quinta-feira, 11 de junho de 2015

FanFic: "S.W.A.T - Amor em ascensão" (+18)

Autora: Tay Jackson





"Principal regra da S.W.A.T: 'Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo.' 
Se você quebrá-la, isto pode lhe custar tudo, até mesmo a sua vida. Mas e se a principal regra for tudo que lhe motiva para ser quem você é, e fazer tudo que faz? Eu me envolvi, coloquei em risco, pessoas que não tinham nada a ver. Porém uma coisa é certa: eu não me arrependo!"



Ele quebrou a regra principal, seus limites foi testado até o último momento. 
A vida de quem mais ama, estava em perigo. Tinha apenas duas opções: ou seguir em frente e fazer a coisa certa, ou deixar que lhe tirassem seu mundo. Ele escolheu, e iria até as últimas consequências.

Estreia: 22/06







Elenco: 







Sargente Jackson: Ele é impulsivo, destemido. 
Leva seu trabalho bem a sério. Odeia descumprimento de ordens e não aceita, em hipótese alguma, um erro que pode custar a vida de uma vítima. Ele é obstinado e não se prende à principal regra, quando o assunto são as pessoas que mais ama. Seu objetivo é ser como o seu pai, um tenente que morreu em batalha. 







Oficial Norah Jackson: A melhor atiradora da base. 
Uma mulher durona em batalha, mas um doce quando está longe da corporação.
Superprotegida pelo seu marido, Norah só quer encontrar o seu próprio lugar.
A S.W.A.T é tudo para ela, como sua casa, já que toda sua vida estar dentro dos muros altos e 
protegidos.





Oficial Patrick Smith: Membro da equipe de Jackson. Faz o resgate principal das vítimas de sequestro ou 
reféns. É destemido, e corajoso. Melhor amigo do sargento.





Oficial Deanna Spencer: Membra da equipe de Jackson, é uma jovem doce e inexperiente
Se espelha em Norah para ser uma ótima oficial. Também membra do esquadrão antibombas. 








Capítulo 1
Dia-a-dia confrontando o perigo
______________________________________


Manhãs de segunda-feira! O treinamento estava a mil por hora na base principal da S.W.A.T. Treinamento básico, porém mais uma lição a ser aprendida. 



Essa missão se consiste de lutar, disciplina e, sobretudo, combater e vencer o nosso inimigo. Eu me sentia honrado por fazer parte dessa equipe, todos treinados devidamente. Oficiais especializados para defender a nossa população. Eu, como sargento da base, sentia orgulho de cada um. 



-Um, dois, três, quatro! --Gritei observando-os treinar.



Todos enfileirados, com uniforme de treino. Camiseta branca e calças de moletom. 



-Quatro, três, dois, um! --Os oficiais me respondiam.



A S.W.A.T tinha uma regra principal: "Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo". Precisamos ter foco e coragem. Os sentidos devem está bastante aguçados, olhos focados, ouvidos atentos. A vida de um cidadão depende unicamente de nós. Falhar estava fora de questão para mim. Os sentimentos não podem ir junto em cada batalha, eles devem ser postos de lado, somente a sua razão agir. Qualquer fraqueza, já era.



Me tornei membro da S.W.A.T, assim que completei os meus dezoito anos, meu pai era um comandante especializado em sequestros e operações de reféns -- exatamente o que sou hoje em dia--. Ele era bom, sabia lidar com as adversidades em uma guerra entre bandidos fortemente armados e a ânsia em resgatar uma pessoa naquela situação. Lembro-me que chegava em casa ferido de tiros, repleto de curativos. Seu corpo era só cicatrizes. Ele dizia que era "Ossos dos ofício" lema que carrego até hoje. Ele era um herói, era assim que eu o via. Seu corpo todo marcado e lá estava ele, vivo e forte. Para mim, meu pai era um homem de aço. Percebi que queria aquilo pelo resto da vida. Até que meu pai cheio de cicatrizes, ao qual eu o via como um homem de aço, morre em batalha, tentando proteger uma criança. Uma criança ao qual eu tinha certeza que me via ali. Ele sempre dizia isso para mim: "Quando salvo uma criança, sinto que estou salvando o meu próprio filho". A dor da saudade era imensa, mas não o suficiente para me derrubar, muito pelo contrário. Fazia de mim o mais forte. Eu queria ser o melhor, assim como meu pai foi.


A base era como a minha casa, passava praticamente o dia dentro daqueles muros altos cercados por cercas elétricas, às vezes até a noite. Eu tinha tudo que eu precisava naquele lugar; comida, banho, onde dormir, trabalho, e minha família. Em falar nisso, uma das que compunha o meu ambiente familiar, estava diante de mim, amarrando os seus cadarços, assim que entrei nos vestiários. Parei na entrada apenas observando-a. 
Sem dúvidas aquela oficial é lindíssima. Seus cabelos negros amarrados em uma trança embutida, deixava o seu rosto lindo em evidência. Suas calças de soldado deixava sua curvas mais salientes. Sua regata branca, seus seios perfeitos e fartos. Aquela oficial! 

-Estava me olhando, sargento? --Como sempre, pegou-me olhando-a de uma maneira hipnotizada e desejosa. -Olha que pode lhe custar sua carreira. Acédio é crime. 
-Não se eu fosse dono de tudo isso aqui. --Caminhei próximo a ela, envolvendo meus braços em sua cintura, enquanto ela envolvia o meu pescoço. -Tudo bem com você, Oficial Jackson? 
-Tudo sim, sargento Jackson. --Sorri tomando a boca da minha esposa para mim, com todo desejo que sentia por dentro.

Norah era a mulher da minha vida, eu a amava com todo o meu coração. Desde que nos casamos, Norah tem sido a minha família. Cuidávamos um do outro, amávamos um ao outro, e trabalhávamos juntos como uma equipe. Ela é uma ótima atiradora de elite e se gabava por isso. Eu tinha orgulho dela, era só isso que importava. 

Segurei em sua bunda avantajada, aprofundando o beijo de língua em que dávamos, precisando de algo a mais. Percebendo isso, interrompeu o beijo.

-Michael! Aqui não. Já pensou se o Tenente entra? Podemos ser afastados. --Dei de ombros, sabendo que naqueles vestiários rolava muito mais do que um simples beijo aumentando de intensidade. 
-Eu faço parte dessa equipe, sou um dos melhores. O Tenente Hitch não irá me suspender por causa de um beijo na minha esposa. Além do mais, quem manda nessa equipe sou eu, tanto quanto nos vestiários. --Levantei a sobrancelha e ela balançou a cabeça me achando um tremendo convencido. 
-Se você diz. --Ela parecia não se importar, por tanto, tentei beija-la de novo, sendo completamente correspondida por ela. -Michael! --Reprendeu-me quando enfiei minhas mãos dentro da sua camisa para acariciar os seus seios. 
-Desculpa! --Levantei as mãos em rendição, como se não tivesse nada a ver com aquilo. 
-Regra da S.W.A.T : "Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo." --Desviou-se de mim e eu fui atrás abraçando sua cintura.
-Só se for de tesão. --Funguei seu pescoço sentindo o seu cheiro, beijando o local. 
-Safado! --Ela me deu um tapinha, o que achei graciosamente perfeito. 
-Olha só o casalzinho! --Patrick adentrou os vestiários, de supetão, assim como sempre fazia, depois de um treino. 

Ele era um amigo, não me incomodei nem um pouco, a não ser pelo o fato de que quando Patrick aparecia assim do nada, é porque havia uma ocorrência à vista. 

-Você deveria colocar juízo no seu sargento, Patrick. --Norah avisou divertida. -Ele anda muito fora da linha. --Esfregou o dedo no meu nariz e eu abracei pela cintura, fazendo-lhe cócegas, aos risos. 
-Eu? Colocar juízo nesse aí? Só se for pra que me dê uma missão dificílima no Paquistão. --Patrick exagerou em sua forma de dizer o quão exigente sou, mas como eu sabia que era apenas brincadeira, todos nós rimos. 
-Ah qual é Patrick? Sabe que te mandaria para uma missão no Iraque. Não seja modesto. --Norah gargalhou. E ela era perfeitamente linda sorrindo dessa forma, eu adorava a covinha em suas bochechas. 
-Viu só? Acho melhor não se meter com o sargento, me coloca fora dessa. --Ele piscou para Norah, como se dissesse que não iria intervir.

Meu pager apitou no bolso, interrompendo nossos risos. Capturei-o entre os dedos, olhando a pequena tela. Mais uma ocorrência, mais um dia de guerra. 

-Um assalto em uma loja de departamentos. Há reféns. --Vi a seriedade despontar nos rostos dos meus dois oficiais. Naquele momento, não era mais o amigo, ou a esposa. E sim, uma equipe preparada e obstinadas em fazer justiça. 

Norah correu ao seu armário, pegando as armas. 

-Reúna a equipe, Patrick. Nos encontraremos na viatura em dez minutos. --Ele assentiu, correndo em direção a saída.

Corri onde Norah estava, vestindo o meu colete, rapidamente. 

-Esta loja fica localizada em que parte da cidade? --Perguntou Norah, guardando a pistola na parte de trás da calça azul escuro. Suas botas de cano longo já estavam completamente amarradas.
-No centro. Próximo aos prédios reformados do exército. --Abotoei o colete à prova de balas, por cima da minha camisa azul. Capturei alguns pertences de combate já completamente pronto para mais uma missão.
-Pronto? --Minha linda esposa perguntou, ofegante. 
-Já nasci pronto. --Maneou a cabeça concordando. Demos um selinho nos lábios e partimos correndo.

Nossa equipe já estava pronta dentro da viatura, só foi o momento de Norah e eu entrarmos para o carro partir cantando pneu pelas ruas de Los Angeles. 

Era uma equipe de no máximo dez agentes, todos preparados e fortemente armados. Era a nossa pequena família, eram as pessoas ao qual eu convivia todos os dias, com um único objetivo de proteger a população. Eram todos experientes, de no máximo oito anos de missão. Enfrentamos bandidos de alta periculosidade; levamos tiros, encaramos o perigo, mas nunca, jamais perdemos nenhuma guerra.

A rua estava completamente fechada, repleto de curiosos e outros policiais militares. Do lado de fora já era notória a tensão. Alguns vidros de entrada da loja estavam quebrados por balas de metralhadora. Haviam homens encapuzados andando de um lado para o outro, e pude ver pessoas na mira de armas. 
Descemos da viatura, Patrick terminou de vestir seu colete com o nome S.W.A.T cravado como uma tala na parte de trás. Jogou uma metralhadora para Samuel e os outros de capacete desceram atrás de nós. 

-Começarei a negociação agora mesmo. --Comecei avisando. -Patrick! Quero que vá com os outros até os fundos da loja. Cerque toda a área, inclusive, a entrada. Quando começarem a libertar os reféns quero que ampare alguns, enquanto os outros começam a algemar os bandidos. --Ele assentiu, correndo em direção a loja. -Norah, eu sei que você é uma grande atiradora, quero você lá. --Apontei para o prédio em construção, cerca de vinte metros, o que ficava acima da estrutura da loja, daria um alvo perfeito pelo distanciamento. -Quando o caldo engrossar quero um tiro certeiro de raspão no ombro de um dos bandidos. Não podemos deixa-los escapar. 
-Certo, sargento. --Norah bateu continência e correu até o prédio. 

A habilidade que minha mulher tinha de subir pelas escadas de emergência e se posicionar no local certo, era impressionante. 

Coloquei os fones de ouvido com um microfone na cabeça, para tentar o primeiro contato com os meliantes. 

-Eles estão nervosos, senhor! Querem um carro imediatamente. --Disse um dos oficiais que me auxiliavam.
-Certo. --Respirei fundo, colocando a tranquilidade na voz e também em minhas expressões corporais. Eu precisava ser o negociador bom que sou. 

"Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo" Jamais esqueceria aquela regra, jamais deixaria as emoções controlar-me ou estaria tudo perdido. Os bandidos perceberiam, e uma das vitímas poderia sofrer pelo meu descuido. 

-Alô! --Uma voz grossa e firme atendeu-me rigidamente. Estava ofegante e nervoso. 
-Aqui é o sargente Jackson. Sou um negociador, do comando geral da S.W.A.T, diga suas exigências e o que possamos fazer para as vítimas serem libertas. 
-Preciso de um carro agora, e um colete à prova de balas. Dois milhões de dólares e uma fuga daqui. --Ouvi pessoas chorando no fundo, e voz de outros bandidos gritando, mandando calar a boca. 
-Certo. Já pedimos o carro. O colete, um dos oficiais lhe entregará agora mesmo. Mas preciso saber. Há alguma vítima ferida? --Um silêncio se deu em breve segundos.
-Há sim, só um. --Tentei manter a calma.
-Qual é o seu nome? --Perguntei amistosamente.
-Me chamo Rescall, e quero sair daqui agora mesmo! Entendeu? --Bradou, angustiado.
-Ok Rescall, mas por agora eu preciso que liberte um dos reféns, a vítima ferida de preferência, e tem que ser agora. 
-Só vou libertá-la quando o carro chegar! --Gritou sem paciência.
-Eu entendo Rescall, entendo que queira negociar dessa forma, mas a vítima precisa de socorro com urgência. Se ela morrer não teremos nenhum acordo, ficaremos aqui o dia todo. É uma troca e preciso que cumpra a sua antes da vítima vier a falecer. 
-O negocio é o seguinte, Sargento. Ou o senhor para com essa conversinha mole e me traga logo o carro e o colete, ou começo a atirar em outras vítimas, está me ouvido! --Ouvi o telefone perder o contato. Provavelmente Rescall desligou na minha cara.

Respirei fundo, sabendo que precisávamos agir o mais rápido possível, ou acabaria muito mal. 
Contatei com Patrick próximo ao estabelecimento com o fone. 

-Quero que se posicione, Patrick. Leve o colete até o Rescall que chegará com a vítima pela entrada. Ao meu comendo.
-Sim, senhor. --Ouvi sua resposta positiva. Contatei com Norah logo em seguida.
-É agora, Norah. Um tiro de raspão bem no ombro, assim que Patrick entregar o colete. Precisamos acabar com isso o mais rápido possível. 
-Já tenho ele na mira, só esperando o seu comando. --Sorri sentindo-me orgulhoso de minha mulher.
Voltei a ligar para Rescall, que logo atendeu.
-Olha aqui cara, vocês estão demorando demais com o meu carro. Ou ele chega aqui em dez segundos, ou eu começo a atirar.
-Não Rescall, você não atirará em mais ninguém. Seu colete já se encontra na entrada, pegue-o e se entregue. Conseguirei que não saia daqui ferido.
-Como posso saber que não está mentindo? Que quando cruzar aquela porta irão atirar em mim?
-Não pode, mas terá que confiar. --Eu estava ansioso, para que tudo desse certo. Meus batimentos estavam tranquilos, eu precisava ficar, mas aquela tensão toda, mexia muito comigo. Principalmente quando ouvi um choro de uma criança. -Há crianças com você? --Perguntei incrédulo.
-Só um menino de mais ou menos cinco anos. --Respirei fundo.
-Está bem, Rescall. Em cinco minutos um oficial estará na entrada para lhe entregar o colete. Irá entregar as vítimas, e se entregar também.
-Não irei me entregar! --Bradou nervoso. Ouvi um tiro, mulheres gritaram.
-Rescall se acalme! Para onde você atirou? --Se ele feriu mais alguém eu não me perdoaria.
-Não interessa, Jackson! Eu quero que me deixe fugir, quero ao menos uma chance, eu e meus comparsas. --Assenti.
-Tudo bem. O carro estará estacionado em frente, daremos dez minutos para que vocês possam fugir, sem atirar e sem confrontá-lo. Mas não deixaremos livres. Se em dez minutos não conseguirem escapar...
-Quero meia hora! --Foi firme. Balancei a cabeça, olhando para o oficial com pesar, parece que não estava conseguindo entrar em acordo ali.
-Tudo bem! Daremos meia hora. --O soldado me olhou como se eu estivesse maluco, mas eu tinha outro plano em mente, o plano inicial.

Desliguei o telefone com Rescall e voltei a contatar com os oficiais a postos. 

-É agora! 

Patrick caminhou até a entrada da loja com o colete nas mãos, mais três oficias atrás dele. Olhei para o alto e Norah estava em seu posto. 

Uma vítima estava sobre o poder de Rescall enquanto ele caminhava para a saída. Outros oficiais entraram por trás mantendo à mira do tiro, mais dois bandidos. Eu queria muito fazer tudo de uma forma melhor, mas as condições não estavam favoráveis. Eu precisava proteger as vítimas, independente do que aconteceria aos comparsas de Rescall. 

Eram três oficiais, contra dois bandidos, tudo sobre a mira de tiros instantâneos. Poderia ter uma troca de tiro, sim, mas era um risco a ser cometido. 

Patrick esticou as mãos para entregar o colete, a vítima apavorada com uma gravata em seu pescoço do braço de Rescall e uma arma apontada na sua cabeça. 

Fiquei a espera, o colete estava quase em seu poder, faltava bem pouco para Rescall se apossar do colete e voltar para dentro. Eu não sabia o que poderia acontecer se isso acontecesse, não queria pagar para ver. 

-Agora, baby. Mostra do que é capaz. 

Ouvi o granido de Rescall se queixando do ombro pelo tiro que recebeu.

-Vão, agora! --Um oficial pulou à frente de Rescall lhe tomando a arma e o outro agarrando a vítima. Ele estava imobilizado e a vítima livre. 

Quando os outros se deram conta do que aconteceu, os dois receberam um tiro de borracha na perna derrubando-os ao chão. As vítimas saíram correndo do estabelecimento em desespero, gritando e chorando. Enquanto rapidamente os outros também foram imobilizados. 

Ambulâncias e paramédicos estavam todos apostos para amparar os feridos, inclusive os bandidos. Minha equipe voltou ao posto inicial, e comemoramos mais uma missão bem sucedida. 









Capítulo 2
Há vida depois do trabalho
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O homem à minha frente completamente nu era o homem da minha vida. Cada traço de Michael contribuía para que eu me sentisse a mulher realizada. O corpo esculpido pelos deuses despertava-me desejo. 



Percorri meus dedos pelo seu peito definido, até chegar em sua virilha. Eu não parava de fitar seus olhos intensos, repleto desejo, tanto quanto eu. Michael era um militar desde muito tempo, era um homem viril, acostumado com treinos pesados, mas não era um saco de músculos, muito pelo contrário. Acho que era essa moderação que o deixava ainda mais sexy e com vitalidade de que precisava. 



Quando conheci Michael há 5 anos atrás, eu era uma recém recruta da corporação. Fui aceita por ser uma das melhores atiradoras do país. Mudei de cidade, de rotina e definitivamente, mudei de vida. Michael já era o sargento da base, adorava impor regras, mas tratava todos nós como uma família. Fiquei louca assim que o vi. Ele havia me encantado de cara, com sua postura e inteligência. Sabia se sair de casos difíceis como um verdadeiro herói, eu tinha uma admiração imensa por ele, além de acha-lo lindo. 



Havia um charme em Michael que eu não vi em nenhum outro homem, parecia um imã que me atraiu imediatamente. Ele se sentiu da mesma forma. Tentei dar uma de durona, que não me envolveria com o manda-chuva da equipe, fugindo de suas investidas. Michael me cercava dia e noite, queria um encontro, uma conversa que não fosse sobre ocorrências, queria me levar ao cinema. Me rondava como um urubu na carne seca. Até que sua insistência acabou me convencendo. Cai de quatro pelo Sargente mais sexy que conheci, tornando sua mulher alguns anos depois. 



Não pense que só porque sou esposa de um dos membros mais importantes da base, sou tratada com regalias, muito pelo contrário. Dentro da S.W.A.T éramos sargento e oficial, ele ordena e eu executo. Mas em casa... em casa somos o marido e a mulher, completamente loucos um pelo outro. 



-Você é tão linda, meu amor! --Quando Michael sussurrava daquela forma tão intensa e suave de se ouvir, eu definitivamente me derretia inteira. -Eu podia te olhar por horas. 



Meu corpo exposto em baixo de seu olhar em chamas, aumentava o meu desejo, aumentava o meu amor. Era a certeza absoluta de que sou amada. 

-Meu sargento gostoso! --Abracei seu corpo por achar que estávamos distantes demais, sentindo seus lábios macios e quentes percorrer a pele do meu pescoço. 

Cada beijo, cada toque, cada declaração em meu ouvido, era arrebatador. Michael não era só profissional em batalha, mas também assim, entre quatro paredes, quando nossos corpos estavam prestes de ser fundidos em um. 

Agora era a vez dos meus lábios explorar seu corpo, tomar para mim o que era meu por direito. Sentindo a maciez e a rigidez pelo qual seu peito contraia ao sentir meu toque. Era a melhor parte, sem dúvidas. 
Parei próximo a sua virilha, completando seu pênis poderoso. Grande, grosso! Toda sua extensão com veias sinuosas, glande alterada e rosada, apetitoso. Eu perdia o fôlego, só pelo fato daquele homem gostoso ser inteiramente meu. Me excitava, me deixava desesperada para que me possuísse logo. 

Meu corpo foi erguido abruptamente, jogado sobre nossa cama. O corpo imponente do meu homem foi para cima de mim, atacando minha boca com beijos fortes. Meus lábios doíam com a pressão dos seus lábios no meu. Sua língua degustava-me, assim como a minha o degustava. Suas mãos grandes e fortes apalpavam os meus seios com possessão. Eram deles e Michael sabia perfeitamente disso. Meus gemidos ecoavam por nosso quarto, quando senti toda a sua potência invadir-me com precisão. 

-Michael... --Meu corpo se curvou, sendo entorpecido pelo prazer descomunal que me proporcionava. 
-Além de ser a melhor atiradora que temos, é gostosa pra caramba! --Rosnou em meu ouvido, sendo atingido por um prazer violento. Eu conhecia bem o homem que tenho, sabia suas reações. -Tão apertada, meu amor! 

Suas mãos habilidosas, abriram minhas pernas ainda mais, escorregando para o fundo de mim. Soltei um gemido. 

-Tão perfeita, e tão suave. --Prendi minhas pernas em sua bunda, sentindo sua boca tomar meu seio direito. Michael começou as estocadas precisas, atingindo cada nervo sensível do meu núcleo. O prazer reverberava por cada poro do meu corpo.
-Tão sua, meu sargento! --Pendi minha cabeça para trás, completamente entregue a suas investidas mais rápidas. -Michael! --Eu estava em meu limite.
-Isso, chame meu nome. Grita por mim. --Cravei minhas unhas em seu pele com força. -Diz o quanto você adora sentir meu pau dentro da sua vagina. 
-Eu adoro! --Gritei. -Adoro o seu pau, adoro o seu corpo, adoro você! --senti outra estocada que me tirou de órbita por um instante, quase causando um orgasmo. 
-Você está me engolindo tanto, Norah. Sabe como nunca ser assim tão gulosa com o meu pau. --Meu corpo começou a tremer, era o orgasmo bem próximo. 

A bunda avantajada e dura do meu marido contraía à medida que arremetia contra mim, bem lá no fundo. Inteiro, até o talo. 

Tudo em mim foi como uma explosão, que me dominava com violência. Apertando seu corpo com força, me entreguei ao orgasmo alucinante que meu homem proporcionava a mim. 

-Ah! --Ele graniu alto. Seu corpo tremia com força, seu pau pulsava dentro de mim, até sentir-me preenchida com o seu gozo.

Contemplar Michael sendo consumido pelo orgasmo era a uma das visões mais lindas que já vi. Seu suor escorrendo pelo corpo ao qual eu idolatrava, sua respiração descompassada que fazia seu peito subir e descer, sua expressão distorcida pelo prazer. Aquele homem era a personificação da perfeição e era todo meu. 

Sentei-me entre suas pernas encostando minha cabeça em seu peito, depois de estar mais calmos por conta do sexo. 

-Você foi incrível hoje. --Elogiei o seu trabalho, como sempre fiz. Eu tinha admiração por ele, uma verdadeira fã do seu trabalho. -Sua estratégia fez total diferença. Sem contar com a rapidez de Patrick e Samuel agarrando o bandido e a vítima. --Ouvi a risadinha de Michael.
-Essa equipe é sensacional! Tenho orgulho dela e fazer parte. Inclusive você, Norah. Atirou exatamente onde eu queria. 
-Algumas horas de treino fazem a diferença. --Senti seus dentes mordiscarem a minha orelha. --Ao menos aquele desgraçado vai pegar alguns anos de cadeia, com uma ardência no ombro. --Ri sentindo-me vitoriosa.

Eu odiava bandido, odiava que eles existissem e que bagunçava a sociedade, para mim eles morreriam um por um. Às vezes Michael aconselhava-me fazer apenas o que devia fazer, sem levar um missão para o lado pessoal. Aquela famosa regra da S.W.A.T: "Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo." Eu tinha medo de deixar a minha raiva me dominar e acabar fazendo uma besteira, e acabar sendo expulsa. Se fosse para matar, apenas em caso de extrema necessidade. 

-Eu não queria falar de trabalho hoje. --Michael disse desapontado. --Estamos em casa, quero falar apenas de nós. --Olhei para os seus olhos, e vi algo diferente ali. -Quero levá-la para um lugar. --Abri um sorriso achando aquela proposta bem fora do comum.

Michael e eu nunca jantamos fora, a não ser dentro da base. 

-Que novidade é essa agora? --Franzi o cenho. -Está maluco, Michael? Já é bem tarde. 
-Alguns restaurantes da cidade estão abertos. Precisamos disso, Norah. --Era importante para ele e eu decidi atender esse pedido. A final, eram raros esses momentos. -Vamos. Arruma-se e vamos dar uma volta por aí. 

Eu estava estranhando esse comportamento, mas não posso negar que estava adorando. Michael e eu tendo um momento a dois que não fosse só sexo era a coisa mais gostosa do mundo. Eu já estava ansiosa. 


O restaurante era localizado no centro de Los Angeles um dos mais caros da cidade. Michael e eu éramos um casal de classe média, não éramos ricos, mas vez ou outra, fazia questão de nos dar alguns privilégios. 
Eu adorava aquele lugar, era aconchegante e acolhedor. Eu gostava mais das mesas ao ar livre, em frente ao mar. Aquele vento gostoso e a maresia na noite dava-me uma paz singular. Bem diferente da agitação nas ruas ao qual nosso trabalho nos exigia.

-Quem diria que minha princesa ficaria tão linda de vestido e salto alto! --Brincou meu lindo marido, tirando sarro de mim.
-Para! Não venha com essa. Só usei esse vestido porque você insistiu muito. --Devolvi a brincadeira e um tom divertido. 

Confesso que não estava acostumada com aqueles trajes no meu corpo, para mim era calça de moletom para usar em casa, ou de malha com blusas regatas. No trabalho, nossa farda habitual, nada de vestidos longuetes e nem salto altos. 

-Você está lindíssima. Eu adorei. --Sorri com ternura para ele, sentindo seus lábios dando-me um beijo suave. 
-Se for pra sair da rotina, também adorei essa calça jeans apertada com esse casaco preto aberto. --Sem contar que a camisa que estava por dentro. Branca, estava com os botões abertos. Michael ficava sexy com aquele visual. 
-Ah qual é? Eu sempre me visto assim. --Para falar a verdade não era incomum, levando em conta seu vasto trajes jeans em sua parte do closet. Sorri. 
-É, tem razão. 

