anjo, não chore - Seus dedos secaram minhas lágrimas.

- É só que... isso tudo é bom demais para ser verdade, eu tenho medo de acordar e estar sonhando.

- Não é um sonho, eu estou aqui... estamos finalmente casados, temos uma linda menininha e logo teremos mais um fruto do nosso amor - Ele acariciou minha barriga de 5 meses.

- Verdade... - Suspirei - Sou a mulher mais feliz do mundo, você me faz sentir assim.

- E você me faz o homem mais feliz - Ele plantou um beijo casto em minha testa - Agora vamos logo ou congelaremos aqui.

Caminhamos mais um pouco e logo já estávamos no gramado de trás da casa, em frente a árvore onde tínhamos gravados nossas iniciais.

- Veja isso - Michael tocou as letras M&M com os olhos brilhando de lágrimas. Eu não estava menos emocionada.

- Vamos desenterrar? - Ele assentiu e se abaixou para começar a cavar. Eu dei algumas risadas pelo modo desengonçado como ele trabalhava com a pá... Michael Jackson cavando um buraco em meio a um gramado, em uma rua deserta, é bem improvável, mas foi bem isso.

- Achei - Ele disse animado, quando a pá bateu contra algo de madeira.

E lá estava ela, a caixa dos desejos. Quando abrimos e começamos a retirar os objetos foi impossível não nos emocionarmos mais uma vez.
Eu revi minha barbie noiva e o papel onde eu tinha escrito meus desejos.

' Desejo jamais me separar do Michael, mesmo que se passe 100 anos , eu ainda quero estar perto dele . Desejo me tornar professora e desejo que todos os desejos do Michael se tornem realidade'

- Todos realizados - Ele sorriu lindamente e me beijou quando acabei de ler o papel.

- É, meu amor... agora é sua vez. - Bati palmas, empolgada feito uma criança.

'Desejo me tornar um grande cantor, vender muitos discos e ser muito famoso. Desejo me casar com Mia e ter mais filhos que meu pai. Desejo ajudar muitas pessoas e desejo ser um bom homem'

- No seu caso faltou bater o recorde de Joseph - Rimos.

- Mas isso será fácil, com uma mulher linda como a minha.


- Seu conquistador barato - Enlacei seu pescoço e nos beijamos.

- E agora o que colocaremos aqui? - Apontou para a caixa.

- Hum... que tal "Alcançamos tudo que desejávamos".

- Gostei - Ele escreveu a frase no papel e colocou dentro da caixa, voltando a enterrá-la. Quando seu trabalho acabou ele abraçou-me e me olhou intensamente.

- Daqui para frente seremos ainda mais felizes. - Nossos narizes se roçaram.

- Promete?

- Eu prometo!


Fim.



8 comentários:

  1. *------------------------* perfeicao pura continua moça,para ñ.

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  2. Mia?? omg.... o.o agr sim esta na parte booa.

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  3. Beijooos*,e um Feliz An Novo p/ vc tmb.. *-*

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  4. OMG o.o isso esta ótimooo, agr ele e Mia poderão ficar juntos *---*

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  5. Douçura de fic...adorei espero a proxima.bjs

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  6. COMO ASSIM SOMENTE 6 COMENTÁRIOS????? PORRA ESSA FIC É SIMPLESMENTE PERFEITA NÃO MERECE TER SÓ 6 COMENTÁRIOS, SACANAGEM!

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