O garçom apareceu com o menu, pedimos champanhe como bebidas de entrada e depois o prato principal. Risoto de camarão, já que estávamos em frente ao mar. 

-Mas é sério, Norah. Precisamos de mais momentos como este. Passamos a maior parte do tempo juntos, eu sei, e isso é ótimo. Mas mesmo quando não estamos trabalhando, falamos do trabalho. Parece que o trabalho acabou se metendo até mesmo do nosso relacionamento. 

Eu entendi do que Michael falava, ficávamos o dia todo na corporação, treinando ou resgatando alguém, ou detendo alguém. Quando chegávamos em casa, revivíamos o dia, falando do assunto, na nossa cama. Não tínhamos tempo para falar de nós, de nossos interesses, ou de sairmos juntos. Nem ao menos planejamos ter filhos e nem viagens à sós fazíamos.

-Você tem razão. Isso não é bom para o nosso casamento. 
-Quando chegamos em casa, estou sempre revendo alguns casos, investigações. Vamos dormir e no outro dia começa tudo de novo. Eu te amo demais para deixar que tenha só isso. --Aquele olhar terno, disposto a mudar aquela situação me deixava toda derretida.

Nosso casamento era perfeito, maravilhoso do seu próprio jeito. Eu sou louca por Michael e ele por mim. Não havia brigas graves, a não ser, que eu tenha discordado de uma forma dele agir em ação e ter que lidar com seus protestos, dizendo que era o líder da equipe. Sua forma explosiva e dura com que lidava como sargento, às vezes refletia no modo como lidar comigo. Dois explosivos nunca acabava bem, porém quando resolvíamos nossas questões tudo voltava ao normal. E eu sabia que Michael só quer me proteger, ele sempre foi assim. Às vezes acho que mais importante do que salvar uma vítima, era fazer com que eu ficasse ilesa no final das contas. Era o foco dele, Michael nunca me deixava arriscar demais. Quando era para me arriscar, ele mudava a estratégia e era por isso que brigávamos. Ele exagerava em sua superproteção.

-Eu te amo ainda mais, meu amor. Só quero que saiba que tudo que fazemos, tanto em casa como na base, ou o que não fazemos. Não irá refletir nenhum pouco em nosso relacionamento. --Segurei em sua mão com força. -Quando me casei com você eu estava apaixonada. Queria demais aquele sargento mandão e sexy, que eu tinha que manter o controle todos os dias, para não cometer nenhuma loucura. Quando me vi ao seu lado, soube que nada mais no mundo importaria. Eu sei que trabalhamos juntos vinte quatro horas por dia, e sei que acabamos levando tudo para nosso quarto, que deixamos um pouco de romantísmo e cuidar de esposa e marido. Mas isso não significa que está mudando, porque não está. --Michael segurou meu rosto beijando minha boca com desespero. Era como se para ele aquele momento era importante demais. Ele precisava entender a quanto andava o nosso amor. E eu sei que era o mesmo.

Chupei seus lábios de leve assim que terminamos o beijo, contemplei aqueles olhos negros que tanto amava. Aquele rosto de anjo que tanto me dava forças para continuar. Se ele soubesse o quanto eu o amo, pararia de pensar tais besteiras.

-Não pode mudar. Eu preciso de você. --Suas mãos acarinharam minha coxa. -Você tem sido a minha força, e sabe disso. 
-E você a minha. --Sussurrei. Uma emoção invadiu-me inteira. Eu o amava tanto, mais tanto! 

Nosso jantar havia chegado e eu me sentia faminta. Apreciamos o prato conversando amenidades e rindo de coisas que já aconteceram. Michael pediu para não falamos de trabalho e foi isso que aconteceu. Não falamos, em nenhum momento.

-Vamos dançar? --Puxei Michael para a pista de dança envolvendo meus braços em seu pescoço enquanto ele em minha cintura.

Tocava uma música lenta e bem suave aos ouvidos. Aproximei meu corpo do seu, aspirando seu cheiro gostoso do seu perfume. 

-Lembra quando dançamos assim na nossa festa de casamento? --Lembrou ele. -Você estava tão linda. Aquela morena bronzeada com aquela cabeleira, vestida com o vestido de noiva! Quase cai pra trás, me perguntando se era mesmo eu o noivo. --Apertei as bochechas dele por ser tão exagerado.
-Ah amor. Você também estava lindo, todo de terno e gravata. Parecia um príncipe. O meu príncipe. --Ele sorriu nostálgico. 
-Naquele momento eu me dei conta que seria tudo pra você, tudo que você quisesse e precisasse. Eu estava a sua disposição, como um empregado para sua patroa. Eu estava literalmente aos seus pés. 

Michael me amava demais, assim como eu o amava. Éramos feito um para o outro e isto não era um clichê qualquer que as pessoas falam por ai. Era muita verdade, eu sentia no meu coração e ele sentia no dele da mesma forma. 

-Também tive o mesmo pensamento, amor. --Ele ajeitou a mão nas minhas costas, dando-me carinho. -Você era o príncipe do meu castelo, ainda é. Me encantei por você assim que te vi. --Pensei por um momento o que Michael significava para mim, sentindo a emoção invadir-me por dentro. -Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, Michael. --seu olhar era de gratidão.

Meu marido me abraçou beijando a minha boca de língua. Eu já estava acostumada com o seu gosto, sua forma suave e ao mesmo tempo intensa em me beijar, porém a sensação mudava toda às vezes. As emoções aumentavam, os batimentos cardíacos se alteravam, como na primeira vez. 

Aquele moreno de um metro e oitenta de altura, mandão e com um ar de intocável, abalou todas as minhas estruturas quando o vi, e isso não mudou e nunca irá mudar.
Começou a tocar uma música agitada que eu amava muito. 

-Minha música! --Separei dos seus lábios e comecei a dançar, ele riu da minha cara balançando a cabeça, mas me acompanhou. Michael dançava todo desengonçado, eu confesso. Mas nunca deixava de se divertir quando estava comigo, isso era o que eu mais gostava nele.

O sargento sério que vive tomando decisões o dia inteiro, em um momento relax era perfeito de se ver.








Capítulo 3

Amor, trabalho e família. Era o mais importante na vida de qualquer um!
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Meus olhos vasculhavam a tela iluminada no computador à procura de alguns casos em aberto, uma pendência que fiquei incumbido de resolver. Não havia rastros do assassino, e muito menos provas que apontavam quem poderia ser. Sou um sargento que entra em ação nas ruas. Tiroteio e confronto, faz parte do meu dia-a- dia, não sou um detetive, mas aquele caso me intrigava. 

Uma mulher e o marido foram brutalmente assassinados enquanto dormiam. Cliquei na página criminal onde havia fotos dos corpos, e era algo chocante realmente. Ela foi degolada, membros de seus corpos separados, provavelmente estuprada antes de ser morta. O marido, esfaqueado, também com as parte de se corpo separados. 

Eu estava louco em saber quem era o assassino, queria que individuo viesse até as minhas mãos e eu ter o prazer de jogá-lo na cadeia por vários anos. 
Ouvi alguém adentrar o meu escritório, e a luz se ascender.

-Usar o computador com as luzes apagadas acaba com suas vistas, cara! --Patrick, sempre pegava no meu pé quando fazia isso. Mas para mim tanto faz, até era melhor, o ambiente na penumbra enquanto esquadrinho casos terríveis. 
-Já estou terminando. --Mudei de página, onde havia uma matéria sobre o caso, na época que saiu na mídia. 
-O assassinato em Best Side? --Assenti. -Foi terrível, um dos mais brutais que ouvi falar daquela cidade. 
-Ainda não acharam o assassino, provavelmente ouvirá muito sobre casos como este.
-Nem fale uma coisa dessas, Deus me livre. O caso foi encerrado e não prenderam o culpado. Às vezes acho que nem sempre podemos resolver tudo. --Suspirei fundo.
-Claro que podemos. Acontece que esse cara é safo demais e os responsáveis da área não estão se empenhando muito. Seria bem diferente se eu estivesse no caso. Mas pode deixar, não vou descansar até descobrir quem é o assassino.
-Você e sua mania de resolver tudo, mesmo quando não tem nada a ver com você. O Tenente Hitch não vai colocar você no caso, sabe disso, não é?

Suspirei controlando meu incômodo, sabendo que Tenente Hitch, jamais me deixaria entrar no caso, ainda mais por saber o quanto estou envolvido com o assunto. Na corporação era assim, quando você demonstra envolvimento pessoal em algo, ou fazer justiça por questão de honra, eles te colocam de fora. Não querem arriscar, as coisas não funcionarem bem, por conta do seu emocional. 

-"Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo" --Repeti a famosa regra. -Se escolhessem alguém tão obstinado em resolver o caso por questão de honra como eu, provavelmente esse cara já estaria atrás das grades.
-Michael, Michael, Michael. --Ele riu e eu o acompanhei. -Mas mudando de assunto...já fez algo em ação ao qual se arrependeu? Pergunto porque, às vezes, você é tão explosivo. Tendo que lidar com decisões fáceis, mas também difíceis e quase impossíveis. E tudo ali na hora, sem direito a sentar e pensar um pouco, ou deixar para mais tarde. Você é um dos melhores de Los Angeles e sei que age por instinto, pode ser que já teve alguns arrependimentos. 

Essa pergunta de Patrick, fez-me lembrar de uma vez, quando estava com uma equipe na base aérea do estado. Era tráfico humano, com bandidos super bem equipados, com fuzis e mísseis. Quando a coisa ficou feia, eu tive de agir. 

-Vários. --Comentei. -Eu tinha um plano em mente, iria funcionar. Mas a coisa ficou feia demais. Ou eu, ou o traficante. Matei o desgraçado com um tiro na testa. Porém, conseguimos libertar os encarcerados.
-Matar bandido em ação? Não veria como arrependimento, é um privilégio. --Patrick falava como Norah, assim como a maioria de nós, mas para mim, não era bem assim. Não por ele, mas pelas consequências, sempre tem um que vem atrás de nós cobrando justiça. Assim como foi atrás do meu pai.
-De qualquer forma, buscarei outro caminho o quanto for possível. Não quero carregar nas mãos o sangue de ninguém. --Dei duas batidinhas nas costas de Patrick ao me levantar da cadeira, preparando para sair.

Caminhei pelo pátio vazio dos departamentos. Estava à procura de Norah, queria dar uns pegas na minha mulher um pouco antes de sair para mais uma labuta. Depois da noite maravilhosa que tivemos no dia anterior, eu estava ainda mais louco por ela -- como se fosse possível. Norah era tudo que eu desejava naquele momento, mais do que qualquer outra coisa na vida. 

Minhas botas cano alto soava um barulho seco ao bater no piso batido do piso das instalações. As calças ásperas e finas do uniforme, esquentava as minhas pernas, e eu não via a hora de me despir de tudo, quando chegasse em casa, ou ali mesmo. Sem contar com aquela camisa azul que estava suada. Era uma tarde quente em Los Angeles e como transpiro muito, os uniformes eram nada favoráveis. 

Encontrei Norah na sala antibomba treinando como sempre. Tão linda e concentrada com aquelas roupas de proteção e óculos de proteção. 

-Escolha um, e corte o fio. --Sua mentora, agente Deesire dava-lhes as ordens. 
-São muitos, estão em um emaranhado só. --Minha gatinha estava em apuros, e eu ri em vê-la nessas condições. Não por maldade, mas por ter encontrado algo que não conseguia fazer de imediato.
-Exatamente! --Reafirmou a agente. - Acrescentei vários fios, para lhe dar o poder da escolha. Lembre-se: o detonador está em contagem regressiva, escolha um antes do tempo, ou então tudo irá por água a baixo. --Norah suspirou, conhecendo os efeitos da tensão.

Eu havia passado por essa prova várias e várias vezes, confesso que é bastante complicado. Já até tive que desfazer o detonador com uma bomba de verdade. Ali se errasse, Norah só sujaria o protetor e mais nada. Mas na prática, a coisa mudava de figura, ou você tem confiança total em suas escolhas, ou já era. E lá vem nosso trabalho mais uma vez nos dando o poder da escolha! Na vida também é igualzinho. Qualquer decisão errada, e você está morto, sem chance de revogar ou voltar atrás. 

As mãos trêmulas de Norah, percorriam no fio. Azul; logo depois no amarelo, vermelho, preto. Estava visivelmente com dúvidas. Cortou o branco, logo se ouve um estrondo e a roupa de proteção de Norah fica toda preta -- uma forma de similar as cinzas, mostrando que você estava literalmente frito. Os alarmes de reprovação soando pelo local.

-Droga! --reclamou minha adorada esposa. 
-Se fosse real, você estaria pelos ares agora. --Deesire constatou, frustrando aquela bela morena de cabelos longos. 
-Pensa pelo lado bom. --Caminhei até o centro mostrando que estava ali. -Ao menos essa mancha preta não sujará suas roupas. --Norah bufou saindo da cabine. 
-Cinco provas e nas cinco não tenho sucesso. Parece que por mais que eu tente me concentrar, fico ainda mais nervosa. --Caminhei em direção aos vestiários seguido por ela. 
-Você tem medo de bombas, sabe disso. Não conseguirá nada se não enfrentar os medos, é assim que funciona. Isso só foi um treino e pude ver seu medo dali, você tremendo... imagina! --Me olhou com irritação.
-Vai me deixar fora de novo, não é? -- Ergui os ombros.
-Não tenho outra escolha. 
-Ah Michael, qual é? Eu auxilio, é assim com Patrick. No final das contas, é você quem acaba desfazendo o detonador. --Balancei a cabeça em negativo.
-Não posso tê-la nesse tipo de missão quando tem medo, isso é suicida. Eu devo protegê-la e sabe disso. 
-Argh! Maldita hora que você entrou e me viu tremer. Tinha que chegar logo agora? --Fez bico e eu amei aquilo. 
-Estava à sua procura, nem sabia que era uma prova do esquadrão, tinha me esquecido. De qualquer forma, os relatórios chegariam até as minhas mãos mesmo. --Dei de ombros. -Fiquei a fim de te dar uns pegas por aí. --Ela riu passando na minha frente.
-Uns pegas é? E o que faz você pensar que de fato acontecerá? --Dei uma boa olhada para o seu corpo. Santo uniforme feminino que deixava suas curvas tão evidente, que eu sentia água na boca! Puta merda que mulher gostosa!
-Estamos a sós. --Olhei em volta. -Somos um casal e somos acostumados a vir aqui para transar antes de sair. --Desfez o sorriso adotando uma postura desdenhosa. 
-Uma rapidinha? Que coisa romântica, sargento! De uma noite como aquela à uma rapidinha nos vestiários? Grande progresso! --Caminhou próximo de mim, quase encostando seus lábios nos meus, olhando-me nos olhos, tentando me seduzir. Percorreu seus dedos pelo meu peito que arfava por ela. Meu pau pulsou dentro da calça esquentando-me ainda mais. -A menos que... me deixe ir em uma missão antibombas. 
-Usando sexo pra mim convencer, Norah! --Balancei a cabeça, em uma falsa irritação. -Isso é tão feio! 
-Sendo assim...--Murmurou como quem não quer nada. -Nada feito! --Deu-me as costas caminhando para os fundos, próximo ao chuveiro. Puxei-a pelo braço trazendo-a para o meu corpo, ouvindo seu grito de susto, e seu olhar tórrido de desejo.
-A não, é? --Puxei-a pela nuca, tomando sua boca para mim, com possessão. Pegando o que era meu de direito. 

Seus braços me abraçaram com fervor, demonstrando o quanto me desejava, tanto quanto eu. Agarrei sua cintura como dominação. Nos beijávamos como loucos. Caminhei com Norah até o chuveiro encostando-a na parede. 

-Quer me possuir aqui, é? --Perguntou ofegante. 
-Sim, embaixo do chuveiro, tomando um banho gostoso. O que acha, Norah, hum? Quer ficar toda molhadinha? --Minha pergunta foi em duplo sentido.
-Quero! --Abri o registro diante de sua convicção. Os jatos de água caíram em seu corpo, molhando sua camisa deixando-a transparente. 

Não resisti estar diante dos seus seios amostra sem fazer nada. Acariciei-os com veemência, enquanto ela tentava arrancar a minha camisa. Seus lábios pequenos e suculentos, percorreram meu peito molhado, do jeito que ela gostava de fazer. Meu corpo era dela, e Norah sabia muito bem disso. Tirei sua camisa molhada, começando a nos despir. Chupei seus seios, beijei sua boca. 

Suspendi uma de suas pernas enterrando-me dentro dela, assim que nos fizemos nus. Enfiei-me até o talo, ouvindo seus gemidos invadir o meu ouvido. Eu me deliciava no corpo da minha mulher, mas ela também se deliciava no meu. Tão faminta comprimindo e apertando meu pau dentro dela. Isso me enlouquecia de uma forma extraordinária. Comecei a arremeter com firmeza, sentindo meu sexo pulsar. A onda de prazer me invadia, incitando-me a ir com mais rapidez. Estávamos molhados, comendo um ao outro aos beijos, enquanto eu comia minha mulher no intervalo do trabalho.

Aquela pele macia, aquele cheiro suave que exalava de sua pele, aguçavam meus instintos primitivos.

-Michael! --Gemeu meu nome quando passei a estocar pausadamente. Os barulho do nossos corpos se chocando era audível. -Você vai me matar assim. --Eu entendi que aquele prazer era agoniante, era para mim também, tudo que queria era gozar com violência, sentindo prazer consumir as minhas veias. 
-Só se for de prazer, baby. --Mordi a pele dos seus ombros, aumentando um pouco mais as investidas. Senti a base do meu sexo se comprimir ainda mais. Uma explosão de prazer atingiu-me fatalmente, consumindo com intensidade. Gemi alto, e meus músculos enrijeceram. Gozei tudo que eu tinha que gozar dentro da minha mulher. Segurei sua bunda com força, controlando seu corpo para não cair ao chão, pois ela acabava de ter um orgasmo lindamente diante de mim. Mordendo seus próprios lábios, cortando minha pele com suas unhas violentas. Sua abertura comprimindo e relaxando. 
-Michael! --Busquei sua boca, beijando-a, tentando aumentar ainda mais o seu nível de prazer. Fixando-me com força no ponto sensível que eu sabia muito bem onde encontrar. -É demais pra mim, Michael! --Suas unhas enterram-se em mim com mais força e ela gozou de novo, contorcendo-se inteira. 
-Oh meu Deus, Norah! Caramba amor, como você é gostosa! --Aquilo tudo me deixou com tesão de novo. 

Comecei o processo novamente, arremetendo rapidamente para gozar a tempo, antes que Norah pudesse se satisfazer. Os gritos dela aumentaram, junto com o meu, e então gozei de novo, encharcando-a com o meu gozo. 










Capítulo 4 



Toda ação há uma reação

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Não canso de dizer: meu marido é o homem mais gostoso do mundo! Ele sabia me satisfazer em todos os sentidos. Eu adorava transar com ele nos vestiários da corporação, era algo perigoso e excitante ao mesmo tempo. E correr risco com um homem daqueles é emocionante. 



Observei meu lindo esposo, vestindo-se de um uniforme seco, que pegou em seu armário. Mordi meu lábio perscrutando todo o seu corpo com os olhos. Aquela perfeita bunda desnuda, tirava-me o fôlego. Ele vestiu as peças sobre o meu olhar, como eu já estava devidamente vestida, foi bem mais fácil observá-lo. 



-Uau que visão! --Comentei depois que colocou a camisa azul, a última peça que faltava. 



Ele encarou-me interessado, me agarrou pela cintura, colando nossos corpos. 



-Você gosta, é? --Assenti. -Adora essas rapidinhas nos vestiários, estou certo? 
-Oh, sim. Está certíssimo! --Grudei minha boca na sua, o beijando com desejo. Minha vontade do meu marido crescia a todo o momento. 

Enfiei minhas mãos dentro da camisa dele, apalpando suas costas largas e volumosas. Recebi mordiscada no queixo, descendo para o colo, repousando nos seios. 

-Você é um conquistador barato! --Reclamei falsamente entre sua boca. -Adora me seduzir nas horas menos propícias. O que você faz, Michael, hum? Por que eu fico tão louca por você? --Ele sorriu, mostrando aqueles dentes branquinhos de que tanto me hipnotiza. 
-Então não sou um conquistador barato e sim, de qualidade. --Óbvio que era, uma qualidade impar ao qual me deixa de quatro até hoje. 
-Com certeza! --Fui agarrada mais uma vez. Meu corpo voltou a reagir a suas caricias, deixando me excitada, molhada, gritando por ele mais uma vez. 

Michael e eu nos agarrando naquele espaço completamente vazio e afastado era instigante. O bipe do meu pager apitou, irritando-me. 

-Oh não! --Reclamei soltando a boca do meu homem abruptamente. 
-O compromisso nos espera. --Constatou ele. Peguei o pager do bolso, para saber qual seria a ocorrência. 
-Um assalto à bancos. Os bandidos fugiram, estão tentando sair da cidade agora mesmo. --Michael respirou fundo, voltando a seriedade instantaneamente. Meu marido é assim, quando se trata do trabalho levava tudo com profissionalismo ao extremo. 

Tomei uma lufada de ar, contendo-me da mesma forma, seriamos os agentes da S.W.A.T a partir de agora. 

-Vamos depressa! 

Michael correu para saída e eu o segui. Entramos em um deposito capturando as armas, nos equipando.

-Se sairmos agora, pegamos eles antes de chegar na alfandega. --Coloquei minha pistola no cinto de guarnição na minha bota, logo capturei uma metralhadora. -Chame todos, Norah. Faremos uma perseguição agora. 

Perseguição. Eu odiava essa parte, era sempre tudo tão tenso. A temperatura ia lá em cima, sem contar com a velocidade do carro, as trocas de tiro. Michael sendo irracional. Cruzei os dedos para que tudo pudesse dar certo. 

Corremos até a saída da base, mas antes gritei Patrick, Samuel, Rick e Deanna, outra membra da equipe que fazia as vias feminina assim como eu. Na van se encontrava Lary na direção e Peter com mais armas. Pulamos dentro da van.

-Vamos nessa galera! --Michael enfiou o braço para fora da janela e bateu com força na lateral. A van saiu catando pneu.
-O carro é uma D20 preta, com um cartaz no vidro traseiro de propagandas. É um carro roubado. --Patrick disse, dando-nos as informações.

Lary aumentou a velocidade correndo para o local indicado. Logo entramos em uma avenida isolada, onde o veículo com as mesmas características apareceu diante de nós. 

-Os canalhas estão bem ali! --Michael gritou com a irritação latente. Ele colocou a arma em punho, mas antes o mega fone. -Vocês já foram pegos, é melhor não resistir. Encosta o carro no canteiro e se entregam! 
Nada feito, continuaram em total velocidade, obrigando Lary acelerar mais. Olhamos um para o outro sabendo que precisávamos agir. 
-Quero que mirem em cada pneu e comecem a atirar, se for preciso derrubem esse carro! --Um pedido do sargento era uma ordem. 

Cada um de nós fomos para a janela mais próxima, com a arma em punho miramos em cada parte do veículo que estava alguns poucos quilômetros de nós.

-Se eles atirarem, o bagulho vai ser doido! --Samuel "uivou" curtindo a adrenalina. 
-Se eles atirarem o sargento vai pirar. --Consertou Rick. Michael riu de lado e eu permaneci séria.

Michael piraria sim, usando o meio mais difícil de revidar. Ele era assim, louco e impulsivo até demais. Uma preocupação a mais diante de toda aquela tensão.

-Ao meu comando. --Carreguei a minha arma, ouvindo os cliques dos demais. -Prontos? 
-Sim, senhor! --Gritamos em uma só voz. 
-Agora! 

Os primeiros tiros clareavam a pista ao bater no chão, uma descarga de balas iam de encontro à D20 sem altera-la em um só momento. O motorista do veículo à frente, serpenteava a pista, desviando-se do poder impactante das balas. Nossos corpos balançavam de um lado para o outro dentro. Lary tentando acompanha-los na funga. 

Michael intercalou as janelas apontando sua arma pelo vidro da frente, assim ele teria uma visibilidade ainda maior. Michael também era um ótimo atirador, e o seu primeiro tiro acertou um pneu, fazendo o veículo a frente cambalear.

Dei dois tiros um seguido do outro, atingindo o pneu traseiro direito. 

-Vamos derrubar? --Perguntou Patrick aos gritos.
-Com certeza. --Michael sorriu, impulsionando todo o seu corpo para fora da viatura em movimento. 

Meus próximos tiros atingiu o vidro traseiro do veículo, explodindo-os. Pude perceber os bandidos se abaixarem minimamente. 

-Ótimo, Norah! Só faltam dois pneus serem atingidos, para esses vagabundos ou encostar, ou capotarem. 

E eu fiquei pronta. Só para atingir mais dois pneus, estavam na minha mira. Inclinei meu corpo para fora, quando notei que um dos meliantes pulou para o banco de trás tirando para fora, onde o vidro havia quebrado, apontado um fuzil em nossa direção. 

-Eles vão atirar! Cuidado, Lary! --Ouvi um estrondo vindo em nossa direção, mas antes Lary fez uma desviada completa, causando-nos um impacto que viemos ao chão. Eu bati minhas costas ao chão da van, Patrick bateu as dele na lateral onde estava, sem cair. Samuel atirou sem querer para o teto. 

Quando aquele reboliço acabou, colocamo-nos de pé, encarando a carranca de Michael.

-Com dois pneus fodidos não conseguimos nem balançar a porra daquele carro, e com uma desviada vão todos ao chão? --Respirei fundo, concordando com ele. 
-Era um fuzil, sargento. Se atingissem a viatura, estaríamos todos ferrados. --Contestou Samuel. 
-Nem que fosse uma bazuca! Mantenham o foco oficiais, ou voltarão para a primeira prova. 

Me lembrei rapidamente, daquela pressão toda do início, quando me alistei. Não era Michael o treinador, óbvio. Fiquei com o recrutamento feminino, mas era pior que o inferno aquela tenente mandona, parecia mais o próprio demônio.

Michael era um sargento durão, quando a assunto era confronto, ele perdia a paciência rapidamente quando as coisas não funcionava conforme seus planos. Mas eu o admirava por isso, sempre querendo a segurança de todos, fazendo-nos não esquecer à quê viemos e, qual era o nosso objetivo.

Logo após uma torrente de balas vieram em nossa direção, sem destino certo a onde ir. O que fizemos a partir dessa hora era tentar nos proteger. O para-brisa onde Lary estava, explodiu, fazendo bala entrar sem o menor controle. Agachamos como pudemos, somente com a mão para fora tentando atingi-los. 

-Faltam uma merda de pneu, não vamos desistir agora! --Michael berrou.

A coisa estava ficando feia, Lary dava o sangue para desviar a van dos tiroteios, Michael estava nervoso e nós não conseguíamos nos manter em pé por conta das movimentos. Aquilo era um inferno! 

A cabeça raspada de Patrick estava sangrando, acho que bateu em algum lugar perfurante. Minhas costas estava doloridas, eu estava certo que ficaria roxo o lugar. Michael de repente tomou uma decisão que tinha certeza que era muito arriscada. Ele subiu na divisória que separava a frente da parte de trás da van. Pendurou por trás de Lary saindo completamente pela janela.

-Michael, não! --Gritei, olhando para o bandido. Ele tinha uma expressão obstinada na face, e uma forma firme em segurar aquela arma. Eu conhecia bem aquele sensação, estava a fim de matar. 
-É o único jeito de chegar até o pneu! --Quando Michael preparou para atirar, o ouvir gritar, segurou em seu braço voltando para trás. Ele havia levado um tiro.
-Michael! --Seu braço estava toda ensanguentado e Lary deu uma freada brusca parando a van imediatamente.
-Continuam! --Protestou ele. -Esse desgraçados vão fugir, caralho! 
-Você está ferido, porra! --Patrick gritou. -Se continuarmos todos nós vamos morrer! -Michael tentou levantar, ele queria realmente ir atrás deles, mas o detive.
-Não! Já era! --Seu olhar de frustração cortou-me. 

Logo outra viatura passou levantando poera ao nosso lado, com o mesmo objetivo de capturar os bandidos. Eu sabia, estava no olhar dele o quanto estava furioso por isso. 

Uma ambulância veio socorrê-lo, enquanto o resto da equipe seguiram atrás dos bandidos. Fui com o meu marido, que sangrava como um porco no abatedouro. Senti uma angustia me consumir, uma sensação de impotência deferir-me por inteira. 

Michael se mataria para conseguir derrubar aquele carro, ele se colocaria em risco apenas para cumprir um plano. Passava completamente de todos os limites. Seu corpo todo estava para o lado de fora do carro enquanto os bandidos atiravam sem cessar, ele usava um colete à provas de balas sim, mas e a cabeça? O pescoço e o ombro, onde realmente foi atingido? Poderia ser fatal de qualquer forma, e às vezes eu ficava louca por ele ser assim tão impulsivo. 

Fiquei ao seu lado o tempo todo, observando os médios removerem a bala. Michael estava consciente para o meu alívio, mas os contras, a possibilidade de algo pior, me atormentava. 
Recebi uma ligação no meu comunicador, de que os bandidos foram pegos. Eu sabia que Michael não reagiria bem, até porquê não foi ele que efetuou o caso.

Entrei no quarto depois da cirurgia, Michael estava deitado com um curativo no ombro direito, sem camisa. 

-Você é louco. -Divaguei. -Você poderia ter morrido, sabia? Tem noção? --Michael me olhava com um divertimento no olhar.
-Estou bem, não estou? -Balancei a cabeça diante da sua tranquilidade. Sentindo o choro cortar minha garganta, mas prendi com toda a minha resistência. 
-Pegou no seu ombro, e não foi grave, realmente. Mas poderia ter sido na cabeça, no pescoço! Michael! Não dá pra se arriscar assim! Uma das regras da S.W.A.T:..
-..."Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo". --Completou passando na minha frente. - Eu sei. Naquele momento era tudo ou nada. Como você acha que me senti falhando em uma missão? Em uma missão boba como aquela? 
-Nos esforçamos, fizemos o nosso melhor. Eles estavam com armas pesadas disparando contra nós. Estávamos perto demais. --Michael anuviou-se o olhar de mim, eu sabia que minhas explicações não eram o bastante para ele. -Não dá pra ser perfeito sempre! Tenta entender de uma vez por todas! --Analisou-me.
-Se você não fosse minha mulher, eu juro que te dispensaria pela sua ousadia. --O encarei tentando decifrar se era mesmo sério. -Mas como sempre, você tem razão. Como sempre teve, como sempre é. E eu sinto muito! Não deveria ter me colocado na mira da bala para derrubar aquele carro -- mesmo sabendo que era a melhor forma de obter sucesso--, mas isso não vem ao caso, não agora. --Orei para mim mesma, agradecendo a Deus, por ter posto um pouco de juízo na cabeça daquele turrão, machão que acha que é o próprio superman. 
-Fiquei com medo! --Senti as lágrimas quentes escorrerem pelos meus olhos, por ter me dado conta de que poderia ter sido ainda mais grave do que parecia. -Não faça mais, tudo bem? --Minha voz embargou, e ele sorriu com ternura. Sabia o quanto significava para mim, sabia quanto machucava. 
-Vem aqui, vem? Me dá um beijo. --Corri para os seus braços, sugando sua boca demoradamente, apalpando seu corpo e, tendo certeza absoluta, de que ele estava bem e ali comigo, onde eu torcia que estaria por muitos e muitos anos.
-E ai, chefinho! Como tá? --Patrick adentrou o quarto sem bater na porta. Era o jeito dele de mostrar que é da família. -A fim de pular algumas pontes, ou quem sabe, gravar a continuação de Matrix? 
-Primeiro: Olha como fala. Segundo: Matrix já acabou faz tempo. 
-É, mas você adora imitar umas cenas...
-Ele está bem, Patrick. Acho que finalmente coloquei juízo na cabeça dele. --Cruzei meus braços, olhando de cima para Michael. 
-Acho que só ela consegue colocar um pouco de juízo nessa sua cabeça, não é mesmo? 
-É o amor Patrick, deveria experimentar, é bacana. Ainda mais quando elas fazem coisas para acalmar o seu ânimo, só porque acha que estamos sofrendo. --Ele sussurrou essa frase para que eu não pudesse ouvir, colocando a mão ao lado da boca. 
-Ei, estou ouvido, viu? --Patrick gargalhou revelando seus lindos dentes brancos contrastando com sua pele morena. 
-É, vejo que está muito bem, sargente. Bem vindo de volta ao time! --Apertaram as mãos.


Michael finalmente estava em casa, mas demoraria algumas semanas para sua recuperação, nem preciso dizer o quanto a ideia o incomodava. Michael e cama definitivamente não combinam. Claro, a menos que esteja fazendo outro tipo de coisa, aquelas coisas que eu sabia perfeitamente que adorava. Mas ser obrigado, com certeza não.
Levei sua sopa quentinha, que eu mesma fiz. Não sou muito adepta a cozinhar, eu passava a maior parte da minha vida dentro da base ou nas ruas, do que sendo uma dona de casa. Definitivamente não era para mim, sempre fui uma mulher moderna cuidando dos seus próprios interesses. Mas acho que me dei bem, pelo menos, fiz do jeito que me ensinaram. 

-Come um pouco, vai ajudar. --Coloquei o travesseiro atrás de suas costas, enquanto ele se ajeitava na cama. Gemeu um pouco ao mexer o braço, mas conseguiu se sentar o suficiente para comer. 
Coloquei a bandeja em seu colo. A sopa esfumaçava pela quentura. 
-Norah, eu levei um tiro, não peguei uma gripe. --E lá estava ele, tentando me lembrar que não deveria trata-lo como um bebê, mas eu sabia que era a minha obrigação cuidar do que é meu. 
-Cala a boca e come logo! --Divaguei impaciente. Michael levantou as mãos em rendição.

A prato encostou em seu peito desnudo para aproximá-lo da boca, para evitar se sujar. Levou à boca um pouco da sopa na colher, dando sua primeira colherada. Eu estava ansiosa para saber o que havia achado, era praticamente meu primeiro prato em anos, não queria que nada desse errado.
Só foi o tempo de colocar na boca e descartar tudo em um cuspão. Arregalei os olhos sabendo que tinha sido um desastre.

-Caramba, Norah! Tá sal puro! 
-Ai meu Deus, não pode ser! --Sacudi a mão, sabendo definitivamente que sou um desastre. -Deixa eu ver.

Peguei o prato experimentando, fiz tudo tão na correria que nem lembrei em experimentar antes. O sal queimou a minha boca, cortando a carna sensível das bochechas. 

-Tá ruim mesmo. --Choraminguei. -Oh amor me desculpa! --Fiz bico me sentindo péssima.
-Se você não fosse uma dominatrix gostosa e interessante, talvez eu não desculparia. --Bati em seu braço, - o bom, é claro- e ele riu. -Não se preocupe com isso, vamos pedir alguma coisa. 

Ele sempre tinha a decisão certa. Mas poxa, eu queria ter cozinhado algo bom para o meu marido, aproveitando aquela oportunidade de estar em casa com ele, cuidando dele. Nessa parte, eu definitivamente era péssima.








Capítulo 5 

Mexeram com a pessoa errada
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Levantei-me da cama sentindo um pouco tonto. O apartamento estava vazio, e escuro por conta as cortinas fechadas. Era um saco ficar em casa no meio da semana de manhã. Era como estar em um lugar estranho. Eu que estou acostumado a estar na base cinco ou seis, tendo o privilégio de contemplar o nascer do sol pelas colinas, sem contar que enquanto estou de molho, Norah está lá se divertindo. É assim que trato o meu trabalho, eu o amo profundamente.



Bufei após me despreguiçar ajeitando minha calça de pijama listrado, ao notar que estava sozinho. Se eu soubesse que ficaria igual um prato de molho em casa, juro que não teria me colocado na mira da bala.



O telefone tocou, atendi prontamente, sabendo que poderia ser a minha linda mulher que me deixou sozinho. 



-Olha só quem lembrou que tem um marido em casa! 

-Não seja chato, tive uma segunda prova do esquadrão e precisava estar na base no mesmo horário. Mas comprei algumas coisas antes e deixei na cozinha para você comer. Tudo bem?

-Levando em conta que meu braço arde um pouco e um tédio resolveu se instalar na minha alma, estou bem. --Ouvi Norah suspirar do outro lado da linha.

-Como é dramático, meu Deus! Duvido que não tenha nada pra fazer. Já experimentou dar um jeito na casa? --Soltei um riso.
-Igualzinho a minha mãe, Norah, impressionante! --Agora foi a vez dela rir. -Eu acabei de acordar, não comi nada ainda e muito menos procurei serviços domésticos. 
-Olha só! Acordou agora! Parece que alguma coisa boa aconteceu.
-Pois é, tirei o atraso. Nem me dei conta de que dormi tanto. 
-É bom, assim você relaxa um pouco. O estresse do dia-a-dia às vezes acaba com a gente, você merece. --Minha linda esposa é adorável e generosa. Me sinto feliz por tê-la em minha vida.
-E como estão as coisas por aí? Tudo certo?
-Sim, a equipe sente sua falta e o tenente Hitch já sabe o que aconteceu. --Esfreguei minha mão no rosto, sentindo o peso dessa notícia. Quando voltasse tenho certeza que o tenente pegaria no meu pé como sempre.
-Tô ferrado? 
-Não sei, ele não disse nada. Apenas assentiu e disse "tudo bem". 
-É, eu tô ferrado.
-Não seja pessimista. Ele disse que irá visitá-lo. --Fechei meus olhos, tendo a certeza que estava vivendo um pesadelo. 
Ouvir a campainha soar. 
-Chegou! --Abri os braços, criando coragem para enfrentar a fera.
-Vá atendê-lo. Boa sorte, qualquer coisa me liga. E ah! Quando chegar em casa eu junto os seus caquinhos que o tenente fará de você. --Sua risada preencheu meus ouvidos. 
-Há há há! Muito engraçado, esposinha. 

Vesti uma camisa rapidamente assim que desliguei o telefone. Não queria que a pessoa do outro lado da porta esperasse tanto. Respirei fundo, sabendo que ouviria muito de Hitch. Ele não perderia a oportunidade de pegar no meu pé. 

Abri a porta e constatei de fato que se tratava do tenente. 

-Senhor! --O rosto duro e sério do tenente recém reformado confirmava o quanto eu estava ferrado. 

Seus braços estavam cruzados para trás do corpo coberto pelo uniforme azul marinho da S.W.A.T. 

-Entre. --Convidei-o dando espaço para entrar. 

Ele parecia um pouco aéreo olhando ao redor, onde eu vivia com a minha mulher desde que nos casamos. Fechei a porta esperando que começasse a dizer o que foi fazer na minha casa tão cedo, tentando entender qual era a urgência que não esperou para me ver na base. Mas eu sabia muito bem do que se tratava.

-Como vai, sargento? --Deu uma olhada no meu braço, referindo-se ao contratempo que tive.
-Não foi nada. Logo estou novo em folha. --Assentiu, com aquela face inexpressiva.

Me senti novamente nos treinos pesados, antes de me tornar sargente. A pressão era a mesma, sendo observado e massacrado, sendo obrigado a passar por cima de toda aquela pressão psicológica para me tornar quem eu quis ser.

-Sabe que a operação falhou, não é? --Assenti. -E tudo por conta da sua personalidade... de novo. Se não manter o foco e se controlar, um tiro no ombro não será só o problema. --Engoli em seco. Reunindo um pouco de dignidade dentro de mim. Engolir sapo uma hora daquelas e na minha casa, passou dos limites.
-Os bandidos foram pegos. Era o objetivo, não era? -- Contestei, e contestar o chefe era um erro ainda pior.
-Da próxima vez que houver falha porque você não consegue controlar sua personalidade explosiva. Entrando na frente da bala, para se fazer de herói. Não raciocinar direito e bancar o suicida. Ficará afastado, sargente, por tempo indeterminado. --Fechei os punhos com força, buscando uma forma de controlar a minha revolta. 
-Não acontecerá mais, tenente. --Travei o maxilar, sentindo meu corpo tremer de ódio. 

Eu odiava ser tratado como criança. Já estive em vários operações muito bem sucedidas, nunca vi as fuças daquele idiota. Quando falho, é sempre assim. Eu já estava acostumado, era assim que tratavam os militares. Fazer a coisa certa era sua obrigação e não um motivo para ser visto com bons olhos. Por outro lado quando falha, a culpa recai em cima de você. Funcionava assim, eu era responsável pela minha equipe e a operação. Óbvio que sou o culpado, tinha consciência disso.

Ele foi embora deixando bem claro que ficaria no meu pé a partir de agora. Eu tinha que pisar em ovos com ele, senão já era. Eu estaria fora, e ficaria muito revoltado se isso acontecesse.

Continuei parado diante da porta, assim que o tenente se foi, fitando ao nada, com um milhão de pensamentos rondando minha cabeça. Eu não poderia vacilar, não podia deixar as minhas emoções pessoais afetarem a minha carreira. 

Despertei-me de repente com um envelope pardo atravessar a fresta embaixo da porta. Franzi o cenho ao lembrar que as correspondências eram deixadas na portaria do prédio e não embaixo das portas. Agachei para pegá-la. 

Um envelope comum, endereçado ao meu apartamento, com o meu nome em destinatário. Sem remetente. Franzi o cenho novamente.

Caminhei pela casa abrindo o envelope rasgando-o, peguei o que tinha dentro desdobrando-o. No lugar de letras descritas à punho, eram colagens de recorte de revistas e jornais, letra por letra. Pus-me a ler.


"Olá, sargente! Estive vigiando-o por longos anos, sabia disso? Acho que não. Você não me conhece, mas eu o conheço muito bem. Quando uma pessoa lhe causa um trauma tão grande, afetando sua vida por completo, fica difícil demais esquecer o rosto. 



Você matou o meu pai! Lembra disso? Não deve lembrar, talvez pensou que fosse só mais um porco que merecia morrer pelos maus caminhos que trilhava. Mas ele tinha família, um filho, uma esposa. Assim como você também tem uma esposa. O que você faria se algo de ruim acontecesse a ela, sargento? 

Conversaremos em breve - D"





Senti o sangue drenar do corpo, uma sensação ruim que mal conseguia manter a carta segura nas mãos. Eu estava sendo ameaçado! E estava bem claro quem pagaria por isto.



-Essa não! --Coloquei a mão na boca, em uma forma de controlar o meu nervosismos. 



Eu não permitiria esse desgraçado me ameaçar, não deixaria prosseguir com aquele atendado. Corri para o quarto para trocar de roupa, eu precisava ir até a base e descobrir quem era a pessoa que estava por trás dessa infâmia. 



Dirigi pelas ruas com uma mão só, nem um pouco preocupado com a dor no ombro, estava nervoso demais para isto. Minha mulher foi colocada no meio, mexeram no meu bem mais precioso, a racionalidade tampouco passou pela minha cabeça neste momento. Jamais perguntaria se é verdade ou uma brincadeira de mau gosto. Agir primeiro, perguntar depois.


Adentrei às pressas pelo departamento de investigação, à procura de Smith. 

-Smith! --Adentrei exasperado assustando o investigador. Coloquei a carta em cima da sua bancada. -Preciso que retire impressões digitais desses papeis, agora mesmo. É de suma importância. E ache de quem a pertença. Acha que demora quanto tempo? 
-Umas quatro horas no máximo. Preciso coletar material genético e fazer uma busca nos bancos de dados. Aconteceu alguma coisa? --Neguei com a cabeça.
-Não se preocupe, apenas não comente com ninguém. Discrição absoluta, Smith. --Afirmou com veemência.
-Pode deixar, sargento. Ninguém vai saber. 

Parecia que minha cabeça estava em uma roda gigante, girando, girando e girando sem parar. Parecia mentira que depois de ter evitado ao máximo, acabei sendo vítima de ameaças. 

-É ele! --Bati a mão na mesa assim que contei tudo a Patrick. -É o filho daquele desgraçado do John. 
-Como você pode ter certeza? Não foi o único que acabou falecendo em uma operação, de um tiro da sua arma. Como sabe que não é uma brincadeira de mau gosto.
-Patrick, não! Eu sabia que aconteceria, alguma coisa dentro de mim naquele dia eu sabia que viriam atrás de mim. Sabe como são aquela gente, em que estão metidos. --Eu estava ofegante, meus batimentos estavam acelerados, estava quase em um ataque de pânico. - Meu Deus, eles vão pegar a Norah! --Repeti como um mantra, absorto, completamente perdido em minhas emoções. -Eles vão fazer alguma coisa contra a minha mulher, eu tenho que fazer alguma coisa! -Fiz menção de disparar e correr, eu precisava saber como Norah estava, mas em um único movimento, Patrick segurou-me com os seus braços musculosos, imobilizando-me.
-Ela está bem! Norah está no treino de tiro, acalme-se! --Tentei buscar a sanidade, mas estava complicado demais. -Até parece que não é você. Cadê aquele sargento bravo que enfrenta a situação de cara? 
-Ele sumiu no exato momento que tocaram na minha esposa, Patrick, pelo amor de Deus!. --Patrick tocou meu rosto, me fazendo encará-lo. 
-Não vai acontecer nada a ela, ouviu? Nada! Eles não vão conseguir nem encostar na Norah, nós não vamos deixar. --Senti as lágrimas molharem ao redor do meu olho. Um misto de sentimentos me invadiu; revolta, raiva, desespero.

Smith adentrou no meu escritório com o resultado em mãos. Ele não disse nada apenas olhou para nós um pouco preocupado e só tomou a palavra quando fiz um aceno de cabeça.

-Só havia suas digitais, sargento. Nada mais que elas, e nem um outro indício que me indicaria algum suspeito. --Bati a mão com força na mesa de aço que estava a minha frente. Provavelmente o tal "D" cuidou direitinho para que não fosse descoberto.
-Merda!

Eu estava tão pilhado que nem me lembrava da ousadia do tenente Hitch aparecer de supetão na minha casa, fazendo um bando de exigências idiotas. Eu só queria aquele desgraçado na palma das minhas mãos, ali cara a cara, comigo. Queria ver só se enfrentaria uma 38 no meio da cara com homem de verdade. É muito fácil mexer com mulheres.

-Não quero em hipótese alguma, que Norah fique sabendo sobre isso, entenderam? --Levantei a sobrancelha encarando Smith depois Patrick. Esta conversa não sai daqui. Ela não irá saber e vocês vão me ajudar a investigar. --Exigi. 

Um olhou para o outro e rigidamente manearam a cabeça positivamente.








Capítulo 6

Tudo está ficando diferente
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Michael remexeu na cama uma duzia de vezes em apenas cinco minutos. Estreitei a testa, ouvindo o som da sua voz suar aborrecida. Eu nada disse, apenas quis prestar atenção, se piorasse, fazia questão de saber o porquê disto. Apesar de estar quase certa do que era. 



Michael e seus dramas! Provavelmente estava já cansado de ficar em casa, e olha que só foi o primeiro dia. Acontece que meu marido é muito imperativo, descanso para ele o incomoda profundamente. Mas já era exagero, principalmente quando se levantou, ficando sentado na beira da cama, passando as mãos pelo rosto por diversas vezes. Ele estava preocupado! Tentei entender o porquê daquela preocupação, vasculhando em minha lembranças algo que pudesse me esclarecer, mas não encontrei nenhuma. 



Retirei o cobertor do meu corpo, engatinhando pela cama, até parar atrás dele. Abracei-o por trás, sentindo sua pele quente, mesmo por cima da regata cinza que usava, acariciando seus braços. Beijei sua nuca, sentindo seus cabelos negros roçarem o meu rosto. O cheiro de seu cabelo e da sua pele, era inebriante demais, despertava-me desejo. 



-Está tudo bem? --Questionei, enlaçando minhas pernas por trás de seu corpo prendo-as pela frente. Suas mãos fortes e macias, acariciaram as minhas coxas, bem suavemente. 

-Está sim. --Sua resposta não me convenceu. Ainda mais por ter suspirado, como se carregasse o peso do mundo nas costas. 


Me separei de seu corpo, apenas para trocar de posição, montando em seu colo, pousando meus braços em seus ombros. Suas mãos migraram para minha cintura, segurando-me com gentileza. Olhei bem no fundo de seus olhos, aquele mar de obscuridade que às vezes era difícil para decifrar até eu mesmo. Era um mistério glorioso, ao qual seria excitante desvendá-lo. 

-Tem certeza? --Levantei a sobrancelha, lhe dando a última chance de responder com sinceridade. 

Michael juntou os lábios apertando-os com força, formando uma linha, afirmando com a cabeça. Me olhou com seriedade, de uma forma ainda mais distinta.

-Eu amo você. --Senti meu coração tremer, deixando-me um pouco alarmada, mas apenas por dentro. O jeito como disse...era bem diferente de um "eu te amo" que estava acostumada a ouvir. -Viu? Muito. 
-Eu tenho certeza disto. Absoluta. Tá? --Seja lá o que estivesse rolando ali, eu só queria tranquilizá-lo, mostrar para ele o quanto eu confiava e acreditava em seu amor. 

Ele assentiu, e eu acarinhei seu rosto com suavidade, a aspereza da sua barba por fazer, arrepiava cada parte do meu corpo. 

Ele me abraçou, preenchendo meu corpo todo com o seu, roçando seu rosto na curvatura entre meu ombro e pescoço. Beijou minha pele, subindo cada vez mais, do pescoço às bochechas. Ao encontrar minha boca, a dominou, sendo correspondido por mim. Nossas línguas se embolavam em um vai e vem urgente, como se dependêssemos daquele carinho naquele momento. Michael tinha um poder intenso de me deixar rendida por ele, completamente apaixonada e necessitada do seu amor. Chupei seus lábios, parando aos poucos. Senti seu membro crescer embaixo de mim. É impressionante que em um simples beijo nós dois nos excitávamos ao mesmo tempo.

Mas eu não queria transar agora, só queria tentar entender o que estava acontecendo, porque estava tão preocupado. Eu e minha mania de cuidar primeiro emocional do meu marido, e só depois sexualmente. A lembrança do tenente querendo falar com ele me veio à cabeça. 

-O que o tenente disse? Pegou muito no seu pé? --Ele mordeu o lábio balançando a cabeça, um sinal de nervosismo. 
-Disse que se eu colocar as minhas emoções mais uma vez em uma operação e bancar o suicida, estou fora. 
-Ele não pode fazer isso! --Sibilei. Tenente Hitch fazia de próposito com Michael, eu tinha certeza.

Ele adorava infernizar a vida do meu marido, com marcações cerrados o tempo todo. Michael sempre foi explosivo sim, em um caso crucial, mas era o jeito dele de lidar com as coisas, embora fosse exagerado, eu concordava. Mas era assim que obtinha seus sucessos, que eram bem maiores que os fracassos. Aquele método foi exagerado até demais. 

-O pior que pode. A qualquer momento. O caso é que ele vai ficar no meu pé, eu não posso mais errar ou falhar. Ele vai entender como um ato desesperado e pessoal. --Bufei. 
-Ele é um invejoso, isso sim. Sabe que você é um dos melhores. 
-Sabe como é, né? Sempre vai ter alguém querendo te derrubar o tempo todo, e o tenente sabe que é o único que pode. --Balancei a cabeça revoltada. -Mas não quero falar sobre isso. --Enlaçou-me em seus braços. -Lembra o que combinamos? Falar de trabalho somente no trabalho? Aqui falamos de outras coisas. --Sorri, percebendo o tom malicioso de sua voz. 
-E que coisas são estas? --Ele ergueu os ombros demostrando desinteresse. Enfiou sua mão dentro da minha blusa de seda do baby doll, começando a cariciar os meus seios. -Ah! Esse tipo de coisa.

Ele riu tomando minha boca, com desejo e eu correspondi. Eu adorava fazer amor com o meu marido, ainda mais quando estava assim, com um espírito pacífico, romântico e com vontade da minha companhia. De estar comigo, de me amar, sem medo algum. Era quando se entregava e as melhores sensações eram a partir desses momentos. 

Michael colocou-me deitada na cama, retirou o meu short, e eu retirei a minha blusa. Ficando nua instantaneamente para ele. Michael colocou a mão para trás, na direção da sua nuca, puxando sua regata, tirando-a de seu corpo. Deslizei minhas mãos sobre seu peito, sentindo o seu arfar. Enfiou sua mão na parte da frente da calça, retirando seu pau para fora. Manuseou até a minha entrada, adentrando-me bem devagar. 
Gemi alto, sentindo um pouco de ardor, o membro do meu marido é muito grande e grosso, sua entrada quando eu não estava devidamente excitada era demais para mim. Michael afastou-se conhecendo bem as minhas necessidades, aproveitou para retirar a calça por completo. 

Sua boca deslizou pelo meu corpo com sensualidade. A visão imponente do seu pau ereto pulsava-me inteira. As bolas pesadas ficavam completamente visível pela forma em pé até o umbigo que seu pau estava. Meu marido tinha uma postura máscula que me hipnotizava. Deixando-me entorpecida ao chupar meus seios, um a um. Os rastros de sua saliva continha em todo o meu corpo. 

-Hum, Michael! --Gemi, sentindo o meio das minhas pernas liberar lubrificação. 

Sua mão que antes acariciavam e subia as minhas pernas, migraram para o meu sexo, instalando dois dedos, esfregando meu clitóris subindo e descendo. Gemi mais uma vez, sentindo o poder do prazer aumentando gradualmente. 

-Não consigo me manter longe do seu corpo, Norah. Você é tão macia e deliciosa, amor, que não consigo me controlar. --Seus sussurros entre minha boca, enlouquecia-me. Mordiscadas em meu rosto mostrava o quanto Michael estava louco para me comer inteira.

Abri minhas pernas ainda mais, sabendo que estava pronta para recebê-lo o recepcionando prontamente. Michael adentrou-me até o fundo, arrancando-me um gemido agoniado do fundo da minha garganta. Ele me alargava, me possuía, preenchendo-me como se fosse a última peça que faltava no meu quebra-cabeça. 

Suas arremetidas eram continuas e precisas, de baixo para cima, de cima para baixo. O prazer reverberava pelo meu corpo pelo esfregamento progressivo do pau do meu marido e o nervo sensível nas paredes vaginais. Eu estava trêmula, meus sentidos completamente entorpecidos, pelo poder que Michael tinha em me dar prazer. Ele estimulava-me com ritmos frenéticos, enlouquecedores.

-Michael! --Apertei com firmeza seus braços, buscando o prazer na mesma proporção que ele buscava. 

Meu corpo foi puxado para se sentar em seu colo, abracei seu corpo rebolando envolta do seu pau. Eu estava fora de órbita, seus lábios beijava o meu corpo à medida que eu inclinava para trás. Minhas pernas seguras em seus quadris permitiam que eu mantinha o ritmo mais calmo em que decidimos levá-lo. Meu seio foi sugado por sua boca. 

-Você é muito gostosa, sabia? --Michael rosnou, impulsionando seus quadris de encontro a mim. -Adoro comer você. Bem assim! --Senti uma estocada firme contra mim. Agarrei sua cabeça, com o prazer dominando-me. -Tão cheirosa! --Seus dentes mordiscaram agora o meu baixo ventre, estimulando-me ainda mais. 
-Michael. --Chamei seu nome como um aviso de que estava chegando em meu limite. E ele entendeu, pois aumentou o ritmo consideravelmente, um vai e vem frenético. -Michael! --Gritei.
-Norah! --Na última estocada ambos sucumbimos em um orgasmo intenso, fazendo nossos corpos descontrolar, completamente trêmulos. 

O gozo de Michael preencheu-me por completo. Se eu não usasse métodos contraceptivos eu podia jurar que engravidaria. Meu marido liberou tudo de vez, dentro de mim, sem reservas. E era uma satisfação enorme para mim, eu queria mesmo me sentir dele, ser dele e para ele. 

-Eu amo você. --O ouvi dizer ofegante. Sorri satisfeita.

(...)

Fiz meu costumeiro rabo de cavalo, olhando para o espelho que sustentávamos nos vestiários da base, preparando-me para mais um dia. Vesti a minha bota cano médio e ajeitei o casaco de frio -- outra peça do uniforme em dias mais frios. Encontrei Deanna assim que apareci no refeitório. 

-Bom dia! --Saudei, sentando-me ao seu lado. 
-Como vai, Norah? Achei que não a veria hoje.
-Eu não me afasto muito daqui, Deanna. Além do mais é o Michael que precisa se recuperar e não eu. 
-Não, não é por nada. Só achei que devesse cuidar do seu marido, a final ele é o sargento, achei que teria sua dispensa.

Não vi os questionamentos de Deanna como uma forma de passar na minha cara que sou esposa do sargento, e sim pelo fato de sermos tão ligados, ao ponto de vê-lo em uma situação difícil, ficar ao seu lado. Bom, era o meu plano inicialmente, mas Michael não permitiria que eu ficasse tratando-o como um bebê só porque "levou um tiro de nada" ele era desse jeito mesmo.

-Ele é o sargento, mas me trata como uma oficial como qualquer um aqui dentro. Bem que eu queria ficar em casa mesmo, mas ele não iria permitir. --Deanna sorriu.
-Seu marido é um louco, isso sim. Onde já se viu entrar na frente da bala daquele jeito? O tenente está louco da vida. --Concordei com a cabeça, olhando ao nada. Esse era um problema, tenente Hitch de olho em Michael, seria realmente um tormento, até porque as ações de Michael não seria reprimida só porquê o chefe maior estava sob vigia. 
-Eu tenho certeza que Michael vai se controlar, Deanna, ele não arriscaria o seu trabalho por causa disso. Eu sei o quanto ele ama tudo isso aqui. --Ela assentiu, aparentemente acreditando no que eu disse. 
-Mas ele é corajoso, enfrenta de frente tudo que vier. Eu teria orgulho de ter um marido como ele. Corajoso e ainda por cima, lindo. Com todo o respeito. --Um sorriso despontou em meus lábios e nem levei em conta sua explicação de que foi uma observação respeitosa ou não. Eu sou a mulher mais sortuda desse mundo e tinha consciência plena disso. Michael é o meu amor, e sempre seria.

Preparei-me para um treino de tiros, mas antes passei de relance no escritório de Michael, pude notar uma movimentação por lá. Enxerguei a silhueta forte de Patrick ao qual ele usava uma camisa do exército combinando perfeitamente com o tom da sua pele escura. Logo ao lado pude ver Michael, vestido com o seu uniforme andando de um lado para o outro. Franzi o cenho diante daquela visão. Pensei que meu marido estivesse em casa se recuperando do tiro, mas pelo visto. 

-Michael, Michael. Você e sua teimosia. --Caminhei até lá.

As vozes altas me deixou alarmada quando me aproximei. Michael estava nervoso e Patrick parecia tentar apaziguá-lo. Abri a porta e só pude escutar uma frase vinda de meu marido assim que entrei.

-Não vou deixar por isso mesmo, Patrick. Eu vou descobrir quem é! 
-Michael? --Chamei sua atenção, querendo saber que história era aquela. -Vai descobrir quem é o que? --Quando Michael me viu, eu nunca pensei que pudesse ver a cor branca dele ficar tão amarela como ficou. Patrick teve a mesma reação e pude perceber que algo de errado acontecia naquele momento. 









Capítulo 7

Nada tiraria a minha alegria 
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A voz suave de Norah, com uma conotação extra de indignação e confusão, invadiu meus ouvidos, fazendo-me tremer por ousar a pensar, que havia ouvido a conversa que estava tendo com Patrick, um pouco antes. 



Voltei à base para fazer mais pesquisas sobre o tão "D" algo que pudesse me levar até ele, e descobrir seu paradeiro, mas Patrick insistiu que fosse apenas uma brincadeira de mau gosto, se não fosse assim, provavelmente D entraria em contato. Mas eu não sei não, pode ser que queira apenas ganhar tempo. Norah em hipótese alguma podia saber sobre o caso, eu queria descobrir por mim mesmo, e sua presença em um momento comprometedor, em que estávamos falando do assunto, foi realmente incômodo.



-Sabe aquele caso em Best Side, Norah? --Patrick sabendo do meu nervosismo entrou no meio. Minha mulher assentiu com a desconfiança impressa em seu rosto. -Ele cismou que quer descobrir o assassino. --Soltou um riso e continuou: -Seu marido às vezes acha que é Deus, sempre querendo resolver os problemas do mundo. 



Norah anuviou-se sua expressão caminhando em nossa direção, parecia convencida. Respirei aliviado trocando um olhar cúmplice com Patrick.


-É por isso que veio até aqui investigar, mesmo depois de levar uma bala? --Questionou-me não gostando nada. 

Norah acha que eu devo estar completamente recuperado para, só assim, começar a trabalhar. É o jeito dela de dizer que sou um bundão que não sirvo mais para nada, mas claro, com delicadeza e preocupação. Não, sério. Eu confiava na preocupação de minha mulher, mas às vezes eram só exageros.

-Não é muito diferente do que faço todos os dias em casa. Só estou sentado aqui, olhando o computador, muito melhor do que ficar sozinho. Pelo menos aqui tenho os meus amigos e minha esposa. 
-É Norah, relaxa! A final o cara está novo em folha. --Patrick deu uma batida no meu ombro. 

Minha esposa desconfiada olhou para meu amigo e depois para mim, semicerrou os olhos. 

-Estou de olho em vocês. --O tom dela foi mais divertido agora, com certeza considerou as palavras de Patrick. 

Ela desviou os olhos para trás de mim, na direção do computador. Estava em uma página sobre o caso em Best Side de fato, o que me alegrou muito naquele momento, com certeza minha curiosidade sobre resolver aqueles dois casos pendentes, -- sendo que eu desconfiava, lá no fundo, que eu estava quase perto de desvendá-los ambos os dois --, veio bem a calhar nesse momento. Caminhou até lá vendo as fotos das autopsias. 

-Urgh, Michael! Não acredito que está interessado nesse caso. O delegado responsável já fechou caso por falta de suspeitos. --Até parece que minha linda esposa não me conhece.
-Se eu encontrar o culpado, pode ser reaberto. E eu farei isso acontecer. --Norah balançou a cabeça.
-Viu só, Patrick? Esse é o seu amigo obstinado. --Ela voltou a caminhar em minha direção abraçando a minha cintura. -Pega leve, tudo bem? Não vai se envolver tanto. --Seu olhar era de preocupação, eu sabia que minha mulher sofria com a minha sede de justiça o tempo todo. 

Já vi aquele olhar antes e estavam nos olhos da minha mãe, todas às vezes que meu pai saia para a batalha sem ter certeza se voltaria ou não. Minha mãe era uma professora dedicada ao seu trabalho e sua família, só contava com a preocupação e sua angustia para com o seu marido. Já Norah era do ramo, seus conselhos eram ainda mais relevantes, por já conhecer o esquema a fundo e ter que lidar com um homem como eu. 

-Farei o que for preciso, Norah....--Minha frase seria de outra forma, algo como: "farei o que for preciso, Norah, para que esse canalha nunca encoste um dedo em você" mas é claro que não seria uma boa ideia, então optei para um novo desfecho. -...Pra ser o mais cauteloso possível. --Ela sorriu, me abraçou, beijou a minha boca com o alívio em cada toque suave de sua língua. 
-Ei, apaixonados! Eu ainda estou aqui. --Patrick anunciou fazendo-nos interromper o beijo e rir para ele. -Aliás, eu tenho um convite para vocês. 
-Ah é? Pois fale. 
-Todos nós, iremos hoje à noite a um bar no centro. Um bar bastante bacana, com uma boa cerveja e música ao vivo. Não é nada bagunçado, é só um local aconchegante para jogar conversa fora e sair um pouco da rotina. O que acham? --Norah olhou para mim e assentiu, com um sorriso de concordância. 
-Acho ótimo! Seria legal, não acha amor?
-Cerveja e conversa fora? --Pensei. -É, eu topo.


Estava um clima ameno naquela noite aproximadamente às oito e meia. Tocava uma música lenta no bar, porém não dava muito para identificar de qual música se tratava, pois as vozes de pessoas conversando, o tilintar dos talheres prontos para ir à boca e copos se chocando em forma de brinde, abafava completamente o som. Sem contar com nossas risadas entre um gole e outro. Norah e os demais riam da piada sem graça de Patrick, ele contava como foi sua aparição relâmpago no gabinete do tenente Hitch, um relato um tanto folclórico, mas dava para tirar boas gargalhadas. Samuel, e Deanna sentados a nossa frente com Patrick. Eu, Norah e Matheu sentados a frente deles. Meus dedos entrelaçados nos de Norah enquanto bebericávamos nosso copo cheio de cerveja. 

-Eu me enfiei, naquele armário dele por horas. Imaginem, por horas! Eu só precisava pegar uma merda de relatório para o Michael e não podia em hipótese alguma --palavra do seu marido, Norah -- deixar que o tenente me visse. Ou eu perderia meu pescoço. Mas pelo jeito era o tenente que faria o serviço por ele. 
-Que situação! E como você conseguiu sair de lá? --Deanna perguntou curiosa. 
-Como eu sai de lá? Tive que dormir a noite toda, porque o filho da mãe do Hitch ficou plantado naquela cadeira giratória que fazia um zumbido medonho. E pior, tive que aguentar o ronco daquele velho, sem ter direito nem de ter um espaço confortável naquele cubículo. Eu lá, com o relatório da investigação que Michael tanto queria ter acesso. --Riamos do assunto que tanto Patrick fazia questão de relembrar e claro, jogar na cara o quanto se mete em encrenca por minha causa. 
-Michael e suas manias de estar a par de tudo. --Samuel balançou a cabeça. 
-Ah qual é? Eu não sabia que Hitch dormia no gabinete. --Me defendi depois de ingerir um gole de cerveja.. -Ninguém mandou Patrick não sair de lá a tempo, isso porque ficou enrolando de aparecer. --Ele fechou cara para mim, e eu ri piscando.
-A final, o que tinha nesses relatórios? --Perguntou Deanna. -Aposto que eram segredos do tenente. Seria uma boa tê-los nas mãos. 
-Ah é? E sermos todos expulsos da corporação, nem morta. --Norah comentou. -Prefiro continuar longe de problemas.
-Problemas esse que seu marido se mete toda vez. --Completou meu amiguinho de todos os tempos. 
-Um dia eu serei subtenente. --Expus meus desejos. -E então todos nós viremos todas às sextas-feira nesse bar incrível tomar essa cerveja deliciosa. --Levantei o meu copo.
-Agora falou nossa língua! - Todos comemoraram brindando em seguida.
-E eu, seria o sargento, com todo o poder que Michael tem só para conseguir todas as mulheres da base. --Com o jeito sacana, Patrick piscou para Deanna que riu em malícia em seguida. Norah e eu percebemos e reafirmamos nossas suspeitas do que estava rolando entre os dois, apenas com o olhar.

Estava uma noite tranquila, por mais que aquela ameaça ainda me angustiava, mas tentei ouvir meu amigo, só para variar. De qualquer forma o tal D não havia contatado a mim, não havia mandado nenhuma carta e muito menos feito nada. Poderia sim ter sido uma brincadeira de mau gosto, eu só precisava ficar atento a qualquer estranheza que pudesse vir. 

Samuel estava dançando com uma mulher que paquerou no bar, Patrick um pouco bêbado chamou Deanna que ficou toda alegre. Matheu também foi procurar o seu rumo que nem vi onde estava. Somente Norah e eu ficamos sentados, conversando, namorando, nos beijando, e discutindo vez ou outra -- só para deixar nossa marca registrada.

-Não sabia que Patrick arrastava asa para a Deanna. -Disse Norah, observando os dois dançando com chamego bem no centro da pista de dança. Ergui os ombros.
-Muito menos eu. É novidade pra mim. --Balancei a cabeça sorrindo, achando que essa nova novidade de Patrick era mais um de seus trambiques. 
-Bom, o que nos resta é dançar também. Vamos amor?

Um pouco tonto por causa da cerveja, corpo suado e uma mulher gostosa do lado, ao qual eu amo profundamente? É, eu acho que seria uma boa dançar. 

Norah, puxou-me antes mesmo que eu respondesse, deixando bem claro que não importa se eu queria ou não, eu iria dançar. Coisa do tipo de mulher mandona que Norah sempre foi. 

Envolveu meu ombro, enquanto eu sua cintura. Abaixei meu rosto na altura de seu pescoço aspirando o cheiro doce do seu perfume que tanto amava. Estar nesse momento com a minha mulher era o paraíso, saber que eu a amava e ela o mesmo. Saber que somos felizes, e principalmente que estava segura em meus braços.

-Michael? Olha só pra eles? --Norah despertou-me do meu momento de paz, que encontrei em seus braços, só para salientar Patrick e Deanna aos beijos. Ri por um momento, querendo realmente saber, qual era do Patrick. Um caso atoa ou algo sério. Sendo que a primeira opção era afirmativa para mim. 

Deanna era uma mulher bonita, cabelos longos castanhos e olhos bem azuis. Rosto delicado e estatura baixa. Era simpática e muito obediente. Mas era tudo que eu sabia. Posso dizer como era em uma ocorrência: boa atiradora, e muito melhor que Norah no esquadrão antibombas -- que minha esposa não me ouvisse dizer isso. 

-Essa história pode não acabar bem. --Norah enfiou os dedos dentro dos meus cabelos, colocando ainda mais nossos corpos. -Patrick só quer se divertir, aposto que só vai comer a Deanna e pronto. 

Sei que era errado fazer julgamentos dos outros e muito menos do meu amigo, mas justamente por ser meu amigo que eu o conhecia bem. Era só um caso à parte, apenas por diversão.

-Pode ser que não, talvez ele queira mesmo algo sério. 
-Isso é o que a Deanna quer. Não a conheço muito, mas dá pra ver pelo o olhar dela o quanto está empolgada. Mas eu conheço os homens -- eu sou um --, e sei que Patrick só quer levá-la pra cama. --Senti um tapa de Norah bem no ombro onde meu curativo protegia a minha ferida. -Au! --Grani.
-Então era só isso que importava pra você quando nos conhecemos? Só queria transar e pronto? --Levantei a sobrancelha sabendo que com ela foi a mesma coisa, mas de uma forma diferente. Quando conhecia Norah, óbvio que me interessei pela sua beleza e suas curvas avantajadas, fiquei excitado só em vê-la, mas depois tudo mudou. Ficou melhor.
-Como você não facilitou tive que lhe conquistar. Você era durona! Mas ao decorrer, acabei me apaixonando. --Fiz cara de chateação e recebi mais um tapa, só que dessa vez na mão que eu estava prestes a descer por sua bunda. -Ai, Norah, caramba!
-Isso que dá, dar um de espertinho. --Minha esposa brava, fez que se retiraria, mas eu a capturei pelo braço. 
-Ei, calma! Sabe que eu te amo. Só estava brincando. --Agarrei sua cintura de novo. -Não sabe? --Norah brava fazia um bico adorável, ainda mais quando eu deixava bem claro o meu amor. Era um misto de braveza com satisfação por está ouvindo aquilo.
-Não vem me dizer que se interessou por mim sexualmente primeiro? --Assenti.
-Bom, sim. Você sempre foi linda e gostosa, eu não parava de olhar seu traseiro, seus seios e... --Esfreguei meus dedos em seus lábios. -Não pude evitar a tentação de beijar essa boca deliciosa. Mas não venha me dizer que quando me conheceu não ficou de olho na minha aparência?
-Ah... assim... --Ficou sem graça, sabendo que o que eu dizia era verdade. -Você era um sargento bonitão que transpirava sensualidade nos poros e não posso negar que me senti atraída por isso. 
-Viu só? 
-Não venha ao caso, você é homem. Aposto que se conseguisse algo a mais de cara me daria um chute na bunda. 
-Hum, acho que não. Eu iria querer repetir a dose. --Gargalhei e ela ficou brava de novo. -Eu me apaixonei por você, Norah. --Fiquei sério, lhe contando o que senti no fundo do coração. -Te amei no mesmo instante, eu queria você pra mim, comigo. Eu estava precisando demais de uma companhia, de alguém que me amasse verdadeiramente, que eu me sentisse satisfeito em todos os sentidos. Encontrei você, e não tive dúvidas de que seria minha para sempre. --Só bastou isso para ver minha mulher se derretendo inteira. 
-Oh meu amor! Você também me satisfaz em todos os sentidos da palavra. Eu o amo com todo o meu coração! --Minha boca foi tomada por ela com maestria, nossas línguas se embolava na mesma sintonia. Eu adorava o gosto da boca dela, adorava a forma como chupava meus lábios e sua língua macia me explorando. Norah era a coisa mais importante da minha vida, ainda mais que o meu trabalho.












Capítulo 8 

Um bichinho indefeso
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Deanna estava radiante com essa novidade, nunca havia visto minha amiga tão empolgada. Lembro de mim quando Michael e eu começamos a sair, tudo parecia encantador, minhas noites de sono eram mais tranquilas, meus sorriso mais sincero e por dentro me sentia completa. Eu conseguia compartilhar do contentamento de Deanna.

-Ele beija tão bem! --Exclamou exasperada, com a felicidade impressa e seu tom de voz. -Ele é romântico e sabe ser quente, intenso. --Já entendi tudo.
-Vocês transaram?! --Sobressaltei achando Deanna rápida demais. 
-Ah. --Esfregou a nuca, com um sorriso de quem não quer nada. -Sabe como é? Conversa vai conversa vem. --maneei a cabeça entendendo.
-Aham, sei. Sei como é. E sei também, que conversa não fez parte desse contexto nem por um só segundo. --Ela riu.
-Eu duvido que você esperou mais de duas semanas pra ir pra cama com o Michael. Ainda mais aquele homem sendo tão lindo e sexy como é. Eu não esperaria. 
-É, você tem razão, não foi fácil manter o controle. Mas nem por isso cedi tudo o que ele queria. Pelo amor de Deus Deanna, vá com calma. Patrick é um ótimo amigo e eu o adoro, sei que não faria nenhum mal a você, e se não estiver a fim, será honesto, mas sabe como os homens são.
-Até parece que não conheço como os homens são. Eu estou curtindo Norah, ele está curtindo, está tudo certo. --Assenti um pouco mais tranquila.

Eu sei como é se apaixonar perdidamente por uma pessoa, me sinto assim em relação ao meu marido. Mas Deanna era uma mulher sonhadora, queria ser feliz no amor por todo o custo. Um pouco impulsiva demais quando está gostando de alguém, faz muito planos e quando não correspondido se sente o nada. E todos nós sabemos que Patrick não é o tipo de cara que se envolve seriamente com ninguém, é mais de curtição, levar uma mulher para cama e pronto. E Deanna é o tipo de mulher que cede tudo, uma ótima oportunidade para caras assim. Tentei confiar nessa relação, a final, pode ser que daria certo, quem sabe?

-Fico feliz por vocês. Patrick é nosso amigo há muito tempo, Michael e ele são muito confidentes, aposto que Michael conhece vários podres dele e virse versa. --Ela riu passando o dedo em seus olhos azuis. 
-Acha que um é cúmplice do outro? --Lembrei de quando entrei no escritório de Michael de repente e eles conversavam sobre algo. Estava na cara que Patrick encobriu Michael, eu conhecia os dois, os olhares e o jeito quando entrou na frente do meu marido, encontrando uma saída. 
-Pode ser. --Dei de ombros.

Michael estava muito estranho, eu sei quando mente e quando tenta esconder algo de mim. Mas eu não colocaria contra a parede, preferia observar mais, do que arranjar brigas desnecessárias. 

Michael havia retornado à base, seu ferimento estava cem por cento melhor, e já podia voltar as atividades, o que para ele foi a melhor coisa que já aconteceu. Não posso dizer que para mim foi diferente, eu estava sentindo a falta do meu esposo transitando pelo lugar, dando ordens e indo às ruas resolver mais algumas ocorrências. 
Estava uma movimentação grande pelos corredores, o pessoal da equipe correndo de um lado e outro. Imediatamente pensei ser uma ocorrência, mas eu não recebi bipe algum no meu pager. 
Encontrei Michael pegando alguns equipamentos no depósito. Era uma ocorrência!

-Posso saber por que não recebi nenhuma chamada? --Michael continuou guardando as coisas às presas.
-É uma bomba no banco central. --Só foi o que ele disse, me fazendo entender que se houvesse bomba, eu não faria parte.
-E eu fiquei de fora? --Agora sim ele olhou para mim, com um pesar no olhar.
-Não posso colocá-la em risco, Norah. Você não passou no teste, não está apta. --Bufei achando tudo um saco.
-Eu posso auxiliar. Samuel faz isso o tempo todo. No final das contas é você e Patrick que desativa o detonador mesmo. --Aquele olhar firme que Michael me lançou, determinado a não reconsiderar.
-Quando voltarmos, conversamos. Agora eu preciso ir. --Se Michael soubesse o quanto aquele autoritarismo dele me irritava. Talvez soubesse sim, mas fazia de propósito.
-Sabe que vamos brigar, não é? --Ele assentiu sem abandonar o seu auto-controle. Talvez já soubesse que não consigo ficar brava por muito tempo com ele.
-Sei sim. E eu vou adorar fazer as pazes. --Senti seus lábios salpicar um beijo no meu rosto. -Até mais tarde, coisa linda! --Pegou a bolsa com os armamentos e saiu de minha presença. 

Minha nossa! Aquele homem tinha um poder incrível de me deixar louca mesmo morrendo de vontade de dar uns tapas. Seu gênio mandão e decidido, deixava sua áurea masculina ainda mais sexy. A vontade que eu tinha era de jogá-lo no chão e fazer amor com ele ali mesmo. A atração falou mais alto que a chateação, sendo assim, concordo com ele quando disse que faremos as pazes. Se meu marido soubesse como mexe comigo apenas por ser ele, e por ter esse imã que me atrai que me deixa louca. Era como uma química que emanava pelos seus poros capaz de me deixar rendida, atraída e sem o poder de controlar a mim mesma. 

A equipe inteira fora, no meio de uma ação excitante e eu sozinha no escritório de Michael olhando ao nada. Em sua mesa havia uma foto de nós dois. Estávamos abraçados com um sorriso feliz em nossos lábios. O olhar de Michael em cima de mim era apaixonado e satisfeito, o meu não era diferente. Tiramos aquela foto em nossa viagem a Nova York, queríamos relaxar um pouco apesar da cidade movimentada, mas o fato de estarmos apenas nós dois era muito bem válido. Me lembro o quanto eu estava feliz naquele dia, era como me sentia ao seu lado, Michael sempre foi importante para mim em todos os sentidos. 
A porta se abriu de repente despertando-me do devaneio, era Lary com um envelope em mãos. 

-Pensei que o sargento estivesse aqui. --O rapaz com idade mínima de 25 anos e jaleco do uniforme de investigações da S.W.A.T adentrou em passos cautelosos. 
-Ele foi ao banco, parece que implantaram uma bomba. Então fiquei aqui de molho. --Suspirei ciente de que se eu não desse um jeito de passar naqueles testes seria uma cena corriqueira. Lary apertou os lábios em lamento.
-Volto outra hora então. --Ele se virou tocando na maçaneta, mas eu estava curiosa demais com aquele envelope para deixá-lo ir. 
-Lary, espera! --Ele parou olhando para mim. - O que é isso em sua mão? --Levantei da cadeira e caminhei até ele. -Posso ver? --Estendi minhas mãos esperando que me entregasse.
-Ah.... não! É que o sargento precisa disto em mãos, não me deu permissão para entregar a ninguém. --Caramba, deu para perceber que Michael estava cuidando de algo muito bem escondido, que não podia compartilhar nem mesmo para mim. Este segredinho dele começava a me irritar.
-Eu sou mulher dele, Lary, você sabe. Por favor, só quero entregar ao meu marido. --Ele protegeu o envelope contra o peito, irresolúvel. 
-Eu sinto muito. Mas o sargento pediu discrição absoluta. --Lary deu meia volta saindo da sala. Meus olhos piscaram por diversas vezes, eu estava em choque com o que estava acontecendo. 

Para Michael pedir discrição absoluta até mesmo de mim, a coisa era bem séria. O que será que este homem estava metido? 

O soar do telefone despertou-me completamente. Caminhei até a mesa de Michael e o atendi: 

-Alô!
-Sabia que estava aí. --Sua voz doce que era capaz de balançar o meu mundo, assim que atingia meus tímpanos, estava ali. 
-Ah, é você. --Fingi nem me importar com a sua ligação. -Já resolveram o caso?
-Não, e acho que vou demorar. Patrick estava desfazendo os detonadores. São no máximo três bombas, e está um clima pesado aqui. As vítimas estão preocupadas e as travas todas fechadas. Está um caos, Norah. --Suspirei, sabendo que era a tensão que o homem que amo estava me livrando. -Quero que vá pra casa, nos encontraremos lá. Não fica aí até eu chegar, será cansativo demais. Tudo bem? 
-Tudo bem, vou pegar algumas coisas e já vou pra casa. Quando chegar, precisamos conversar. --Eu queria saber do envelope, mas ele já tirou suas próprias conclusões.
-Norah, se soubesse a tensão que está, com certeza iria preferir ficar em casa e não aqui.
-Eu sei! --Impus a voz. -Não é sobre isto que estou falando, é sobre outra coisa. Mas tudo bem. Quando chegar conversamos. Pode ser?
-Sim, pode. E você? Está tudo bem aí? Liguei só pra saber, e avisar que tome cuidado onde ir, com quem falar. Vá direto pra casa e tranque bem as portas. --Franzi o cenho, era muita recomendação só para chegar em casa. E este com certeza não era o meu marido
-Céus! O que deu em você? Só vou pegar o carro e ir pra casa, até parece que vou resolver um caso sozinha. 
-Estou preocupado com a sua segurança. --É, ele estava sim, muito preocupado o que me deixava confusa. Não pela sua preocupação em si, mas a forma.
-Tudo bem, desculpe. Não se preocupe, estarei em casa segura. 
-É só o que importa pra mim. Amo você. --Relaxei meus braços em resignação.
-Eu também amo você. Sabe disso. 
-Eu sei sim. 




Dirigi até em casa lá pelas seis da tarde, -- horário de pico --, mas eu adorava aquela movimentação toda de pessoas indo de uma lado para o outro, crianças voltando da escola. Parei um instante no supermercado para fazer umas pequenas compras e já estava estacionando o carro no prédio onde morava com o meu marido. Acionei as travas elétricas e me dirigi até o saguão quando um homem praticamente voou na minha frente. 

-Olá! --Levei um pequeno susto, mas o seu sorriso apaziguador, deixou-me tranquila. -Oh, desculpe. Não queria assustá-la. 
-Não tem problema, é que foi repentino. --Os olhos azuis daquele homem fitaram-me com curiosidade. 
Era um senhor de mais ou menos cinquenta anos, com um fisíco de atleta e cabelos grisalhos. 
-S.W.A.T, é? Trabalha lá? ---Perguntou fitando o meu uniforme de oficial. Eu costumava me trocar antes de voltar para casa, mas realmente não deu tempo.
-Sim, sou uma oficial. 
-Oh, isso é bom. Acho o trabalho de vocês eficiente até demais. --Fiz um movimento na cabeça em forma de agradecimento.
-Muito obrigada, senhor. 
-Qual é o seu nome? --Ele estava curioso, mas não achei nada demais respondê-lo.
-Norah Jackson. --Fez um pequeno sorriso de canto.
-Oficial Norah Jackson. Mas espera... Jackson? --Ficou pensativo por um instante. -Conheço esse sobrenome. Raice Jackson, ele era um oficial, não era? --Pelo visto ele conhecia muito bem sobre nós.
-Ah, ele era o meu sogro. Sou esposa de Michael Jackson o filho dele. Infelizmente ele morreu. Era subtenente da base, um ótimo atirador. 
-Eu sabia que conhecia de algum lugar. Mas ele morreu de que?
-Alguém o pegou desprevenido, ele foi atingido com 5 tiros. Foi assassinado.
-Eu sinto muito. Sabia que meu pai também foi assassinado? Mas foi por um oficial. Não deram chance alguma. --O olhei com um certo pesar. Mas eu sabia que se um oficial o matou, com certeza um motivo teve.
-Como se chama, senhor?
-Me chama Damon, muito prazer. --Ele segurou minha mão com firmeza. Fiquei encarando-o por um instante, bastante desconfiada de sua abordagem repentina, suas perguntas e declarações. --Me mudei poucos dias para aqui perto, e quando a vi com o uniforme da S.W.A.T achei que seria apropriado fazer amizades. Raice era um amigo e tenho boas lembranças da equipe que fiz parte. Fui um recruta do exército, mas não fiquei por muito tempo. Só sobraram as boas lembranças. --Fiquei um pouco tranquila com suas explicações, ele só queria relembrar através de mim.
-Qualquer coisa converse com o meu marido. É filho de Raice e, com certeza, faria questão de falar do seu pai, era o seu orgulho. --Ele assentiu.
-Muito bem, qualquer dia desses é o que farei. Muito prazer, Norah. Nos veremos mais brevemente. --Seu sorriso era suave e o aperto de suas mãos na minha era amigável. Mas o seu olhar, havia uma conotação distinta não condizente com suas palavras doces. Sorri para ele mesmo assim.
-Até mais Damon.
-Até breve, Norah! --Notei promessa em seu tom de voz





Capítulo 9 

Protegê-la era tudo que eu precisava fazer
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Abri a porta do apartamento sabendo que iria escutar muito de Norah. Mas não foi o que aconteceu. Minha mulher se encontrava sentada ao sofá bebericando uma xícara que deduzir ser chá. 

-Boa noite. --Cumprimentei minha esposa depositando um beijo em sua cabeça. Sabendo que essa seria a hora de reclamar, parti para o banho. -Vou tomar um banho. -- Passei pelo anexo rapidamente, ouvindo um : "Não vai jantar?". -Depois, amor. Só me dê um tempo.

Norah perguntando se eu quero jantar? Pelo visto, minha mulher colocou a mão na consciência e percebeu que eu não poderia colocá-la em risco sem antes passar nas provas. 

Tomei um banho rápido, vesti um pijama confortável e fui me juntar a minha beleza na sala. 

-Lary procurou por você, para entregar um envelope. --Disparou Norah, assim que me sentei ao seu lado confortavelmente no sofá, transformando o conforto em incomodo insuportável. -Estive em seu escritório o dia todo sem fazer nada, então... O que era aquele envelope, Michael? Lary disse que era um assunto seu ao qual não podia, de forma alguma, mostrar a ninguém. Aconteceu alguma coisa? 

Parecia um pesadelo Norah ter que me perguntar sobre aquele envelope, eu não queria mentir para minha mulher, mas também não podia contar a verdade. As coisas pareciam melhores agora, o tal D não se pronunciou mais. Não vi motivo para preocupá-la, não ainda. Não queria que ela se deparasse com o pânico ao qual eu me deparei. Uma ameaça sempre é traumatizante, queria poupá-la. 

Dei duas batidas no meu colo para que ela pudesse se sentar. Senti seus braços envolverem meu pescoço assim que fez. Acariciei sua perna, tentando lhe passar o mínimo de confiança possível.

-Só uma pendência que estava investigando, nada demais. Não se preocupe meu amor. --Dei uma mordidinha em seu queixo.
-É sobre Best Side? 
-Sim! --Respondi de imediato.
-Não sei. Parece que está se envolvendo em uma coisa que não diz respeito a você. Lembro o que o tenente Hitch disse, não é? --Lembrar o que tenente Hitch disse, era uma coisa que acabava com o meu dia literalmente. 
-Sim, eu sei. Mas esse caso em especial vou tomar o mínimo cuidado, pode deixar. 
-Tudo bem. Não adianta mesmo falar nada, você acaba fazendo o que acha melhor no final. É inútil pra mim. --Respirou em resignação.
-Eu não quero brigar, Norah. Sabia?
-Eu também não quero, de forma alguma. Inclusive vou mudar de assunto. --Dei graça a Deus mentalmente. -Conheci um amigo do seu pai agora mais cedo. --Estreitei o cenho diante da estranheza da frase. 
-Amigo do meu pai? 
-Ele é um ex-recruta do exército, trabalhou brevemente com o seu pai. Sabia muitas coisas sobre ele e disse que adoraria conhecer você. --Ela colocou a mão no queixo pensativa. -Ah, é verdade! Ele contou uma história dizendo que o pai dele morreu por um oficial da S.W.A.T, logo depois que Raice havia morrido. --Senti meu coração acelerado, um golpe no estômago me atingiu certeiramente. 
-Qual é o nome dele, Norah?! --A alteração da minha voz fez minha mulher se assustar.
-O que aconteceu? 
-Só me diz o nome dele. 
-Bom, eu não sei. Ele disse mais não me lembro. Era...era... --Enquanto ela tentava se recordar eu já estava com o nervoso à flor da pele. -Eu não sei, Michael. Não consigo me lembrar! 

Eu tinha certeza plena de que aquele homem era o D. Seu pai morreu por um oficial da S.W.A.T, esse oficial sou eu. Aquele filho da mãe teve mesmo coragem de ir atrás da minha mulher!



-Ele apareceu! --Entrei com tudo no alojamento em que Patrick tinha um quarto dentro da base. 

Eu sabia que não estava raciocinando direito, mas depois que Norah me contou sobre o caso fiquei desesperado, da mesmo forma, ou até pior, no exato momento que li aquela carta. Estava na cara que era o D, eu precisava reunir informações, precisava saber o que de fato estava acontecendo e deter. Patrick estava a par de tudo, então seria para ele que eu desabafaria. 

Patrick praticamente pulou da cama, e ao seu lado pude perceber que Deanna estava com ele, na cama dele, e nua. Ela me olhava assustada tentando cobrir o corpo desnudo com o lençol. Fiquei sem graça.

-Me desculpe. --Virei meu rosto.
-Caramba, cara! --Patrick protestou. -Isso são horas? --Realmente era bastante tarde, tive que esperar Norah pegar no sono para depois sair. Mas Patrick era um homem sozinho, jamais eu imaginaria que Deanna e ele estavam transando. 
-Sabe que eu não viria se não fosse importante. 
-Tudo bem, posso sair para que conversem. --Deanna falou juntando suas coisas.
-Não, fique. Michael e eu conversaremos lá fora. --Disse a ela e depois se voltou a mim. -Só me dê uns minutos, sim? --Assenti.

Caminhei de um lado para o outro pelo jardim, eu havia colocado apenas um casaco de frio mantendo a calça do pijama, não queria correr o risco de Norah me pegar trocando de roupa. Poucos minutos depois Patrick aparece vestido com uma calça de malha e uma camisa preta. 

-Não podia esperar até amanhã? --Reclamou.
-Como eu poderia imaginar que você e Deanna estão transando. Caramba Patrick, você não perdoa uma! Só espero que não brinque com a moça e depois a descarte assim como faz com as outras. --Patrick me lançou um olhar de reprovação.
-Eu gosto da Deanna, temos um lance. Será que não dá pra confiar? --Semicerrei os olhos sabendo que não dava pra confiar.
-De jeito nenhum, mas não é o caso. Não é sobre isso que vim. 
-O que aconteceu? Você parece nervoso.
-O D procurou a Norah hoje mais cedo.
-O que? --Isso foi um grito. -Está falando sério? --Confirmei com a cabeça.
-Sim, ele interrogou a Norah e depois falou de coisas, disse que conheceu o meu pai e que o seu, também foi assassinado por um oficial da S.W.A.T. Só pode ser ele. 
-Calma ai, cara. Ele disse a Norah o nome? --Suspirei sabendo que minha mulher não conseguia lembrar o nome que lhe foi dado.
-Ela esqueceu. Mas já dá pra saber que se trata da mesma pessoa. 
-Como? Porque o pai dele também foi assassinado por um oficial? Ah Michael, que mundo que você vive? Ou vem me dizer que homens e mulheres não morrem todos os dias na mira de um tiro de um protetor da lei? Isso acontece desde que mundo é mundo. Não dá pra julgar o caso com base nisso. 
-Patrick, eu... --Eu sei que meu amigo estava certo. Mas alguma coisa dentro de mim discordava. 
-Não. Era. Ele! --Patrick segurou meus ombros olhando no fundo dos meus olhos, como se quisesse enfiar de uma vez por todas na minha cabeça. -Se acalma, cara. Se essas ameaças for viáveis, esse D, ou sei lá, vai entrar em contato. Ele vai te aterrorizar primeiro, disso eu não tenho dúvidas. Então espera que isso aconteça. Caso contrário, são só brincadeiras de mau gosto.
-Valeu, Patrick. Obrigado por dizer que serei aterrorizado. --Ri com ironia. -Não sei, não quero expor Norah demais. Vou protegê-la ao máximo. Vou virar sua sombra, foi muito arriscado deixa-la ir pra casa sozinha. 
-Você vai ter que contar pra ela. Não dá pra ficar em seu pé, sem deixa-la avisada. Sabe como Norah é. Vai acabar brigando com você. 

Minha esposa era assim mesmo. Jamais me deixaria fazer o meu trabalho em protegê-la, sempre perguntaria e acabaríamos brigando.

-Ela já está desconfiada. Tentamos passar por cima com o caso em Best Side, mas... Acho que não a convenceu. 
-Eu disse. Norah é esperta, não vai engolir o caso tão fácil. 

Minha cabeça parecia uma panela de pressão. Se por um lado eu estava desesperado em pegar esse canalha que estava me ameaçando usando a minha mulher, por outro eu tinha que acertar as minhas contas com ela. Proteger nosso casamento e ainda lidar com temperamento que tinha. Norah me conhece muito bem, era o ponto de partida para me entregar.


Quando cheguei em casa minha mulher estava em um sono profundo. Era como um anjo para mim, tão serena e linda. Às vezes eu me perguntava se merecia tê-la ao meu lado, se era mesmo capaz de protegê-la até as últimas consequências. Mas uma coisa era certa, eu tentaria, mesmo que minha vida dependesse disto.

-Onde você estava? --Me despertou de repente que nem notei que havia acordado. 
-Lá.. na sala. --Titubeei um pouco por não ter certeza se ela havia notado a minha fuga para a casa de Patrick. 
-Hum. --Gemeu, satisfeita com a minha resposta. -Já está tarde, vem dormir. 

Tirei meu casaco ficando sem camisa e apenas com a minha calça. Deitei ao seu lado, bem juntinho do seu corpo. Aquela pele macia e cheirosa tirava-me do sério. Norah era mais importante para mim do que ela jamais pudesse imaginar. Beijei seus ombros com delicadeza, ouvindo o seu gemido. Ela virou-se para mim, abraçando-me confortavelmente. 

-Eu amo você. Está bem? --Sempre achei importante reafirmar o meu amor, sempre gostei de deixar isso bem claro a ela. 
-Hum, eu também te amo. --Aconchegou em meu corpo logo pegando no sono de novo. 

Reafirmei as minhas certezas que aquela mulher era dona do meu mundo inteiro. E sem ele eu não sou nada.
Perpassei minhas mãos no corpo da minha esposa, sentindo o toque macio. Aquelas curvas feminina era a minha perdição. Eu precisava amá-la, precisava do seu corpo ao meu, só assim seria capaz de curar todo o medo que estava sentindo, e que mascarava com força bruta. 

-Michael. --Ouvi a voz da Norah me condenando. -Você está pelado? --Soltei um risinho, quando ela percebeu que direi minha calça para bolinar nela. 
-Desculpe.
-Está a fim, não é? 
-Muito. --Sussurrei. 

Minha mulher tocou meu pau, começando uma massagem deliciosa que me tirava de órbita. Suas mãozinhas pequenas e delicadas eram bastante apropriadas. 

-É, deu pra perceber. --O vai e vem foi ficando um pouco mais rápido, me fazendo gemer. 

Olhei nos olhos de Norah e estava radiantes, desejosos como eu. Eu sabia que minha esposa queria me dar prazer, ela sempre foi muito receptiva quando notava o quanto eu a queria. 

-Eu também estou. --Sussurrou bem perto da minha boca, puxando meu lábio com o dente. 
-Então me deixe enterrar em você, princesa? --Ela assentiu.

Então tudo começou. Assim que nos fizemos nus, afundei em minha mulher, amando-a como nunca. Eu precisava do seu corpo, do toque de sua pele, da sua entrega, dos seus gemidos ecoando pelo meu ouvido. Sua voz sôfrega chamando meu nome por conta do prazer que eu estava lhe dando.

Suas pernas envolveram minha cintura; tão receptiva, tão quente, molhada.. tão minha! 

-Amor. --Grani ao seu ouvido apertado e sugado por sua vagina. -Tão gulosa.
-Tão sua! 

Arremetia calmamente, o meu desespero não podia estragar aquele momento que decidi que seria apaixonado. Sentei em cima da cama trazendo o seu corpo para mim. Norah agarrou meu pescoço subindo e descendo sobre meu pau, gemendo, suplicando. Inclinei seu corpo para trás, percorrendo meus lábios por seu ventre, subindo para os seios. Mordisquei os bicos intumescidos dos seios fartos de minha mulher, fazendo-a contrair por inteiro, pulsar envolta de mim. 

As arremetidas ficaram mais firmes, quando passei a puxar suas coxas ajudando no ato. Meu pau estava comprimido dentro dela, sendo deliciosamente esmagado. Ela era perfeita, apertada, deliciosa! As unhas de Norah cortavam minhas costas. Sua boca, mordia a minha, ou qualquer lugar que ela encontrasse pelo caminho. 

-Michael! --Eu sabia que ela precisava de mais, sabia que ela me queria inteiro para ela, duro e intenso. Estoquei com força até o talo. -Oh meu Deus! 

Segurei sua bunda, estabelecendo o controle do corpo trêmulo da minha mulher. 

-Michael me fode com mais força! --Suplicou e eu a obedeci. 

Coloquei-a deitada na cama de pernas abertas, segurei na cabeceira só para pegar impulso entre uma estocada e outra. Fui com tudo, indo e voltando; firme, forte, animal. O prazer me dominava tanto que meus músculos ficaram rígidos, meu pau pulsava dentro da minha mulher. Minhas bolas pesadas batendo contra a bunda de Norah, estava me enlouquecendo. Minha boca foi sugada por ela, suas unhas enterraram com força na minha pele e sua vagina me comprimiu mais, na hora que alcancei seu ponto sensível. Norah e eu sucumbimos em um orgasmo fulminante, devastador, reverberando por todo o nosso corpo.

Nossos corpos suados e grudados, o cheiro de sexo preenchendo o lugar denunciava o quando eu era louco por Norah Jackson. Ela era tudo que eu tinha, tudo que eu amava e que precisava para sempre.

Os beijos não cessaram nem quando nos acalmamos por conta do sexo de pouco antes. Norah adorava explorar o meu corpo com as pontas dos dedos. Sou o seu objeto de desejo e eu adorava isso. Meu corpo era idolatrado por ela, acho que nenhuma parte dele ficou sem ter os toques delicados de suas mãos quentes e suaves. Comigo também não era diferente, era uma forma de dizer que era completamente minha. 

-Sabe? --Ela começou a falar como uma observação. -Deanna disse que tem sobrinhos, que são a coisa mais fofa do mundo. Conversa vai e conversa vem, ela disse que queria muito ser mãe. 
-De um filho de Patrick? --Externei minha imaginação quando ela disse que Deanna quer ser mãe. Pelo o que eu vi, estava trabalhando direitinho nisso. 
-Não sei, quem sabe? Mas fiquei pensando que eu também adoraria ser mãe. --Norah olhou para o meus olhos rapidamente, como um pedido silencioso. Pigarrei sentindo o incomodo me atingir como um furacão. 

Ser pai? Agora? Não, ainda não, de jeito nenhum. Pego pensando o quanto me desdobro para tentar proteger Norah, ainda mais depois das ameaças. Me lembro do quanto fui uma criança posta em segundo plano por conta do trabalho assíduo de meu pai. Não que ele não me dava amor, porque ele dava e muito, mas a falta de tempo e os lugares que tivemos que ir para fugir de um e de outro. Eu não queria isso para um filho meu.

-Oh Norah, você está se cuidado, não está? --Lembrei em um súbito que acabamos de transar sem proteção, coisa que acontecia com muita frequência. 
-Minha nossa, que gentil! Óbvio que me cuido, eu sempre me cuidei. Sou obrigada, não é? Você chega do nada e enfia seu pau dentro de mim sem dar tempo de nada. --Olhei feio para ela. -Achei que também quisesse. --Ela ficou chateada e eu me senti mal por isso.
-Claro que quero. Eu quero muito, meu amor. Mas agora não é a hora, sabe que não. 
-Por que não? Nos amamos, somos casados. Estamos juntos há cinco anos, Michael. 
-E o que fizemos nesses cincos anos? Hum? Vamos para as ruas todos os dias caçando bandidos, salvando reféns, levando balas, desfazendo bombas. Norah, você acha que um bebê poderá nascer no meio de tudo isso? 
-Daríamos um jeito. A gente sempre deu. 
-É o nosso trabalho, fazemos isso desde sempre. Não podemos parar, nem por um segundo. Não temos tempo. 
-E quando teremos? Quando eu não poder mais engravidar? --Eu detestava passar de um momento perfeito para um clima desagradável e ainda por cima ter que ver minha mulher chateada comigo. Só queria que ela entendesse que tudo tem seu tempo, e com certeza naquele momento nós não tínhamos um para criar uma criança. Eu estava tão preocupado com a segurança dela, seria quase um pesadelo se engravidasse. 
-Arrumaremos um jeito. Eu prometo. --Ela me abraçou com força, acreditando na minhas palavras. Por um lado Norah sabia que ter um filho nessas condições eram quase impossíveis. Mas eu tinha uma certa impressão que conversaríamos sobre isso muitas e muitas vezes.









Capítulo 10

Não sabia o que era, mas algo de muito ruim estava acontecendo
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Esta história de ter um filho já vinha me perseguindo a muito tempo, mas quando Deanna comentou sobre os sobrinhos o desejo veio com mais força. Eu sabia que a reação de Michael seria esta. Ele trabalha demais para ser pai. Seu compromisso é com a corporação. 

Não vou dizer que não me chateava, porque eu estaria mentindo. Nem que não entendia, porque eu entendia perfeitamente bem. Nossas vidas eram uma loucura para sermos pai e mãe. Era tão loucura que deixávamos essa ideia para depois, depois e depois. Não podíamos criar um filho com o trabalho que tínhamos e com o desdobramento que fazemos pelo nosso compromisso. Nossa vida é a S.W.A.T, arriscamos nossas vidas para proteger as de tantas que nem conhecemos. Só não queria passar o resto da minha vida lamentando por não ter tido filhos, essa seria uma frustração ao qual não queria lidar.

Minhas mãos percorreram pelas costas largas do meu marido, pousando em suas nádegas, enquanto a água morna do chuveiro escorria pelos nossos corpos. Eu amava aquele homem, do fundo do meu coração. O amava por completo, tanto que conseguia entendê-lo conhecer suas reservas e não ficar com raiva por isto. Michael é assim desde que o conheci, não seria agora que mudaria. Porém era do jeito que eu amava, do jeito que eu precisava e queria. 

Seus lábios quentes pousaram nos meus em um beijo calmo que arrebatava-me da mesma forma. Nossos corpos nus e molhados grudados despertava-me desejo. Michael só tinha a mim, e eu só tinha a ele. 
****

-Ai meu Deu que vergonha! --Deanna adentrou o vestiário exasperada, assustando-me. Quase que deixo minha pistola escorregar no chão, quando a tirei do meu armário preparando para guardar no cinto de guarnição presos à calça.
-O que houve, Deanna? --Sua expressão estava perplexa. Achei que fosse já algum tipo de problema com Patrick. 
-O sargento pegou Patrick e eu, transando ontem à noite! Ele entrou tão desesperado no quarto que nem tivemos chance de nos vestir. Nem sei como vou olhar pra ele de novo. --A confusão daquelas palavras externou na expressão da minha face. 
-Michael? Ele estava em casa ontem à noite. --Eu peguei no sono alguns minutos, mas eu tinha certeza. 
-Não, Norah. Michael apareceu no quarto de Patrick estava tenso e falando coisas sem sentido, parecia preocupado e desesperado. --Ele me disse que estava na sala. Não é possível que o meu marido, ao qual sabia o quanto mentira me indignava tanto, seria capaz de mentir para mim.
-O que ele disse? 
-Eu não ouvi a conversa dos dois, mas lembro do que falou quando entrou sem bater. "Ele apareceu!" Foi isso que ele disse transtornado. 
-"Ele apareceu?" Mas quem? --Busquei no fundo da memória, algo que talvez, já tivesse visto, que fizesse algum sentido com essas palavras. 

Não poderia ser o assassino de Best Side como Patrick atropelando Michael reafirmou que se tratava. Eu não conseguia acreditar mais, Michael estava envolvido até demais, estava preocupado além da conta para ser um caso mal resolvido. E a cumplicidade com Patrick e com Lary estava me perturbando. Ele estava mentindo e eu estava muito irritada com isso.

Nem ouvi mais nada do que Deanna estava me falando, apenas caminhei em passos duros até o estande de tiros, onde trainávamos nossas miras. Michael estava em treino e sozinho, uma boa forma de contestá-lo. 
Concentrado, olhar penetrando ao alvo. Joelhos levemente dobrados, com um óculos protetor no rosto e mãos impostas na direção do boneco de papelão no centro do pátio.

Eu poderia até está esgotada sobre as mentiras que provavelmente meu marido estava contando para mim, muito irritada sobre o andar da carruagem, mas não posso negar o fato de perceber o quanto estava lindo com todo aquele protetor e uniforme especial para o treino. Pelo menos uma vez na vida um homem deve se vestir assim, realça ainda mais o seu charme natural. Uma ótima fantasia.

Ouvi um estrondo vindo de sua pistola, e o alvo sendo alvejado bem no meio da testa. Michael sempre foi um ótimo atirador, mas quando o próximo nem passou perto do boneco, percebi que Michael não estava em seu estado normal. Seus ombros estavam tencionados, como se carregasse o mundo nos ombros. Seus suspiros denunciavam que estava preocupado com coisas que não fazia parte das paredes daquela base. 

-Você nunca erra. O que aconteceu? --Michael olhou imediatamente para traz de onde eu vim. Relaxou os ombros jogando-os para frente em desânimo. 
-Não estou em um bom dia hoje. --Largou a arma por qualquer canto e passou a mão na testa para limpar o suor. 
-E tem algo a ver com a sua visita repentina ao quarto de Patrick àquela hora da noite? --Ele olhou para mim com uma velocidade impressionante, e pela sua expressão deu pra perceber que era verdade. -O que está acontecendo, Michael?
-Deanna falou, não é?
-Você que deveria ter me falado. Por que está mentindo pra mim? --Ele caminhou próximo a mim, encarando os meus olhos, pude notar sofrimento neles. Aquela obscuridade negra que tanto me perdia todas às vezes que me mergulhava. 
-Estou fazendo uma investigação, Patrick está me ajudando. --Ele estava mentindo, estava ali na sua cara. Perceber doía muito. 
-Não venha me dizer que é sobre Best Side, porque não acredito. Eu sei o quanto você quer resolver o caso, mas seja o que estiver acontecendo vai muito além do que querer resolver um caso que não lhe pertence. Você está sentimentalmente envolvido e dá pra perceber em suas feições, em seu modo de agir e principalmente nessa mentirada toda. Por favor, seja honesto comigo. --Ele me olhava sem dizer uma só palavra, seus olhos formaram uma camada de lágrimas não derramadas. Meu marido estava sofrendo, e estava doloroso demais ter de enfrentar isto. -Vou fazer de novo a pergunta, Michael. O que está acontecendo? --Ele respirou fundo, provavelmente cogitando a possibilidade de me dizer o que eu queria; de mentir, ou não dizer coisa alguma. 
-Já disse que não é nada. --Sua voz saiu firme, obstinado. Tirou os óculos do rosto e os soltou ao chão, saindo de minha presença.

Fechei meus olhos com força, sentindo uma vontade imensa de chorar presa na minha garganta. Pelo visto, o caso era muito mais grave do que eu pensei. Só poderia ser! Algo de muito ruim acontecia e eu não fazia ideia do que pudesse ser.








Capítulo 11

O pesadelo só estava começando
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Entrei com tudo no meu escritório derrubando tudo que havia pela frente. Norah tinha a certeza mais que nunca de que eu estava mentindo para ela. Eu sabia o quanto detestava mentiras, ainda mais ela vinda do seu próprio marido, me senti o péssimo dos homens, como se estivesse cometendo o pior crime, sabendo que estava encurralado, mas mesmo assim permanecia alegando inocência veementemente. 
Pousei as duas mãos na mesa, inclinando o meu corpo. A frustração dominava meu corpo e a angustia ofegava-me. 

-Droga! --Joguei ao chão, um porta canetas, que estava no meio do caminho. 

Ouvi o vibrar do meu celular no bolso, até aquele som irritava-me em um momento como este. Com certeza era uma pessoa para me perturbar enquanto meus nervos estavam à flor da pele. 

-Alô! --Atendi com a voz alterada demonstrando o meu mau humor. De início ouvir um chiar, como se a interferência pudesse ter sido violada. Depois o barulho de respiração, por último uma risada.
-Ah!.. a vida é dura, não é, sargento? --A voz envelhecida, com um toque sombrio, arrepiou-me por completo. Finalmente pude ouvir a voz daquele desgraçado. -Mas ela pode ficar ainda mais, depende do seu ponto de vista e do quanto importa pra você. 
-Filho da mãe! --Rangi os dentes. -Então é você que começou essa brincadeira de mau gosto, não é? --Ouvi mais uma risada sombria, aquele homem não estava para brincadeiras, ele se divertia com o sofrimento das pessoas.
-Eu não diria que seja uma brincadeira. É muito sério, e não irei vacilar! Sabe, sargente? Antes do meu pai morrer na mira de sua arma, eu era como você. Ele só tinha a mim, e eu só tinha a ele. Como você e Norah, ela é sua única família. Você não faz ideia do quanto dói perder a única família que temos. --Meus olhos ardiam, eram como se eu externasse a minha angustia através de lágrimas não derramadas. manter o controle era difícil demais, tudo que eu queria era capturar aquele desgraçado com as minha próprias mãos. 
-Mas creio que logo saberá. --Continuou. Meu coração comprimia no peito, meus nervoso eram atingidos por um misto de raiva, revolta e desespero. Uma vontade enorme de acertar uma bala na cara daquele homem. 
-O seu assunto é comigo! --Bradei. -Foi eu quem matei o verme do seu pai. Luta comigo! --Bati a mão no peito. 
-Seria muito fácil, lutar com você. Gosto de emoções, sargento. Vê-lo desesperado como um cãozinho encurralado será divertido e eu não abrirei mão disto. 
-Não me verá encurralado. Faremos um duelo com armas, terei muito gosto de encher sua cara de tiros, assim como fiz com o seu pai! --O provoquei não deixando que me intimidasse, eu não era esse tipo de homem, e não seria agora. -Anda! Vem atrás de mim, é a mim que você quer, e não a minha mulher.
-Eu vou matá-lo sim, Jackson, mas antes matarei a sua mulherzinha gostosa, diante de seus olhos! --Ouvi um clique denunciando que havia desligado o telefone na minha cara.
-Luta como um homem, D! Venha atrás de mim seu miserável! --Atormentado joguei o celular na parede espatifando todo o aparelho.

Coloquei a mão na boca sentindo o meu mundo girar por várias e várias vezes. Lembrei que o celular poderia ser um aliado. Peguei os restos ao chão, dando graças a Deus pelo cartão de dados ainda estar inteiro. Corri até o departamento de investigação, pedindo mais um favor a Lary.

-Quero que rastreie o endereço desta última ligação, agora! --Lary olhou para o meu estado deplorável de perturbação. 
-Ele entrou em contato. --Afirmou pegando as peças das minhas mãos. Assenti. -Farei o mais rápido possível mas é bem provável que tenha bloqueado o rastreio se usou um número restrito. 

Sim, pode ser que o infeliz tenha feito, e era bem óbvio, mas eu queria tentar, quem sabe eu teria sorte? E era com a sorte que eu contava para matá-lo com as minhas mãos, por ter ousado a ameaçar a minha mulher. 

-Estarei na minha sala, Lary. Como um leão enjaulado, louco pra avançar na primeira vítima que aparecer. Por favor ande logo com isto. --Lary concordou.

Minha sala estava um caos, tudo estava derrubado pelas minhas mãos, eu andava de um lado para o outro. Meu coração estava acelerado, minha pulsação doía, e o suor escorria pelo meu corpo. 
A porta se abriu e Patrick deu de cara com a bagunça.

-Meu Deus! Um furacão passou aqui?
-O D entrou em contato! --Minha voz saiu descontrolada. -Ele vai matar a Norah! --Eu só conseguia enxergar lá na frente, quando eu fracassasse. -Eu não posso deixar, Patrick eu não posso deixar! --Tentei sair pela porta, mas o meu amigo segurou-me como quem segura um bloco de concreto. 
-Calma! --Ele volto-me a realidade. -Fica calmo e me explica o que está acontecendo. --Olhei para Patrick, com certeza meus olhos estava vermelhos pelo esforço que fiz para não derramar nenhuma lágrima. Eu não podia externar o que por dentro estava sentindo, ou tudo iria desmoronar. 
-Ele ligou a pouco. --Nivelei minha voz, buscando um equilibrio para não parecer tão em choque quanto estava. -Disse que vai matar Norah, quando eu menos esperar. Ele vai tirar de mim TUDO, assim como eu tirei dele. 
-Isso não vai acontecer. Michael, olha pra mim! --Ele bateu algumas vezes no meu rosto. -Isso não vai acontecer, entendeu? Pegaremos esse cara antes, pode apostar. Ele não vai encostar um dedo em Norah.--Patrick sempre foi um amigo para todas as horas, mas eram nesses momentos que eu realmente confiava em sua amizade. Ele considerava a mim e Norah como um membro de sua família. Me senti seguro pela suas palavras, seguro por poder contar com a sua ajuda. 

Ele bateu no meu ombro como um gesto de força, aos poucos fui tomando consciência do seu apoio e abracei o meu amigo, tendo a certeza que sairíamos dessa. 
O bipe que recebi no meu pager quebrou aquele clima. Mas uma ocorrência. 

-Se você quiser ficar... --Patrick, preocupado com o meu estado, absteve-me de qualquer estresse por enquanto. 
-Não! -- Impostei a voz sabendo que a única forma de ter um raciocínio lógico do que faria, era fazer o que eu faço de melhor. -Preciso trabalhar. --Ele assentiu e fomos todos em direção à saída. 

Recarreguei as balas, colocando as armas ao cinto de guarnição. O resto da equipe estavam do lado de fora, prontos para pegar a van, quando Norah e Deanna viam correndo.

-Você fica! --Apontei para Norah, fazendo a parar imediatamente. Minha mão esquerda segura ao ferro de apoio da porta pronto para subir. Eu queria minha mulher mais segura que eu pudesse colocá-la. Só assim, naqueles muros eu estava completamente certo de que nada lhe aconteceria.
-Mas Michael, eu... 
-Eu preciso que fique. --Reafirmei o meu desejo. -Deanna, fica com ela. --A moça assustada confirmou com a cabeça, levando Norah para dentro de novo. Percebi pela janela minha mulher absorta pela forma que eu lhe ordenei, completamente perplexa. Mas naquele momento eu não estava me importando com o que ela achasse.

Tentei manter o foco, colocar na cabeça o que realmente eu estava fazendo naquela van e o que eu faria assim que chegasse. Era um assalto residencial, com duas vítimas. Acho que estavam mortas, só tive certeza quando chegamos ao local.

-Façam guarda, daqui de fora. --Falei com Samuel e Matheu. -Você venha comigo. --Chamei Patrick. --Acho que virá mais algumas viaturas. Qualquer coisa peçam reforços. --Eles assentiram.

O cenário da casa estava um verdadeiro pandemônio. Tudo estava de cabeça para baixo, sinais de assalto de fato. Patrick veio caminhando em passos lentos atrás de mim com a arma à punho assim como eu adentrava em sua frente. Pulei para um cômodo, apontando a arma para qualquer pessoa que, por ventura aparecesse do nada. 

-Michael. --Patrick me chamou, parei de caminhar, me dirigindo aonde ele me apontava. 

Parecia um quarto do casal, tudo estava revirado. Olhei para o chão, encontrei um corpo todo esquartejado. Desviei meus olhos diante da cena forte em que me deparei. Tudo estava coberto por sangue, o corpo estava sem os membros inferiores e superiores, sem cabeça também. As partes espalhadas pelo local.

-Olha isso. --Patrick chamou-me atenção sobre um pedaço de papel nas mãos. 

Capturei o que seria um bilhete, pus-me a ler as palavras escritas à mão. 
É exatamente assim, que farei com a sua adorada 
mulherzinha, sargento!

Senti minhas pernas bambas, minha pressão subiu tão de repente que achei que cairia. Coloquei a mão na boca abandonando o cômodo, eu não tinha mais estômago para continuar ali. 

-Chame a ambulância! --Ordenei a Patrick, camuflando o que realmente estava sentindo por dentro. 

Ele matou aquela mulher para me mandar um recado, era demais para mim. Em nenhum dos meus mais absurdos pesadelos, nunca pensei passar por tamanho horror na minha vida. Aquele homem mostrou que não estava para brincadeiras, era como um aviso de que não era para eu vacilar por nenhum só segundo. Ele matou e continuará matando sem freio algum. Pelos requintes e características do corpo, aquele caso me levava a outro. D e o assassino de Best Side eram os mesmos.

-Ele matou essa mulher para me mandar um recado. --Afirmei sentado em um dos bancos da van. Patrick assentiu pensativo, ele estava tão chocado quanto eu.
-É o assassino de Best Side. --Meu amigo confirmou as minha suspeitas. Maneei a cabeça um olhando para o outro. 

Quando voltamos à base Lary disse que o telefone de D era restrito, sendo assim, não era rastreável. Me deixando na estaca zero mais uma vez. 

-Droga! --Bati meu punho fechado à mesa de aço de seu laboratório. 

Aquele cara continuaria matando para deixar bem claro que não estava para brincadeiras, e por fim tocaria no meu bem mais precioso. Eu definitivamente não podia permitir que acontecesse. Pessoas inocentes não poderiam pagar pelo que fiz.








Capítulo 12

Ele é capaz de tudo por mim
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Pus no ombro a mala que faltava para que eu pudesse abandonar o meu lar. Michael acabava de me magoar profundamente, de um jeito que nunca pensei que faria. Além de mentir para mim, fez o favor de me cortar de vez da equipe. Não podia ser por causa da bomba, até porque foi um assalto. 

Ele estava me cortando de sua vida aos poucos, e perceber isso foi a coisa mais dolorosa que tive de enfrentar até aqui. Já enfrentei treinos pesados, já levei um tiro no pé, me submeti a testes ao qual testaram a minha mentalidade e força física, porém posso dizer com toda certeza que ir embora foi chegar ao máximo do limite. 
Cruzei a sala para pegar a saída, quando meu marido adentrou o apartamento, lançando para mim um olhar penoso. Estava soado, parecia perturbado, talvez tenha sido um trabalho árduo. 

-Onde você vai? --Me perguntou assim que viu a mala no meu ombro. 
-Estou indo para a base, ficarei alguns dias no alojamento com a Deanna. --Meu coração estava em frangalhos, pois não era o que eu queria. Eu queria ficar com o meu marido, conversar, mas eu sabia que se isso acontecesse iriamos brigar e tudo terminaria em divórcio. Ele concordou com a cabeça, me desestruturando completamente.
-Ficará segura lá. --As lágrimas vieram em torrentes, mas não alterei a minha expressão. 

Pensei que Michael me vendo ir embora, pudesse me impedir, dizer que não era nada disso que estava acontecendo, que eu entendi tudo errado. Que me ama e que não quer que eu vá. Pensei que iríamos ter uma conversa, e finalmente seria sincero comigo. Mas não foi o que aconteceu. 

-É isso que quer? Que eu vá? -- O questionei pela última vez.

As mãos de Michael se apertaram com força, ele desviou os olhos de mim, como se fosse uma luta interna, uma resistência. Sinceramente eu não conseguia entender porquê o meu marido tinha que sofrer tanto. 

-Se é isso que você quer... --Passou por mim saindo de minha presença. 

Eu havia dito que ter que deixar a minha própria casa, por meu marido estar mentindo para mim e ter me cortado da equipe, foi a coisa mais dolorosa que tive de enfrentar, mas não. Ter deixado a minha própria casa por tais motivos, e ter de lidar com Michael praticamente abrindo as portas para que eu fosse de uma vez, foi como uma facada enfiada no coração. E por mais que eu tentasse tirá-la de dentro de mim, só servia para machucar mais e sangrar com toda a força. 

Quando Deanna abriu a porta para que eu pudesse entrar, quase cai ao chão sendo amparada por seus braços, pelo abalo emocional que estava passando naquele momento.

-Meu Deus, Norah! O que houve? --Eu chorava copiosamente.

Deanna guiou-me para que eu sentasse em sua cama sem cair. 

-Michael e eu... nos... separamos!
-O que? Mas... --Deanna confusa sentou-se ao meu lado ansiosa por explicações. 
-Eu disse que iria embora e simplesmente me deixou ir. 
-Não, isso não é verdade, Norah. Michael ama você, ele sempre amou. --Apertei meus olhos com força, tenho a certeza lá no fundo que poderia até ser verdade. 

Estava acontecendo algo com o meu marido e essa seria uma forma de me manter longe. Respirei fundo decidindo que não choraria mais. Uma vez acreditei que homem nenhum merece uma lágrima de sofrimento de nenhuma mulher. E se Michael estiver mesmo mentindo para mim, colocando-me para escanteio ele merecia muito menos. 

-Ok, olha! --Sequei minhas lágrimas rapidamente, recolhendo um pouco de dignidade que ainda restava. -Se Michael quer assim... assim será!

Deanna me abraçou com força, passando-me o seu total apoio. Eu tive sorte de ter pessoas que gostam de mim dentro da base, eram amigos fiéis e é bom saber que podia contar com alguém quando precisasse. 

Conversei com Deanna por várias horas, tentei não tocar no assunto Michael, queria me resguardar um pouco, tentar não sentir por agora, porque eu sabia que pioraria. Eu trabalhava com o meu marido, passava a maior parte do tempo naquele lugar, ficar sem vê-lo era impossível.

Como o previsto, não consegui pregar o olho naquela noite. Aquela cama não tinha o seu cheiro, não tinha o calor do seu corpo, seus braços fortes envolvendo-me durante todo o meu sono. Não tinha seu carinho e muito menos o aconchego do meu lar. Em silêncio chorei baixinho, para que Deanna não me ouvisse. 

Terminei de colocar meu casaco por cima do uniforme da S.W.A.T, ajeitei meu rabo de cavalo, pronta para tomar o café que Deanna preparou.

-Obrigada. --Agradeci assim que estendeu a mim a xícara de café preto. Recusei as panquecas, nem sabia direito se o café desceria. 
-Precisa se alimentar. 
-Eu estou bem. --Menti, mas eu precisava parecer bem. 

A porta se abriu e quando a pessoa entrou me dei conta de que se tratava de Patrick. 

-Norah? O que faz aqui? --Abaixei a cabeça um pouco sem jeito. Estava na cara que me encontrar no quarto da sua namorada seria a última coisa que alguém pudesse imaginar. 
-Michael e ela estão brigados. --Deanna respondeu por mim, abraçando-o. 
-Meu Deus! --Patrick parecia aéreo, pensativo. -As coisas estão piorando a cada dia que passa. 
-Ele me deixou vir. Pude perceber que não faço nenhum diferença.
-Michael está arrasado, Norah. Você nem imagina. --Me levantei irritada.
-SE ele me contasse talvez eu soubesse. --Patrick me olhou como se quisesse me dizer algo, mas que não podia. -Você sabe o que há com ele, não sabe? --Admitiu ele com um aceno de cabeça. -Por favor, Patrick, eu tenho que saber.
-Eu não tenho esse direito, Norah. Ele não quer, e não cabe a mim se meter. Mas eu tenho certeza que logo, logo tudo vai se esclarecer, e finalmente vocês ficarão em paz. --Uma lágrima teimosa rolou no meu rosto. Meu coração estava em pedaços.
-Só me diga uma coisa. --Meu corpo tremia, e o meu coração acelerava, faltando pouco para sair pela boca. Patrick assentiu, me deixando prosseguir. -Ele ainda me ama? --Minha voz estava trêmula, embargada. 
-Oh, Norah! Pelo amor de Deus! É claro que sim. --Ele segurou minhas duas mãos olhando no fundo dos meus olhos. -Michael é louco por você, ele sempre foi. Acredite, ele está se desdobrando só para ver você bem. Nunca duvide do amor daquele cara, porque eu sei que nunca mais verei uma coisa dessas na vida. Ele está sofrendo muito, pode apostar.

As palavras de Patrick me acalmaram de certa forma, ao menos deu para perceber que o que meu marido está passando não tem nada a ver comigo. Mas por outro lado eu só queria ter a chance de ajudá-lo, de ficar ao seu lado. Pode ser que eu não poderei ajudar, mas só de estar ao seu lado, seria ótimo para mim. 
Assenti regidamente, acreditando no que Patrick estava me falando. 



Passei pelo meu marido pelos corredores da base, sem lhe dirigir uma única palavra. Era como passar por um estranho todos os dias pelas ruas, completamente indiferente. Seu perfume que tanto inebriava-me acabava de fazer o seu trabalho perfeito nesse momento. Quando passou por mim, deu uma olhada para trás. Sua postura elegante ao qual andava era graciosa, as calças de malha do uniforme com as barras enfiadas nas botas cano médio deixava sua bunda ainda mais avantajada, talvez pelos cintos de guarnição envolta da cintura, porém eu sabia que era sua silhueta natural. Voltei a caminhar olhando para minha frente e pude jurar que senti seus olhos em cima de mim. Era uma energia que me envolvia, desconsertando-me ao caminhar. 

Não tive nenhum ânimo para trabalhar, eu estava praticamente fora mesmo. Michael havia me cortado da equipe por tempo indeterminado. Nem os treinos consegui me concentrar. Mas não me entreguei à lamúrias. Vesti minha roupa de ginástica e fui para à acadêmia exercitar um pouco, assim conseguiria espairecer, e tentar manter o foco.

Corri pela esteira com determinação, o barulho do meu tênis de corrida batendo nas passadeiras ecoava pela academia vazia. Em poucos minutos o suor escorreu pelo meu corpo, atmosfera esquentava. Eu só conseguia pensar em Michael, nos seus beijos, em seus toques. Em o quanto eu o amava e jamais queria ter que deixá-lo. Eu não queria dormir naquela cama onde não tinha ele novamente. Eu não podia. 

Apertei o botão de desligar acabando meu exercício. Caminhei pelo corredor de volta bebendo minha garrafinha de água. Dei uma olhada no escritório do homem que eu amo, o vendo perturbado demais. Ele andava de um lado para o outro, colocava a mão na cabeça. Ouvi um estrondo e algo espatifar no chão assim que ele o jogou.
Adentrei porta a dentro, tentando detê-lo. Os olhos do meu marido estavam vermelhos, estava perturbado, confuso. 

-Para Michael! --O impedi de jogar uma impressora ao chão. Olhei para o seu braço e pingava sangue, acho que machucou na hora que estava destruindo as coisas. -O que está acontecendo? --Perguntei suplicante, querendo de uma vez por todas arrancar esse sofrimento de dentro do seu peito. 
-Eu falhei, eu sempre falho. O grande sargento, Michael Jackson. Mentira! Eu sou um fracasso total. --Me joguei em seu corpo o abraçando com força, um aviso de que estava ao seu lado para qualquer coisa. -Eu magoei você. Não queria que fosse embora, Norah. Se você soubesse o que está acontecendo por culpa minha...

Segurei seu pescoço, beijando sua boca fortemente, por longos minutos. Eu só queria passar para ele o quanto eu o amava, e que eu estava ao seu lado independente de qualquer coisa. 

-Eu te amo, Michael! Nunca duvide, por favor. 
-Me desculpe. --Sua voz saiu embargada.

O beijei de novo montando seu colo. A tensão que emanava por nossos corpos foi convertida por puro desejo. Fui colocada sentada por cima da mesa, envolvi minhas pernas em sua cintura, nossos rostos tão colados. 

-Fica calmo. --Beijei seus lábios. -Eu estou aqui. --Beijei de novo... de novo e.. de novo. -E não vou sair. 

Ele puxou meu cabelo para pender minha cabeça para trás, devorou meu pescoço com beijos violentos. Eu conhecia o meu marido, sabia que quando estava nesse estado tudo que precisava era descarregar, e eu aguentava, aguentava tudo que vinha dele. 

Arranquei sua camisa com violência, eu precisava do meu marido tanto quanto ele precisava de mim e não estava me importando onde estávamos. Meu top de ginástica foi tirado do meu corpo e meus seios sugados por sua boca faminta. Oh Michael como eu amava sentir sua boca sugando-me! Era de tirar o fôlego. Eu só queria tê-lo mais uma vez, independente do que acontecesse a seguir. 

Sua boca foi de encontro a minha intimidade, quando nos fizemos nus. Sua língua invadia-me sem ter hora para sair. Expus-me sem reservas para o meu marido, sentindo o prazer reverberar do núcleo de mim espalhando-se por todos meus nervos. Meu clitóris trêmulo era estimulado por ele. Eu gemia como nunca, segurando sua cabeça guiando os movimentos. A lubrificação, me deixava no ponto certo. Só era o que precisava para Michael penetrar-me até o fundo, com força, com urgência. 

-Michael! --Apertei sua nuca, enquanto sua boca beijava o meu corpo. 

Suas estocadas começaram latentes, fazendo minha cabeça entrar em parafusos, meus sentidos saíram do ar por alguns instantes. O pau do meu marido era deliciosamente feroz quando seu estado de espírito estava em frangalhos. Eu era dele, me entregava a ele. 

O abracei, colando nossos corpos, sentindo seu cheiro. Os ritmos de vai e vem só aumentava conforme a nossa necessidade. Mordi seu ombro com força, sentindo o orgasmo atingir-me violentamente. Gemi por alguns instantes, em seu ouvido até o efeito devastador passar. 

Meu marido ainda não havia gozado, seu pau ainda estava duro como uma rocha e incrivelmente lindo. Desci da bancada, ficando de costas para ele. Ofereci meu traseiro. Michael abraçou-me por trás, entrando com tudo na minha bunda, começando a estocar-me com rapidez. 

-Eu amo você, Norah. Entendeu? --Um golpe atingiu-me por trás abalando o meu corpo. Assenti freneticamente. -Estou tentando fazer a coisa certa. -Fui golpeada de novo. -Eu sei que vou fazer. Só preciso que confie em mim. --Michael rebolou dentro de mim, atingindo pontos sensíveis e deliciosos. Seu dedo migrou para o meu clitóris inchado, em um esfregamento excessivo. Eu gritava de prazer, apertava minhas mãos a mesa, uma forma de controlar o meu corpo.
-Eu confio em você! --Falei com toda a sinceridade do mundo. -Você é tudo para mim, meu amor. 
-Você é tudo pra mim. Você é tudo que eu tenho. --Senti que os ritmos diminuíram, um jeito de dizer que estava doendo por dentro.
-Estarei do seu lado para sempre, eu sou sua. --Arremeteu contra mim. Vi seus músculos contrair, seus dentes morderem minhas costas e Michael gozar com violência. -Eu amo você. 
Me virei para ele, procurando seus olhos. Abracei seu corpo, com todo o carinho do mundo. 
-Eu amo você. --Repeti. 
-Eu amo você. --Ele caiu nos meus braços em um abraço reconfortante. 

Sentei em seu colo no fundo da sala, com seus braços envolvendo-me. Ainda estávamos nus, mas não nos importamos com isso. Não falamos nada até então, só tive o prazer de sentir seus beijos em minhas costas, tirando de uma vez por todas da minha cabeça que meu marido e eu estávamos em crise. 

-Eu quero muito ajudar você. -Quebrei o silêncio me voltando a ele. -Seja lá o que for, não precisa enfrentar sozinho. --Ele assentiu. -Conta pra mim? --Assentiu de novo.
-Eu só não queria preocupar você. Não queria apavorá-la. --Senti o impacto daquelas palavras atingir-me por inteira. Seja lá o que pudesse ser, era grave.
-Minha nossa, Michael! É tão sério assim?
-Eu recebi uma carta, Norah. E lá dizia que viriam com vingança, que tiraria de mim tudo que eu, supostamente tirei da pessoa. Você é alvo. Alguém tá querendo matá-la por algo que fiz em ação. --Coloquei a mão na boca, diante da perplexidade do caso. 

Agora fazia todo o sentido, esse jeito exagerado do Michael em me proteger, sua ânsia em me manter longe de tudo. 

-Michael!
-Uma pessoa morreu, ontem. Era um aviso, um aviso do que faria a você. --Fiquei sem ar por um instante, minha cabeça rodou. -Eu não posso deixar que façam nada a você, entendeu? Isso eu não vou permitir. Você é tudo o que eu tenho. --Sua voz embargou e eu o abracei. Agradeci em silêncio por ter um homem que é capaz de tudo para me salvar, um homem que está desesperado apenas com a possibilidade de alguém fazer algum mal a mim. Todo o meu medo se esvaiu naquele momento, pois eu confiava no homem que eu amo, e sabia que iria me proteger, assim como estava fazendo até então.





Capítulo 13 

Cara a cara com o perigo
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Abotoei minha calça terminando de me vestir, Norah acabava de colocar o seu top de volta ao corpo. Fiquei encarando minha esposa por um momento dando graças a Deus por tê-la em minha vida. 

-Você deixou eu ir embora. Não sabe o quanto doeu. --Comentou chateada. Me senti péssimo por ter feito Norah pensar diferente do meu real motivo.
-Aqui é o lugar mais seguro que conheço. A base é vigiada vinte e quatro horas por dia. Você vindo pra cá, eu a manteria segura até saber o que fazer. --Norah pareceu acreditar no que eu disse, com um aceno de cabeça. -Por isso quero que continue aqui, por isso não quero que vá às ruas. Por favor, amor, me deixe fazer do meu jeito? 
-Só ficarei aqui se você também vier. Há quartos disponíveis no alojamento, ficaremos juntos. --Achei justa a exigência, mas tinha um porém.
-Tenente Hitch pode desconfiar, ele já está de olho em mim, pode não ser uma boa ideia. 
-Daremos um jeito, Michael. Mas eu não vou ficar longe de você nunca mais. --Agarrava meu braço empunhando sua vontade.

Eu também não queria mais ficar longe da minha mulher, só uma noite foi como uma eternidade. Me recusava a me separar dela por meros caprichos de outros. 

-Tudo bem. 

Peguei o necessário do apartamento para levar até o alojamento. Teríamos que ser cautelosos de agora em diante, eu manteria Norah segura atrás daquela fortaleza, mas por outro lado eu poderia ter problemas com o tenente. Que se dane! Já enfrentei coisa pior do que meros gritos de um cachorrinho que adora latir, estou enfrentando algo ainda pior. O tenente era fichinha. 

-Lar doce lar. --Sussurrou minha mulher contemplando a 'casa' nova. 
-Michael! --A porta foi praticamente arrombada para Patrick entrar. Ele estava ofegante como se corresse quilômetros.
-Diz. --Meu amigo olhou para Norah, com desconfiança. Percebi que havia um papel em suas mãos. Ele estava com medo de dizer algo na frente da minha esposa, e por esse fato desconfiei ser algo do D.
-Ela já sabe. --Patrick ficou surpreso. -Pode falar.
-Ufa até que em fim, cara! --Ele caminhou até ela. -Como você está Norah, tudo bem?
-Eu estou bem, Patrick. Eu sei que meu marido fará a coisa certa. Ele tem todos vocês. -Era orgulho que eu tinha daquela mulher, confiava tanto em mim. Por isso iria até o fim para defendê-la. 
-Pode ter certeza que sim. Não deixaremos nada de ruim acontecer a você, nenhum de nós. Pode apostar. --Norah abraçou meu amigo, e eu abracei todos os dois em uma abraço coletivo. 

O prazer de fazer parte daquele equipe se tornava maior quando sabia que aquelas pessoas ao qual convivíamos, arriscando seus pescoços para cumprir uma lei, ou até mesmo ajudar um amigo, era gratificante.

-Em fim...! Esse fax chegou a pouco no escritório, com certeza é do D. --Preparei para pegar de sua mão quando Norah entrou na minha frente. Pegou e pôs a ler em voz alta: 

" Se acha esperto se mudando para base, mas eu sou muito mais. Uma hora ou outra, sua querida mulherzinha sairá. Esse será o momento. Ou se não, dou um jeito de invadir a base. Se eu for preso, ao menos a matei - D" 


-Meu Deus que horror! --Abracei Norah por trás, beijando seu ombro.
-Não se preocupe, amor. Ele não vai conseguir. 
-Eu sei. 
-Michael acha que talvez você já viu esse cara. Você contou a ele que um homem do exército havia te abortado na rua e perguntado algumas coisas. --Norah andou para o outro lado pensativa. 
-D? Sim, claro. Damon! --Exclamou vitoriosa por ter lembrando do nome do canalha. -Esse era o nome dele. Ai meu Deus, ele estava me testando e nem percebi.
-Não tinha como você saber. Só temos que achá-lo, de preferência primeiro que a polícia, quero ter o prazer de fazer isso com as minhas próprias mãos. 
-Ele disse que morava perto de casa. Se eu vê-lo por aí, eu o reconheceria sem esforço. 
-Ótimo! Me passa suas características que vamos caça-lo. 
-Michael, eu preciso ir! --Lá vem minha mulher dificultando as coisas. 
-Claro que não. Você vai ficar aqui, bem quietinha. Vou chamar o pessoal e procurá-lo. 
-Eu posso servir de isca. Posso conversar com ele como uma distração e então vocês o pegam. Amor é um ótimo plano. 
-Pode ser uma boa, Michael. Norah podia se aproximar, com quem não quer nada e então entramos. 
-Não! --Bradei. -Ficaram loucos? O cara quer matar a minha mulher e ainda ela servirá de isca? De jeito nenhum. Norah vai ficar aqui! Não vou voltar atrás! --Ela suspirou com raiva. Eu sabia que seria exatamente assim quando ela soubesse, parece que estava cumprindo com as minhas expectativas.
-Caramba! Eu sou uma oficial também. Tenho um preparo físico e sei lidar com situações como estas. Não sou uma menininha indefesa em apuros que precisa da ajuda de um cavalheiro. --Segurei em sua cabeça, fazendo me olhar.
-É por você ser essa oficial destemida e irredutível é que eu temo. Acaba de confirmar o que eu mais quero te preservar. --Ela deu socos no ar. Completamente sem ter o que contestar.
-Então vão e tome cuidado. --Dei um beijo na boca da minha mulher. Patrick e eu saímos às pressas.


O carro pequeno da S.W.A.T estava repleto de oficiais. A nossa equipe estava preparada para ir de encontro ao tal Damon e pegá-lo. Assim que Norah nos deu a características do maníaco e onde encontrá-lo partíamos imediatamente para o local. Como estava tarde da noite, a rua estava praticamente vazia, o que dei graças a Deus em caso de confronto maior. 

Minhas armas estavam todas carregadas, tanto as presas no cinto de guarnição quanto as duas que estava à punho. 

Chegamos ao local, a rua estava quieta. Finalmente eu pegaria aquele desgraçado! 
Joguei um ponto quarenta para Patrick, assim que descemos do carro para cercar a área. 

-Samuel e Matheu, vocês ficam aqui. --Apontei ao ponto em que estávamos, na rua mesmo. -Quero que vigiam e que não deixe Damon sair, se caso tentar. --Bateram continência, acatando a ordem. -Patrick venha comigo, para o outro lado, iremos abordá-lo dentro da casa.
-Vamos invadir? --Sorri satisfeito.
-Sim, pode acreditar. 
-O bagulho vai ser doido! --A adrenalina excitava Patrick, tanto quanto eu. Ouvi seu grito em comemoração após. 

Ouvi um zumbido e algo passando de fininho por trás de mim.

-Ai! --Ouvi Samuel rosnar, caindo ao chão e seu braço sangrar de imediato. 
-Alguém está atirando! --Mas duas balas voaram em nossas direção. -Droga! 

Patrick e eu nos jogamos a um muro que estava no canteiro do jardim para proteção. Matheu colocava Samuel de volta na van, tentando protegê-lo de mais tiros e estancar o sangue. 

Começamos a atirar em dois caras escondidos pelo arbustos. Com certeza capangas de Damon que estavam vigiando sua casa ao seu pedido. Atirei na direção de um, pegando na quina da porta de entrada da casa modesta do bairro tranquilo de Los Angeles. Ele recuou para a minha raiva.

-Eu vou dali, e você vem de lá. --Decidi me separar de Patrick. Eu me arriscaria mais aproximando, o mais rápido possível da casa, enquanto meu amigo do outro lado se afastando. Eu não queria que se machucasse.
-Ficou louco? Eles vão matar você! 
-Faça o que eu estou mandando, Patrick. 

Não quis saber de mais nada, aproximei, tentando me proteger no que via pelo caminho, me escondi na caçamba de lixo. Os tiros viam em torrentes em minha direção, pegando no ferro enferrujado da caçamba, alguns fragmentos me acertavam sem maiores abalos. 

Percebi que o homem careca, alto e forte, havia acabado munição na arma, aproveitei a oportunidade, para lhe acertar um tiro no pescoço. Ele caiu imediatamente chamando a atenção do companheiro. 
Meu objetivo era chegar até a casa, com certeza Damon estaria lá. Mas antes que eu conseguisse me aproximar, mas uns cincos homens apareceram alvejando em minha direção. 

-Droga! --Praguejei, me jogando atrás da caçamba novamente. 

Os tiros não cessavam, eu estava em apuros, não conseguia mais enxergar Patrick e muito menos os outros. Nem a van eu vi. Mas continuei atirando sempre que podia, acertava vez ou outra em uns. Eu estava perdendo, e estava muito furioso com isto. 

Recarreguei a minha pistola com impacto maior, quando pude. Havia um alvo impressa em sua extensão, eu acertaria com mais eficiência quem estivesse ao meu caminho. Mirei na cabeça de um, atirei. O desgraçado foi ao chão desfalecendo, chamando a atenção de outro. Mirei no segundo, bem no peito. 

Eles caiam um a um, me possibilitando sair daquela posição derrotista. Caminhei com determinação, olhar focado, maxilar travado e raiva no sangue. Atirei um a um, fazendo todos caírem no chão. Ninguém iria me impedir de salvar a minha mulher. E assim seria com Damon quando estivesse frente a frente com ele. 

Vi um homem alto, corpo atlético saindo na varanda. Cabelos brancos e cumpridos, mesma característica de que Norah falou. Era ele, só podia ser. Finalmente estava diante do desgraçado! Me preparei para correr em sua direção alvejá-lo com as minhas balas, quando ele colocou a mostra um fuzil daqueles do exército que eram usados em uma guerra. Eu sabia que se começasse a dispará-la eu não teria a mínima chance, mesmo com o colete no meu peito.

-Michael! --Ouvi meu nome sendo chamado por Patrick e meu corpo puxado para dentro da van fazendo-me cair ao assoalho e bater as costas na lateral perto da janela pelo impacto. Cai de pernas abertas de qualquer jeito. 

Levantei rapidamente para ver o que estava acontecendo, quando nossa van passou em disparada fazendo Damon ser obrigado e acertar no carro ao lado. O veículo foi para os ares, explodindo instantaneamente, me lembrando o estrago que seria, se Damon me atingisse. 

-Caramba! --Patrick gritou assim que levantamos a nossas cabeça, nos protegendo do barulho da explosão. 
-Eu não consegui! --Bati minha arma ao chão. -Esse desgraçado ainda está vivo.
-Melhor assim. --Patrick disse. -Pelo menos você está vivo. Temos que recuar quando falhamos.
-Eu não falhei! --Gritei inconformado. 
-De qualquer forma, Samuel está ferido. --Olhei para o meu companheiro que estava com um pano enrolado no braço. Me dei conta de que um membro da minha equipe quase morre por minha causa, mais uma vez por minha causa. 
-Vamos para o hospital. --Ele assentiu.











Capítulo 14 

O destino estava lançado
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A confusão se espalhou pelo anexo que levava à sala de cirurgia daquele hospital. Meu corpo estava trêmulo diante da cena do sangue de Samuel espalhado pelo chão. Ele estava amarelo, gritando de dor, temi que fosse algo ainda mais grave e ele não pudesse se salvar. 

Assim que recebei uma mensagem no pager dizendo que Samuel estava ferido, entrei em desespero, correndo imediatamente para o hospital. Só conseguia pensar na tensão que foi aquele momento. Fiquei preocupada com o meu marido e sua impulsividade em lidar com as coisas. Mas eu sabia que era experiente o suficiente para se livrar. 

Quando vi meu marido andando e bem diante de mim, um peso saiu de minha costas aliviando-me. Abracei-o com força, sentindo seus lábios em meus ombros. 

-Foi grave? --Perguntei assim que nos separamos.
-Ele levou um tiro no braço, perdeu muito sangue, mas nada tão grave assim. Vão remover a bala que ficou alojada, e logo Samuel voltará para nós. --Assenti contente, enxugando as minhas lágrimas. -O que aconteceu lá?
-A coisa ficou feia. --Suspirou pesadamente. -Damon sabia da nossa visitinha de alguma forma, se preparou bem. Havia alguns capangas atirando contra nós. Acertei alguns, mas recuei quando o próprio Damon apareceu com uma fuzil. Ele estava querendo matar mesmo. --Senti um frio na espinha, pensando do desesperado que ficaria se ele conseguisse. 
-Minha nossa, Michael! Esse homem é perigoso, por favor, fique longe dele! Vamos embora, sei lá, ir para longe daqui, mas deixa esse homem em paz.
-É ele que não vai nos deixar em paz, Norah! --Bradou sem paciência. -Ai de mim se recuar, ai de mim se deixar pra lá. Ele vai conseguir o que quer, e eu não vou deixar que isso aconteça. --Patrick pulou ao nosso lado, veio correndo. Logo vi Deanna ao seu lado e depois Matheu. 
-Por favor, Patrick, diz pra esse cabeça dura pra parar. --Era uma suplica de esposa aflita. 
-Michael está determinado, Norah. Ele quase levou um tiro hoje, quase morreu. Se eu não tivesse puxado para dentro da van...

Senti um golpe no estômago, sabendo que era bem a cara dele mesmo, se arriscar para conseguir o que quer. Michael olhou furioso para Patrick.

-Quer que eu agradeça? Muito obrigado oficial! --Desdenhou, e Patrick fingiu que nem era com ele. 
-Patrick tem razão. Minha nossa, Michael, olha o risco que você passou! Você parece não ter noção nenhuma! --Meu corpo tremia diante do nervosismo, e ter que lidar com o fato de que Michael nunca me ouviria era o pior. Ele jamais me escutaria, esse era o processo dele de fazer as coisas acontecerem da forma como ele acha correta.
-Tá, então desculpa, por eu está tentando salvar o minha mulher de um calhorda perigoso. Desculpa por eu ter entrado nessa missão levando mais quatro oficiais comigo, em um busca insana e pessoal, e que por causa disso, um dos meus melhores homens estão sobre uma maca cirúrgica com um tiro no braço, que também é por minha causa! --Ele saiu de nossa presença e eu me senti vazia.

Caramba! Meu marido estava sofrendo tanto quanto eu. Ele estava carregando aquela responsabilidade toda nas costas e eu me senti muito mal por não entender o seu lado. 

Patrick levantou a sobrancelha, como se dissesse que peguei pesado e eu me senti tonta. Para piorar, a figura indesejada do tenente Hitch apareceu só para nos assombrar mais. Ele parecia um fantasma aparecendo em todos os lugares quando mais queremos longe. 



-Mais um dos meus homens feridos. --Nos conscientizou tenente Hitch encarando-nos cada um nos olhos. -Mais um dos meus homens ferido. Mais um! --Berrou com fúria. Segurei firme na mão de Michael.

Parecíamos animais enjaulados naquela sala de reunião da base, sob ameaças pesadas do nossos donos, por ter feito algo de errado. 

-Sei que foi um erro gravíssimo, tenente, mas erros acontecem. Com qualquer um a qualquer momento. 
-Parece que os erros andam te perseguindo, não é mesmo sargento? --Michael apertou minha mão com força, eu sabia que meu marido estava explodindo de raiva por dentro e com razão. -Vejam só o que recebi no meu gabinete.

Ele tirou de dentro do bolso do casaco do uniforme um pedaço de papel, parecia fax ou sei lá. Abriu-o e as letras em colagem de revistas apareceram.
"Seus oficiais acabarão morrendo por conta da incompetência do sargento. Irei matá-los um por um, sem a menor pena!" - D
Vi o susto no rosto de todos. Vi a fúria no de Michael. Meu marido estava louco da vida por Damon ter contatado a Hitch suas ameaças, eu tinha certeza.

-Esse cara está me ameaçando, tenente. --Tomei a palavra. -Michael e os outros estão tentando detê-los. 
-Ele já mandou várias cartas anonimas para Michael, eu mesmo vi. --Patrick comentou. -Ele está tentando colocar medo em todos nós. É só mais um dos joguinhos.
-Então estamos sendo ameaçados além disso? --Hitch abriu os braços. -Essa operação está muito perigosa pelo que vejo. A coisa é pessoal e não terá controle algum. Acho melhor suspender todos vocês.
-Como é que é? --Michael impostou a voz sem nem lembrar quem era o tenente ali. -Esse cara quer matar a minha mulher e o senhor diz que irá dispensar-nos? O que acontece com esse homem solto, me diz tenente?
-Não ficará a solto, mandarei outros oficiais nessa missão. Eles irão dar conta do caso e detê-lo, isso eu garanto. Não terá pressão pessoal, o que facilitará tudo.
-Eu preciso detê-lo, é com a minha esposa que estão mexendo. --Apertei a mão de Michael para que ele parece de contestá-lo, mas ele soltou-se de mim e foi para frente do tenente, sem controle algum. -Não vou deixar que ele cumpre o que prometeu, não vou enterrar a minha mulher, tenente! Pode me tirar do caso se quiser, mas não irá me impedir, e nem me negar a chance de proteger a minha esposa.
-Fala como se não fossemos uma boa equipe. Parece que confia em si mesmo o tempo todo. Olha o que está fazendo? Sua mulher ameaçada e um oficial ferido, não está conduzindo sua equipe como deve ser. Estão levando todos ao risco por uma busca pessoal! --Michael baixou a guarda, ele sabia no fundo que o tenente tinha razão e isso lhe afetava significativamente. -Não posso deixar que morram. Outros que não tem nada a ver encarará o risco sem envolvimento pessoal, será mais fácil. Qual é a regra principal da S.W.A.T? 

"Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo" Repeti a frase em minha mente, Michael não se moveu, porém eu sabia que não iria reconsiderar. Ele estava envolvido demais para acatar a ordem de alguém.

-Então estou fora. --Meu marido arrancou o distintivo do lado direito do peito colocando em cima da mesa. Indicando que sairia da corporação e não só daquela operação.
-Michael fica calmo! --Patrick aconselhou. Deanna estava chocada e eu muito mais. -Não resolva nada de cabeça quente, por favor. 
-Se sou obrigado a ficar quieto enquanto a minha esposa está sob ameaça por um assassino, e o tenente principal da base não quer mover nenhuma palha a respeito, não sei o que mais faço aqui. Mas pode ter certeza tenente. Eu irei atrás de Damon, eu defenderei a minha mulher, querendo você ou não. Fazendo parte dessa operação ou não. --As lágrimas saiam em abundância pelos meus olhos, aquela situação estava bem além do que eu poderia suportar. Eu só queria que aquele pesadelo acabasse de uma vez por todas. 
-Se o Michael sair...--Patrick caminhou dois passos a frente, tirando o distintivo do bolso. -Eu também saio. --Michael encarou o amigo surpreso, era realmente uma prova de sua lealdade e amizade.

A corporação era tudo que Patrick tinha. Ele morava aqui, sua vida estava aqui, até uma namorada que conseguiu está aqui. Sem a corporação Patrick não perderia apenas um trabalho, mas uma vida, o seu chão. Me emocionei com a sua atitude. 

-Patrick não. --Michael avisou. -Não posso permitir isso.
-A base não é nada sem você. Vi você fazendo muito por nós todos os dias. Vi você dando o sangue pelas pessoas encurraladas por criminosos dando-lhes esperança. Sim cara, você se envolve emocionamento com tudo que faz nessa corporação, o que é uma regra básica do que não devemos fazer. Mas se não fosse isso, não teríamos um sargento de qualidade disposto a tudo, até mesmo a morrer para salvar todos nós. Um sargento que nos dar esperança em lutar para conseguirmos algo melhor. Eu sei que sua esposa, e é seu instinto natural, mas eu sei que se fosse qualquer um de nós, estaria mesmo se empenhando da mesma forma. --Os lábios do meu marido tremiam de emoção, os olhos negros cheio de lágrimas. Ele amava o seu amigo, eu tinha certeza disto. -Além de tudo isso. --Patrick continuou. -Lhe fiz uma promessa. Falei que estaríamos juntos nessa, que não deixaríamos Damon fazer nada a Norah, não sou homem de quebrar promessas. 

Michael abraçou o amigo com força, eu sabia que no fundo estava aliviado. Ao menos uma pessoa que está disposto a compartilhar de sua dor.

-Obrigado. --Michael apertou a boca forçando para não chorar. Ele é durão demais pra isso. 
-Não os deixaremos sozinho nisso, sargento. --Patrick continuava falando. --Somos uma família além do que temos aqui dentro. Aposto que os outros também concordarão comigo. 

Olhei para Deanna e Matheu que deram dois passos para frente arrancando o distintivo colocando a mesa. 

-Muito bem. --Tenente sem reação com atitude comentou. -Todos fora então. --Determinou indo embora. 

Eu estava aliviada que aquele tirano havia saído, mas tinha um porém que Michael também sabia.

-Se todos nós sairmos, não temos como enfrentar Damon. Por favor, pessoal vamos pensar.
-Temos algumas horas pra pegar o cara sem que sejamos afastados oficialmente. Temos chance. --Lembrou Matheu.
-Dessa vez eu quero ir. Quero está nisso, a final é a minha vida.
-Não. --Determinou Michael segurando meus ombros. -Você ficará aqui, em segurança. --Droga! Meu marido e sua mania.
-Fique Norah, é melhor. --Deanna aconselhou-me.

Muito a contra gosto concordei, afinal eu não poderia fazer nada mesmo, levando em conta a determinação do meu marido.

Michael, Deanna, Patrick e Matheu foram atrás de Damon mais uma vez. Meu coração estava apertado, mas eu confiava no meu marido. Confiava em sua capacidade e nada aconteceria a ele. Pelo menos, era o que eu torcia e orava a Deus.

Dirigi até em casa, precisava pegar algumas coisas no apartamento para levar ao alojamento. Estacionei o carro, descendo do veículo com o intuito de ir até o saguão. 

-Olá, Norah Jackson! --Damon apareceu do nada diante de mim, como na primeira vez em que nos conhecemos. Paralizei na mesma hora.

Aquele filho da mãe estava mesmo tornando nossas vidas um inferno desde que apareceu. 

-Pronta pra morrer? --Comprimi os meus lábios, pelo ódio que estava sentindo no momento. Damon se acha esperto, mas eu sou bem mais.
-Vá se danar, seu filho da puta! --Minha perna direita foi ao ar, transferindo um chute na cara de Damon. Aproveitei para fugir, mas o desgraçado deu um puxão no meu rabo de cavalo, fazendo-me ir ao chão imediatamente. 

Um dor nas costas insuportável me impediu de levantar, mas ainda consegui dar um soco em sua cara. O sangue escorreu pelo rosto envelhecido de expressão sombria que aquele homem ostentava. Estava bem longe daquele homem amistoso ao qual eu conhecia uma vez. 

-Vadia desgraçada! --Fugi engatinhando, mas ele pisou nas minhas costas, imobilizando-me completamente. 

Minha mão foi até a arma presa a minha cintura, se eu conseguisse alcançar, não pouparia os tiros em sua direção. 

-Não adianta, Norah. Não vai escapar. --Meu rabo de cavalo foi puxado de novo, fazendo-me encarar seu olhar demoníaco. Senti medo, muito medo, ainda mais quando não consegui capturar a minha arma, eu estava perdida. 

Damon envolveu meu rosto com um pano, meus braços estavam imobilizadas por suas mãos habilidosas, eu mal conseguia me mover, por mais que me debatesse. Ele apertava minhas costas com os pés pressionando-me ao chão, eu estava sem forças alguma. O cheiro forte começava a me inebriar, minha garganta estava apertada, por conta daquele líquido que eu sabia exatamente o que era. Apaguei imediatamente.









Capítulo 15

É tudo ou nada
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A área estava toda cercada, tive um cuidado absoluto em observar se não havia mais capangas de Damon à espreita, eu não podia correr o risco de Patrick e de outros levarem um tiro. Aliás, quando vejo a minha equipe, todos comigo, é uma satisfação enorme. Meu melhor amigo fez um ato heroico, assim como todos. Era maravilhoso saber o quão sou amado, que meu trabalho é importante, que se inspiram pela minha coragem. Só esperava que tudo desse certo e que nenhum dos companheiros que acreditaram em mim pudesse sofrer as consequência, acho que não me perdoaria nunca.

Entrei em ponte pé à frente, enquanto Patrick e Matheu vieram atrás de mim. O resto da equipe faziam vigia do lado de fora, prontos para contatar a mim, pelo fone, se houvesse algum problema. 

A tensão me invadia, até porque já estávamos dentro da casa que antes nem conseguimos nos aproximar, devido a preparação de Damon. Nenhum sinal de ataque se deu, era um completo silêncio, deixando tudo ainda mais complicado. Se estivesse armando algo contra nós seria de surpresa, o que me afligia e muito. 
Patrick e eu estávamos na sala, com armas a punho só esperando. A casa estava vazia! Olhei para meu amigo de cenho franzido e ele encolhei os ombros. 

Ouvi um barulho de tv sendo ligada de repente em nossa frente. 

-Olá, sargento! --A face madura e bem tranquila de Damon apareceu no monitor. Ele estava nos vigiando de algum lugar, ao mesmo tempo que nós os vigiava. -Como se sente falhando em um caso? --Gargalhou. -Péssimo, não é? Consigo compreender. 
-Eu não falhei! -Bradei. -Ainda vou te pegar, Damon. Você ficará anos na cadeia por ameaça, assassinato em Best Site e no bairro vizinho. Com certeza a cadeira elétrica é seu passaporte para o inferno. 
-Mas antes levo companhia comigo. --Sua frase enigmática foi compreendida quando ele se afastou da câmera e a visão de Norah amarrada gemendo com mordaças a boca apareceu. 

Parada cardíaca!

O chão sumiu imediatamente dos meus pés. Minha pulsação se alterou, e minha cabeça rodou várias vezes. Essa não, minha mulher não! Se acontece algo a ela eu juro que não me perdoaria. Deixei Norah sozinha, não estive perto o suficiente a culpa é toda minha! 

-Damon, deixa-a em paz! Seu negócio é comigo! Foi eu quem matei o desgraçado do seu pai! --Cuspi as palavras, com os nervoso perturbados.
-Michael. --Patrick me chamou, apontando para um lugar. Olhei em direção ao seu dedo. 

Avenida 56, Best Side 

O endereço do onde provavelmente estavam apareceu na tela. Um arrepio sombrio se apossou de mim. Era o mesmo lugar do assassinado que havia abalado o estado. Meu Deus! Damon estava disposto a tornar tudo um grande espetáculo. Era um assassino frio e impiedoso. 

-Patrick, pelo amor de Deus! --Parecia um pesadelo sem fim. 
-Vamos até lá! --Meu amigo disse determinado, tentando me passar um pouco de confiança, o que resolveu parcialmente. 
-Venham, sim. Salve a sua mulherzinha gostosa. --O monitor desligou e eu tive vontade de me teletransportar para lá. Pegar a van, enfrentar transito e afins, a demora poderia ser perigoso demais. 

Sai correndo, sentindo as minhas pernas doerem. As armas presas aos cintos eram pesadas, sem contar com o colete à prova de balas. Patrick veio atrás de mim. Foi ele que gritou para o motorista pisar fundo para Best Side, eu não tinha condições alguma de raciocinar. Damon queria isso, me desestruturar completamente para que eu não conseguisse atingir os meus objetivos. Mas ele que se engana. O sargento Michael Jackson era muito mais obstinado quando o assunto se tratava de quem eu amo. 

Estávamos no bairro, um prédio mal acabado e antigo apareceu diante de mim. Aqui havia acontecido um assassinato barbaro pelas mãos daquele monstro, e definitivamante não teria outro. Não se dependesse de mim. 

-Quero que fique. --Ordei Patrick quando ele veio atrás de mim. Eu não queria nem pensar no meu amigo correr risco lá dentro.
-Estamos nessa juntos. Eu irei até o fim. --Ele disse firme, mas eu não concordei.
-A coisa vai ficar feia, eu não posso salvar todo mundo. 
-Acho que sei cuidar de mim mesmo, sargento. --Patrick tinha razão. Eu só não queria envolvê-lo mais do que já estava. -Não vou deixar você no meio disto sozinho. --Assenti duramente. 

Pedi aos outros cercarem o lugar, um protocolo que eu seguia. Alguns atiradores ao alto, por segurança. E Patrick ao meu lado. 

-Eu vou invadir o lugar, vou trazer Norah pra mim. --Patrick segurou meu ombro.
-Vamos conseguir. --Abracei meu amigo sentindo lágrimas quentes escorrerem pelos meus olhos. 

Meti o pé com tudo arrombando a porta onde provavelmente Norah estava. Eu conhecia o apartamento, e ele o escolheu propositalmente. 

Minha mulher se debatia com a boca amordaçada, estava com tornozelos e punhos amarrados e uma bomba presa em sua cintura. Meu Deus!

-Solte-a Damon! Solte e eu o deixo ir. --Meu auto-controle estava intacto diante daquele homem, porém só por fora, por dentro eu estava em pleno turbulência. 
-Michael vá embora! --Um berro irrompeu o lugar. - Ele vai matar você, eu sou só uma isca. --Alertou minha mulher quando a mordaça escorregou. 
-Cala boca, vadia! --Um cara alto e careca que estava ao seu lado desferiu-lhe um tapa. Era como morrer naquele momento. Peguei impulso para partir pra cima dele, quando Damon apontou uma 38 na minha cara. Eu estava de mãos atadas, com um ódio e desespero corroendo-me. Minha mulher naquelas condições, e ainda levando um tapa de um desgraçado. Eu tinha vontade de matar todos eles. 

Vi pela minha visão periférica que Patrick aproximou-se de mim, talvez para me tirar dessa situação, quando Damon desviou a arma de mim arrematando dois tiros em direção de Patrick. O grito desesperado de Norah rompeu o lugar. Meu coração espedaçou. Meu amigo estava no chão e quieto, fiquei louco da vida nessa situação. Damon apontou a arma novamente para mim me mantendo parado. As lágrimas grossas embaçaram meus olhos, eu estava vulnerável ao extremo. 

-Tire-o daqui. --Ordenou Damon a um capanga, referindo-se a Patrick. Eu queria fazer algo, eu precisava ao menos saber o que aconteceu ao meu amigo, mas estava impossibilitado. 

O capanga arrastou Patrick para fora, ouvi mais um tiro. Fechei meus olhos com força, tentando não entrar em parafuso, tentando não enlouquecer. A final minha mulher ainda estava naquelas condições. 

-Deixe o em paz. É tudo que eu te peço. --Supliquei. Eu estava suplicando para um assassino. Para isto acontecer eu estava mesmo desesperado. Eu só queria que esse inferno acabasse logo.

Levei um soco na cara, minha testa sangrou. 

-Michael! --Norah berrava aos choros. Se existe um inferno, com certeza eu estava vivendo um. 

A raiva me dominava, a vontade de agir ainda mais. Eu não deixaria Damon impune, eu não fraquejaria agora. 

"Tudo que você tem que fazer em ação, é decidir, Michael. --A voz do meu pai invadiu meus ouvidos. -Ou você quer falhar, ou você quer vencer. Se você falhar esse sentimento de culpa de acompanhará pelo resto da vida. Mas se você vencer, seu nome será lembrado" 

Era minha mulher, a mulher que mais amo no mundo. Meu amigo havia levado um tiro, que só Deus sabe qual era sua situação. Eu estava entre a cruz e a espada. Eu precisava agir. Na sala só tinha um capanga de Damon ao lado de Norah e outro que levou Patrick ao corredor, mas que ainda não havia voltado. 

Com rapidez, empurrei a mão de Damon para cima, onde arma disparou no teto. Deu um chute na boca do seu estômago o fazendo cambalear sem fôlego. 

-Seu desgraçado! --Balbuciou, quase sem fala. 

Um capanga veio atrás de mim, mas antes que me tocasse desferi uma cotovelada em seu queixo, fazendo-o desequilibrar para trás. A arma de Damon havia caído ao chão no momento em que eu o soquei, ele foi correndo para capturar, quando pisei em sua mão. 

Meu pé foi puxado por sua outra mão, e eu cai de costas no piso duro sentindo minhas costelas quebrarem. 

-Michael! --Norah gritou. 

Me levantei imediatamente mesmo com a dor me consumindo. Damon não conseguiu capturar a arma. Um chute explodiu no meio da sua cara, com certeza as marcas das minhas botas ficariam talhadas no rosto daquele psicopata. 

Tentei chegar até Norah, só deu tempo, de desamarrar suas mãos até sentir Damon me golpear por trás. Eu estava preocupado demais com a contagem do detonador. 

Começou uma luta corporal, entre mim e aquele velho desgraçado. Seu rosto estava banhado de sangue, por conta dos meus socos excessivos.
-Você não é de nada, Damon! --Bradei quando ele cambaleou. -É só um bandido de quinta que acha que mete medo na polícia. Estou acostumado com cara como você, é só mais um verme.

Não sei como, mas Damon capturou minha pistola ao cinto, apontando para minha testa. Nem me dei conta que estávamos a beira da janela com vidros quebrados. Qualquer deslize alguém despencaria do vigésimo andar, eu estava do lado que despencaria, com Damon apontando a arma para mim, impulsionando-me a cair. 

-Sabe, sargento. Meu pai poderia ser um velho desgraçado, um bandido sujo e sem escrúpulos -- eu puxei a ele --. Mas uma das coisas que ele sempre me dizia era: "Não se envolva emocionalmente, ou isto irá matá-lo" Conhece essa frase? --Não respondi. -Acho que conhece. Quando nos envolvemos somos capazes de tudo, não raciocinamos. A emoção te faz agir desesperadamente, lhe deixa com as mãos atadas. Seu amigo não deveria ter morrido aqui, se não fosse impertinente tentando apoiar o amigo. Você não estaria, preste a morrer aqui, se não amasse tanto Norah. Os sentimentos nos enfraquece. 

Ouvi os choros aflitos de Norah, pela situação que eu me encontrava. Mas eu tinha uma saída. São as emoções que me deixam forte, são elas que me fazem raciocinar da forma como eu preciso. São elas que me motivam a defender quem eu amo. Ela me instigava a fazer a coisa certa. Se eu não amasse o que eu faço, se eu não colocasse meus sentimentos, se eu não me entregasse a cada caso para defender e lutar pelos diretos da sociedade, talvez esse sim seria a minha pior fraqueza. A regra da S.W.A.T nunca se aplicou a mim, e não seria agora que se aplicaria. 

-E você não cairia do vigésimo andar se não viesse limpar a honra do bandido pestilento do seu pai, Damon. --Em um movimento esperto e ensaiado, girei meu corpo, passando por Damon. Agora ele que estava diante do precipício e eu na postura de ataque. -Vai para o inferno otário! --Arremeti um chupe em seu tórax. Damon caiu ao ar livre com um grito rompendo no local. Consegui respirar fundo.

O capanga de Damon ainda estava desacordado, mas Norah ainda estava presa à uma bomba. 

-Michael o detonador. --Alertou-me. 

Corri imediatamente próximo a ela. Peguei uma faca presa a minha bota. Eu cortaria os fios do detonador, só precisava calma para cortar o fio certo. 

-Está em 10 segundos, vai! --Norah gritou. 

Minhas mãos estavam trêmulas, eu não conseguia decidir qual cortar. Se eu cortasse o fio errado, tudo iria aos ares. Tanto eu como Norah não teríamos nenhuma chance. 

-Calma, espera! --Minha cabeça estava em outra dimensão, girando como um carrossel. 
-O branco, Michael, o branco! --Ela gritou.
-Tem certeza? --Perguntei aflito. 
-Tenho. --Peguei o fio pronto para cortá-lo.

Norah era péssima nisso, eu não estava em condições de raciocinar, mas ela sabia as regras básicas, eu precisava confiar nela. Acho que nunca deixei minha esposa decidir, era sempre eu. Sempre deixei minha esposa em escanteio, nunca permiti que ela tomasse decisões, sempre com medo de alguma coisa dar errado e ela sofrer as consequências. Eu era um super protetor, passando todos os limites. Essa era a hora de confiar, de deixar Norah fazer a escolha certa. Só espero que tinha razão.

-Espera! --Protestou ela, com os olhos fechados.
-Amor eu tenho que ir logo! --Ela assentiu trêmula e eu pior ainda. -Pronta? 
-Pronta. --Se morrêssemos morreríamos juntos. -Eu amo você. --Ela disse.
-Eu também amo você. 

Passei a faca no fio e fechei os olhos. Ouvi um clique do interruptor da contagem. Norah e eu soltamos a respiração em um alívio. 
Terminei de solta-la sabendo, que definitivamente ela estaria na equipe do esquadrão.



Caminhei com dificuldade com Norah servido de apoio, minhas costas estava doendo e meu corpo estava todo ferrado. 

-Michael o Patrick! --Norah gritou apontando para o meu amigo caído ao chão. Senti meu estômago revirar de medo. 

Patrick arriscou tudo por nós, era um amigo de qualidade, um profissional exemplar. Nunca me perdoaria se meu amigo morresse por minha causa. Foi eu que o levei para esse perigo, a culpa era minha! 

-Patrick! --Um ímpeto grito desesperado foi rompido atrás de nós. A figura de Deanna aos prontos doeu meu coração. 
-Ele está vivo. --Norah nos acalmou quando um gemido do meu amigo foi ouvido fazendo meu coração se acalmar. 
-Ai meu Deus! --Deanna correu aos seus braços. 

Meu amigo tinha um tiro no ombro, -- parece que adoram acertar nossos ombros -- na perna e outro no pé. Nada tão grave aparentemente. Ele gemia de dor.

-Parece que vou ter que te levar nas costas, como sempre. Literalmente ou não. --Tirei onda com a cara dele. Meu amigo bufou um riso.
-Se quiser levar uns tapas nas costas vá em frente. --Sorri aliviado. Apertei a mão do meu amigo de lado, puxando-o para um abraço. Aquele careca idiota era importante demais para mim. 








Capítulo 16 

Mais cedo ou mais tarde as peças se encaixam 
_________________________________________




Ainda bem que acabou! Foi o meu pensamento quando deixamos Patrick na ambulância. 
Eu tinha certeza absoluta que tudo acabaria bem, apesar do medo que senti. Ver Michael apanhando, com arma apontada em sua cabeça, quase caindo de um prédio de vinte andares, realmente foi assustador. Mas eu confiava no homem que tinha, sabia que Michael não iria desistir nem por um só segundo. Meu marido era um herói de fato, me sentia orgulhosa de ser sua esposa. 

Havia uma aglomeração de carros de ambulâncias e pessoas ao redor do corpo de Damon no meio da rua. A queda foi bastante catastrófica, o deixando sem chance alguma. 

- Parece que Damon vai pagar no inferno tudo que fez. --Comentei com o meu marido. Ele ainda estava sentindo muita dor nas costelas, esperando o momento certo para irmos ao hospital. Ainda precisávamos prestar serviços no local. 
-Espero que ele queime por séculos e que o capetinha arranque seus membros, exatamente como ele gosta de fazer com as pessoas. --Dei uma risadinha, mesmo com receio de ficar brincando com essas coisas. 
-Que bom que tudo ficou bem. --Abracei o pescoço do meu marido, sentindo suas mãos em minha cintura. 

A testa de Michael tinha um corte, eu estava toda suja e com escoriação pelo corpo. 

-Eu não permitiria que fosse diferente. Foi uma promessa a mim mesmo, eu tinha que cumprir. --Admiração é pouco pelo que sinto por este homem. 
-Ainda bem, porque terá que fazer mais promessas. Principalmente que não irá se chocar pelo que eu disser, e vai tentar manter a calma. --Me olhou de cenho franzido. 
-O que está acontecendo? --Achei que aquela hora seria boa para contar o que estava acontecendo comigo. 

Dias tensos, rendição baixa no trabalho, tonturas importunas, menstruação atrasada. Estava com os sintomas perfeitos de algo que assustava Michael desde o começo. Eu não temia pela sua reação ou até mesmo rejeitar um filho nosso. Mas eu tinha um pavor terrível, era de ter vindo em uma má hora. Eu quero que Michael ame esse filho com todo o coração, quero que seja para ele como seu pai foi. Saber que Michael poderá aceitar, apenas porque ele já está lá, era a pior sensação. 

-Eu estou grávida! --Confesso, eu abaixei a minha cabeça para não notar em seus olhar de frustração. Michael sempre foi rigoroso com proteção, mesmo não sendo ele que cuidava dessa parte. Não quero discutir quando nossas vidas finalmente estava melhorando. 
-Minha nossa, Norah! --Ele sussurrou sôfrego e senti uma pontada no meu rosto. --Isso é... --Quando levantei minha cabeça, meu marido me encarava em transe, parecia está absorto. 
-Eu sei que vacilei, sei que deveria ter me protegido melhor, mas é que o anticoncepcional acabou e, fizemos as pazes.... Michael! --Suspirei. 
-Não acredito que estava grávida enquanto aquele monstro te mantinha em cativeiro. Tem noção do risco que o meu filho e minha mulher passaram? Não fazia noção que havia mais um ser em perigo naquela sala. --Franzi a testa, tentando entender sua reação. Então ele estava desesperado porque nosso filho corria risco e não por eu estar grávida?
-Então é isso? Está preocupado com ele? --Ele sorriu.
-Oh Norah! Achei que me conhecesse melhor. --Permiti que a angustia saísse do meu coração. -Você não tem noção do quanto eu amo você. Do quanto esse bebê está alegrando a minha vida agora? --Uma lágrima escapou dos meus olhos. -Vocês dois estão bem, estão vivo e ao meu lado. Eu não poderia estar mais feliz.
-Michael, eu te amo tanto! --Me joguei nos braços do meu marido, beijando com força, sentindo o seu carinho a alegria que compartilhávamos naquele momento. 
-Eu também te amo muito, amor. Pode apostar. 
Ele já havia dado provas o suficiente disto. Nosso bebê não poderia ter vindo em um momento melhor. 


Vi o sorriso alegre de Deanna assim que ela abriu a porta para que eu pudesse entrar em seu quarto. Ela parecia radiante assim como eu. 

-Parece que Patrick está se recuperando cada vez mais, não é mesmo? --Me sentei na cadeira da cozinha e ela ao meu lado. --O visitei com Michael ontem e continua o mesmo palhaço de sempre fazendo piadas sobre o gesso nas pernas. --Deanna riu.
-Você não faz ideia. Foi realmente um susto, graças a Deus que acabou tudo bem. Até tenho novidades. --Fiquei super curiosa, até porque fui até lá justamente para lhe contar a minha.
-Ora! Isso realmente é curioso, porque eu também tenho novidades. --Abrimos os sorrisos empolgadas. --Conte a sua primeiro. --Fui generosa, apesar de estar muito curiosa em saber o que tinha para falar, pois Deanna, esses dias estava de sorriso de orelha a orelha. 
-Patrick me pediu em casamento! --Abri a boca pela surpresa. 
-Meu Deus, Deanna! Que maravilha! --Era uma mega surpresa, por ser vinda de Patrick nunca que imaginaria tais atitudes vinda do melhor amigo do meu marido. 
-Ele disse que depois do que houve, ele viu que a vida é curta demais para se viver sozinho. Que me ama demais para me deixar escapar. --Suspirou feliz. Eu tinha orgulho que Patrick havia passado de irresponsável convicto em relação as mulheres, para o adulto que assume seus compromissos.
-Espero que sejam felizes, assim com sou com Michael. Que vocês possam ter muito amor e cuidem um do outro. --Ela se emocionou. 

Lembrei de quando Michael me pediu em casamento, fiquei com a felicidade tão grande que mal cabina no peito. Acho que foi um dos dias mais felizes que aconteceu na minha vida. 

-E a sua novidade, qual é? --Segurei nas mãos na minha amiga, sentindo a emoção preencher-me. 
-Eu estou grávida. Vamos ter um bebê. --Deanna ficou tão surpresa e feliz quanto eu, quando me disse sobre o casamento.
-Caramba, Norah que alegria! Tenho certeza que esse bebê só tem a acrescentar em suas vidas. Michael deve estar tão feliz! 
-E está! Tremi de medo pra contar, achei que ele ia surtar como no dia que eu só pensei a respeito. Mas não, ele ficou muito feliz. Acho que era só o que faltava para que nosso amor se solidasse ainda mais. 
-Michael é um homem incrível. Tenho certeza que sempre desejou esse bebê. Apenas agiu daquela forma por conta das ameaças. --Pensando bem, Deanna estava certa. Quando pensei a respeito, Michael já estava sob ameaça. Nem sei como não pensei nisso antes. 
-O que importa é que estamos felizes. Você vai se casar com Patrick e eu vou ter um filho do homem que amo. Acho que nos demos bem na vida. --Rimos. 


Nossas vidas pessoais estavam a mil maravilhas possível, mas já a profissional... Tenente Hitch havia nos dispensado, na verdade Michael, mas como todos fomos com ele, não havia mais emprego. A menos que um certo subtenente ficou a par do caso, e se indignou muitíssimo com a decisão de Hitch. Afinal, Michael fez um ato heroico, mesmo quebrando a regra principal da S.W.A.T. Fomos readmitidos. 

-Isto é inaceitável, tenente! --Bradou o subtenente durão para Hitch na pequena sala que fomos dispensados anteriormente. Nunca vi o tenente de cabeça baixa antes. Michael estava em uma postura ereta assim como eu ao seu lado. Tentei manter a pose, mas por dentro eu morria de rir, olhando sorriso contido na face do meu marido, tinha certeza que ele também. -Sargento Jackson tem sido um ótimo sargento durante esses anos todos. Nunca vi nenhum indisciplina. E daí se ele quebrou a merda da regra? Ele salvou a oficial, não foi? 
-O assassino foi morto, subtenente. --Rebateu de cabeça baixa.
-E o senhor queria que fosse um dos oficiais? --Hitch tentou dizer algo, mas foi interrompido. -O sargento está mais que preparado. Viveu a vida dele para a corporação, tem horas impressionantes de trabalho que ele prestou. Diferente do senhor que vem só para cuidar do que não lhe interessa. --Deus, aquilo estava mais do que divertido. -Sargento Michael Jackson merece o seu cargo. 

Senti uma felicidade imensa, um sorriso brotou no meu rosto e no do Michael o mesmo. Ele estava sendo nomeado a um cargo maior. 

-Mais e o meu trabalho, senhor? 
-Será transferido para outra base. Esse lugar aqui é dele. 

Nunca vi honra maior do que aquela. Meu marido estava mesmo conseguindo tudo que queria e apenas por ser tão persistente.

-Obrigado, senhor. Não sei como expressar minha gratidão. --Michael disse tentando se controlar, mas eu sabia o quanto estava explodindo por dentro, e essa felicidade seria expressiva assim que estivéssemos a sós. 
-Agradeça fazendo um ótimo trabalho, que sei que é capaz. --Apertaram as mãos.







Capítulo 17 

Final

Epílogo



-Oh meu Deus, Norah eu não acredito! -- Peguei minha mulher no colo rodopiando-a. -Tudo que sempre quis está mesmo acontecendo!

Raice Jackson era um subtenente em seus anos de corporação, chegar ao mesmo posto do meu pai era tudo que sempre quis. Realizar esse sonho, deixava-me com lágrimas nos olhos de tanto orgulho. 
Quando era criança sempre sonhei em dar orgulho ao meu pai, deixa-lo com a mesma emoção no coração que eu sempre sentia todas às vezes que realizava o grande feito. Acho que foi por isso que me alistei, foi para fazer a mesma coisa que o meu grande herói fazia. Chegar aqui foi de longe gratificante. 

Patrick voltou à base com a perna direita engessada e uma tala no braço esquerdo. Deus ele estava muito engraçado, não vou negar. Mas me sinto feliz que meu melhor amigo esteja bem. 

-Você um tenente, e eu um sargento. Quem diria não? --Comentou ele extasiado.
-Bom, eu sempre fiz por merecer, já você. Espero que honre o posto que foi meu, faça por merecer. --Brinquei e ele me lançou um olhar fulminante.
-Só espero que não precise ver Deanna sendo ameaçada para fazer valer o meu título de tenente, Deus me livre. --Bateu na madeira e eu gargalhei. 
-Ossos do ofício. --Dei duas batidas em seu braço e rimos. 
-Você é o cara, Michael. Nunca duvidei disto. --Ver um amigo sentindo orgulho de mim era como ver o meu pai sentindo o mesmo. Quase chorei. 
-Ora vai! Não vá me fazer chorar agora. Logo o homão como eu. --Ele piscou.

A cerimônia de entrega de patentes foi exatamente como era. Mas eu tinha um gosto doce de satisfação dentro de mim. Eu mudaria de sargento para tenente.

Meus trajes patenteados era impecável em meu corpo. Me sentia em outra dimensão usando-o, era como um sonho realizado. Norah e um pequena plateia se encontrava à frente do pequeno púlpito formado do lado de fora da base. Ela tinha uma satisfação enorme, algumas lágrimas escorriam por seus olhos e vez ou outra acariciava sua barriguinha pouco saliente da gravidez. 

Minha nossa! Eu vou ter um filho! Não sabia qual o motivo de ter tanta felicidade assim na minha vida. Acho que fiz algo de muito bom e fui recompensado. Alguém lá em cima curtiu!

Com certeza eu seria para essa criança tudo que meu pai foi para mim, eu queria que sentisse tanto orgulho quanto eu senti dele. Esse era o meu pensamento e ele não me largava nunca. 

Recebi o emblema de tenente do lado direito do peito. "Compromisso e paixão à farda" Fui ovacionado com aplausos olhares erguidos para mim, me fazendo senti amado e querido. Fiz o meu papel todos esses anos como oficial, mas algumas pessoas me tinha como herói, parecia uma engrandecimento excitante. 
Patrick ao meu lado ainda com a perna machucada recebeu seu emblema de sargento. 
Os tiros de canhão foram ouvidos em celebração daquele momento.


(...)

Norah

Quando Deanna caminhou pelo tapete vermelho, com aquele vestido branco deslumbrante, foi como estar no meu próprio casamento. Eu conseguia sentir as emoções daquele momento. Posso entender seus sorriso bobo, e seus olhos lagrimejados. Posso entender tudo que sentia.

Michael falava algo para Patrick em forma de gestos. Acho que meu marido tentava acalmar seu amigo do lado direito do púlpito como seu padrinho. Patrick parecia realmente nervoso, não sei se era por causa da felicidade ou se era por conta de se ver realmente dentro de um casamento que era dele. Prefiro achar que seja a felicidade. 

O casamento estava lindo, a decoração, as roupas. Era de longe digno de cinema. E ver meus melhores amigos companheiros de equipe e base celebrando o dia mais feliz de suas vidas era sem dúvida maravilhoso. 
Foram declarados marido e mulher. 

(....)

3 anos depois...

Meu moleque de 3 anos corria sem rumo pelo quintal. Havíamos nos mudado para uma casa aos redores de Los Angeles, ainda perto de onde trabalhava e perto da casa de Patrick e Deanna. Ele era um menino forte e esperto, parecia com o pai. 

Antes de planejar um filho com Norah a ideia me assustava, eu tinha pavor em ser pai, não queria de jeito nenhum que um filho meu pudesse passar pela angustia de ver o pai se ferindo em ação, assim como eu sempre sofri com o meu pai. Tinha medo de colocar sua vida em risco, como sempre tive na infância, se mudando de cidade e até mesmo do país. Mas a ideia na prática estava sendo de longe a melhor. Não consigo ver a minha vida sem aquele carinha desengonçado correndo de um lado para o outro, aquele sorriso feliz de criança sem preocupação alguma. Ouvindo me chama de 'papai" era uma emoção indescritível, e eu amava essa sensação. 
Noah e Norah era tudo para mim, a minha vida, o meu chão, meu alicerce. Sem eles não sou ninguém e nunca serei. 

-O que quer ser quando crescer, Noah? --Minha mulher perguntou.
-Igual ao papa! --Ele apontou para mim e eu me enchi de orgulho. Não tinha como não sentir outra coisa. 
-Então vai ter que ralar demais, sofrer bastante e enfrentar tudo para proteger quem ama. --Norah me deu um pequeno tapa.
-Ele é só uma criança, tenente! 
-E será um homem, que com certeza me orgulharei. --Ela sorriu para mim, e eu vi que tudo ficaria bem. 

Estávamos bem!

FIM













39 comentários:

  1. Minha nossa já amei anciosa pra ler
    (Geane)

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  2. já estou esperando!!!!!!
    a foto da capa é muito linda!!!

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  3. Adorei a capa, adore a sinopse *-*
    Tay vc é demais *---*
    Esperando ansiosa ...

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  4. Olá meninas, obrigada por estarem aqui <3
    Darei mais algumas informações da fic e a data de estreia. Espero todas aqui em breve <3

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá meninas cheguei com a estreia da fic \o/
    Obrigada por estarem aqui comigo

    S.W.A.T amor em ascensão é uma fic policial
    com o cotidiano de oficiais da S.W.A.T
    Onde Michael é o sargento da base, Norah uma oficial,
    membra da equipe de Michael. Os dois são casados.

    Na verdade essa fic não é uma original minha, a ideia foi tirada de um filme da
    S.W.A.T que assisti. Mas só peguei uma ou duas coisas, então não considero necessariamente
    que a fic é baseada no filme, ou pode ser, não sei. Em fim, se alguém assistiu o filme, foi a ideia de lá.

    Michael e Norah reversam na narrativa, então vão poder ver os dois lados da história.
    Postarei agora duas vezes por semana, às segundas e sextas, porque os capítulos são mais extensos e são apenas 16 capítulos, então pra vcs não terem que ler dois caps enormes e não acabar tão depressa, achei melhor assim <3

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  7. Nossa que sufoco, mais graças a Deus deu tudo certo e a missão foi cumprida \o/ Michael além de gato é um ótimo sargento :3
    Amei Tay... Continua ❤

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  8. Olá!! Cheguei com mais <3 obrigada pelos coments :3
    Vamos conhecer mais sobre a vida pessoal desse casal <3

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  9. Eita casal apaixonado :3
    Continua *-*

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  10. Oii meninas \o
    Cheguei com mais pra vcs
    Prometo que vão enlouqueceu com esse Michael *OOOO*
    Obrigada pelo comente Stefany

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  11. Meu Deus, Tay!! Que casal mais pefeito!! :3

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  12. Cheguei com mais \o
    Obrigada pelos coments. Vamos ver o sargento impulsivo.

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  13. Cheguei mais mais. Cadê vcs amores?

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  14. Menina esta emocionante e incrível.

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  15. Olá cheguei com mais \o
    Obrigada fofa pelo coment <3

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  16. Tay, essa fic ta muito emocionante e cheia de ação. I love <3

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  17. Olá meninas cheguei com mais \o
    Manu obrigada, flor. Que bom que vc gosta assim <3

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  18. Ninguém veio ler, mas vou postar mesmo assim :3

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  19. Eu tou aqui acompanhado viu, Tay, eu so esqueci do comentar. Meu Deus! É o tal de D. Protege ela em, Michael!

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  20. OMG OMG OMG! !!!!!
    Melhor fic q ja li em toda a minha vida.
    Cara não sou daquelas q adora qualquer fic não, mais realmente muito boa a história!!!
    ♥♥♥♥♥

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  21. Xonei no Michael! ♥♥♥ casal TOP
    Ansiosa...

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  22. Estou amando historia dinâmica,continua

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  23. Meu deusssss q ansiosidade é essa?
    Pff continua se não eu vou infarta

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  24. Ebaaa suas lindas! Apareceram, né? <3
    Obrigada pelos coments, fofas. vamos lá com mais um capítulo da fic.

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  25. Tay vc quer me matar né? !
    Nem acabei de ler e ja to ansiosa por mais...
    Amando♥♥♥

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  26. Oiii \o
    Ju, por esse fato vim com dois capítulos hoje :33
    Obrigada pelo comente, linda <3

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  27. TAY EU TE AMOOOO ♥♥♥
    Gente.... sem maldade nenhuma... eu to tremendo de raiva. Muito emocionante cara!
    Nusss tay vc é a melhor ctzzzz.

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  28. Voltei com mais \o
    Obrigada pelo coments.
    Vamos ver o que vai acontecer agora.
    Obrigada sua linda!!!!!!

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  29. Cheguei com mais \o
    Obrigada pelo coments Ju. Cadê o resto das meninas?
    Bom, a fic está em sua reta final, então vamos lá.

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  30. Cheguei com o penúltimo capítulo :3

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  31. Meninas quero agradecer todas vocês pela presença
    nesse tópico ao longo da fic. Obrigada demais por cada coment, por cada elogio
    e interação.
    S.W.A.T foi uma fic complicada de escrever para mim, por conta da emoção que ela tinha que transmitir.
    Não sei se fiz jus, mas pelo menos tentei.
    Obrigada demais por tudo mesmo.
    Em breve chego com outra fic junto com a Anne
    Uma comédia romântica. Esperando vocês lá <3 <3

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  32. Tay venho por meio dessa mensagem dizer q essa é sem sombra de duvida uma das MELHORES FICs Q EU JA LI !!!
    Parabéns, tudo estava perfeito. Continue sempre assim e espero q suas próximas fics seja ainda melhores! Bjs<3
    PS: Você ganhou uma seguidora atenciosa !!!!

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  33. Amei, perfeita a fic, Tay!! Cheia de emoçao e açao, adoro! Esperando ansiosa para ler sua proxima fic com Anne. Bjuu

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